Em “Wimbledon: O Jogo do Amor” nos deparamos com uma comédia romântica genuína e envolvente que se destaca por sua autenticidade. Diferentemente de muitos romances piegas, o filme, dirigido por Richard Loncraine e com roteiro de Adam Brooks, Jennifer Flackett e Mark Levin, tem a peculiaridade de ser ambientado em quadras reais, durante os jogos de Wimbledon de 2003. A autenticidade é reforçada pela presença de plateias reais, capturando a essência do torneio.
Paul Bethany assume o papel de Peter Colt, um tenista no ocaso de sua carreira, ocupando a modesta 113ª posição no ranking mundial. Determinado a se aposentar após o torneio, ele se depara com Kirsten Dunst, interpretando Lizzie Bradbury, uma promissora tenista em ascensão. O encontro acidental entre ambos, marcado pela confusão de quartos, estabelece um tom descontraído e revela a química entre os protagonistas.
Lizzie, uma figura tenaz e corajosa, enfrenta as expectativas e a pressão de seu rigoroso pai, Dennis, interpretado por Sam Neill. A trama se desdobra entre entrevistas incessantes, especulações sobre sua vida romântica e a crescente conexão com Peter. Ao mesmo tempo, o círculo de Paul, incluindo seus pais excêntricos e seu irmão que aposta contra ele, contribui para o lado cômico do filme.
A relação de Peter e Lizzie se torna um elemento crucial. Enquanto para ela, o sucesso romântico parece coincidir com desafios no jogo, para Peter, o amor se torna um catalisador para seu desempenho. A dualidade entre sorte e azar permeia a narrativa, questionando se o amor pode verdadeiramente influenciar o desempenho esportivo.
A química inegável entre Paul Bethany e Kirsten Dunst é um ponto alto do filme. Suas atuações intensas, carismáticas e autênticas conquistam a simpatia do público. Surpreendentemente, ambos, inicialmente leigos no tênis, passaram por aulas particulares e treinamento rigoroso para dar vida aos personagens. Durante as filmagens, a complexidade do esporte se revelou, levando à utilização de CGI para simular os jogos.
Disponível no Prime Video, “Wimbledon: O Jogo do Amor” é, sem dúvida, uma das comédias românticas mais encantadoras dos anos 2000. Um olhar nostálgico para uma época em que esse gênero cinematográfico brilhava com autenticidade e charme.
A história evolui à medida que Peter, impulsionado pelo amor, conquista vitórias consecutivas, ascendendo no cenário esportivo. No entanto, a intervenção do pai de Lizzie adiciona uma camada de conflito, questionando se a relação entre os protagonistas é uma benção ou uma maldição para suas carreiras.
Ao explorar as nuances entre amor e esporte, “Wimbledon: O Jogo do Amor” transcende as convenções românticas. O filme não apenas celebra o romance, mas também oferece uma reflexão sobre a interseção entre vida pessoal e profissional, desafiando as expectativas do público.
Filme: Wimbledon: O Jogo o Amor
Direção: Richard Loncraine
Ano: 2004
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 10