Greta Gerwig, um ícone no cenário do mumblecore, transcendeu suas raízes indie para se tornar uma diretora e atriz de renome. Desde sua entrada triunfal em “Para Roma, Com Amor” de Woody Allen até o sucesso de “Frances Há”, Gerwig estabeleceu uma marca única em sua colaboração com Noah Baumbach. Sua trajetória ascendente, pontuada por filmes como “Nights and Weekends” e o aclamado “Lady Bird”, culmina na vibrante adaptação de “Adoráveis Mulheres”, que está na Netflix.
Este filme, inspirado no clássico literário de Louisa May Alcott, não é apenas uma recontagem, mas uma exploração singular conduzida por Gerwig. Em meio à Guerra Civil, Marmee (Laura Dern) e suas quatro filhas, cada uma centelha única de vida, amor e arte, tornam-se protagonistas desse conto atemporal.
A dinâmica das irmãs é acentuada pela presença cativante de Laurie (Timothée Chalamet), enquanto Jo (Saoirse Ronan) desafia os padrões matrimoniais convencionais. As nuances das aspirações de Meg (Emma Watson), os sonhos artísticos de Amy (Florence Pugh) e a pureza de Beth (Eliza Scanlen) completam a rica tapeçaria.
A tia March (Meryl Streep) adiciona uma camada aristocrática, enriquecendo as jornadas das irmãs. Jacqueline Durran, responsável pelo figurino, cria uma paleta visual que simboliza as personalidades, enquanto a opção de filmar em 35mm confere uma qualidade atemporal à cinematografia.
“Adoráveis Mulheres” não é apenas um tributo, mas uma obra que, mesmo recente, evoca o conforto de um velho amigo. Uma celebração cinematográfica que captura a essência da jornada humana através do amor, da perda, da arte e do amadurecimento, sob a sensível direção de Greta Gerwig.
Ao triunfar no Oscar de melhor figurino, o filme destaca a meticulosidade de Jacqueline Durran em criar uma paleta visual que não apenas complementa a narrativa, mas também serve como uma extensão das complexidades individuais das personagens. A escolha cuidadosa de cores, do vermelho vibrante de Jo ao verde suave de Meg, oferece não apenas um espetáculo estético, mas uma exploração simbólica das jornadas pessoais dessas mulheres.
A decisão de Greta Gerwig de filmar em 35mm, inspirada por uma sugestão de Steven Spielberg, revela-se uma escolha acertada ao infundir uma qualidade atemporal à cinematografia. Cada cena resplandece com a autenticidade das iluminações naturais, transportando o espectador para a época da história com a fidelidade de um pintor renascentista.
“Adoráveis Mulheres” é, portanto, mais do que uma simples narrativa de época; é um espelho contemporâneo de aspirações e desafios, repleto de sinceridade e vigor em suas duas horas e quinze minutos de duração. Sob a direção sensível de Greta Gerwig, o filme não apenas resgata um clássico literário, mas também celebra a força, a resiliência e a individualidade das mulheres em todas as épocas.
Em sua totalidade, “Adoráveis Mulheres” é uma odisseia cinematográfica que captura a essência da jornada humana através do amor, da perda, da arte e do amadurecimento. Sob a visão hábil de Greta Gerwig, o filme se destaca como uma obra que transcende sua temporalidade, oferecendo uma experiência cativante e profundamente humana para todos os que se aventuram a testemunhar essa narrativa rica e envolvente.
Filme: Adoráveis Mulheres
Direção: Greta Gerwig
Ano: 2019
Gênero: Romance / Drama
Nota: 10/10