“Um Dia para Morrer” começa sem o impacto necessário para prender a atenção, desenrolando-se de maneira lenta e repleta de sequências sem significado aparente. Neste cenário, os atores se esforçam visivelmente para dar sentido a um enredo caótico. Este longa-metragem se destaca por ser uma das últimas performances de Bruce Willis antes de o ator se afastar das telas, devido a problemas de saúde, e exemplifica bem a problemática de um início sem força.
Sob a direção de Wes Miller, a produção aspira a prestar tributo aos papéis memoráveis desempenhados por Willis ao longo de sua carreira. Contudo, o filme se embrenha em uma narrativa confusa e pouco persuasiva. Mesmo com uma edição que busca ser inovadora, o filme não consegue superar sua estrutura narrativa fragmentada, marcada pelo excesso de clichês.
A história central envolve um detetive, vivido por Kevin Dillon, cuja esposa grávida é capturada por um grupo de supremacistas brancos. Paralelamente, Willis assume o papel de um comissário de polícia, um personagem acostumado a lidar com a corrupção em seus meandros mais sombrios. O que tinha potencial para ser uma trama recheada de surpresas acaba se mostrando previsível, e os personagens perdem rapidamente a profundidade que poderiam ter.
A falha da direção em explorar a riqueza de nuances e a intensidade que a história prometia resulta em uma obra que não atende às expectativas, seja como forma de entretenimento, seja como uma homenagem digna ao legado de Willis. Trata-se de uma despedida do cenário cinematográfico que não corresponde ao talento do ator, deixando uma sensação de oportunidade perdida tanto para os fãs quanto para o próprio elenco.
Filme: Um Dia para Morrer
Direção: Wes Miller
Ano: 2022
Gêneros: Ação/Policial/Thriller
Nota: 8/10
