Filme de ação que acaba de chegar na Netflix vai te fazer desligar o cérebro e se divertir como se estivesse de férias Divulgação / Netflix

Filme de ação que acaba de chegar na Netflix vai te fazer desligar o cérebro e se divertir como se estivesse de férias

Enquanto essa febre por filmes de ação genéricos dos quais você não vai se lembrar daqui algumas semanas não parece passar, os streamings seguem investindo, afinal, eles dão boa audiência. O público continua em busca do velho clichê, um placebo contra o tédio, um farelo de entretenimento para livrar a mente do estresse cotidiano. “Lift: Roubo nas Alturas” não tem presença, mas permite os espectadores escaparem por uma hora e quarenta minutos de dentro de seu próprio labirinto de neuras para um mundo fictício perigosamente divertido.

Dirigido por F. Gary Gray, que tem bons filmes no currículo, como “A Negociação”, “Uma Saída de Mestre” e “Sexta-Feira em Apuros”, o novo longa-metragem protagonizado por Kevin Hart parece ter feito Gray aderir de vez ao fordismo dos filmes. Há tempos que suas mãos não esculpem nenhum material substantivo. O roteiro de Daniel Kunka reproduz mais do mesmo, sem apresentar nada de original ou inspirador.

Mas o filme é recheado de estrelas. Kevin Hart, que interpreta o protagonista Cyrus, pode até estar em alta em Hollywood, mas seus colegas de cena não perdem em nada para sua popularidade e qualidade de atuação. O longa-metragem conta ainda com Gugu Mbatha-Raw, Sam Worthington, Vincent D’Onofrio, Jean Reno e Burn Gorman. E é claro que são essas atuações que asseguram um certo patamar de qualidade à obra.

Altamente tecnológico, esteticamente agradável e suficientemente enfeitado com efeitos visuais, o enredo gira em torno de um conhecido ladrão de obras-de-arte chamado Cyrus (Hart), que tem cada um de seus passos vigiado pela Interpol, por meio da agente Abby Gladwwell (Mbatha-Raw). Cyrus é amparado por seu grupo de criminosos, no qual se inclui Denton (D’Onofrio), Camila (Úrsula Corberó), Magnus (Billy Magnussen), Mi-Sun (Yun Kim) e outros.

Quando Abby é impedida pelo superior, Huxley (Worthington), a efetuar a prisão de Cyrus e seu grupo, e, ao invés disso, oferecê-lo um acordo, ela sente que anos de sua investigação escoaram ralo abaixo. É que a Interpol está mais preocupada em interceptar outro criminoso, um ex-banqueiro e agora financiador de grupos terroristas, Jorgensen (Reno). O magnata se torna cada vez mais rico a medida em que tragédias acontecem.

Então, Abby relutantemente recruta Cyrus e seus amigos para planejar e executar um roubo a barras de ouro pertencentes a Jorgensen que serão levadas em um avião para serem destinadas a mais crimes contra a humanidade. Como todo filme de ação que se preza, cada integrante do grupo de Cyrus tem um talento especial que se torna sua função na missão. Enquanto levam a cabo o plano, o público experimenta várias sequências aceleradas e ornamentadas por artifícios de computadores para impressionar.

Os personagens de “Lift: Roubo Nas Alturas” não possuem carisma, não são particularmente encantadores ou interessantes, mas a receita habitual da ação é cumprida com qualidade técnica e tecnologia de ponta, satisfazendo ao básico do cinema: entreter. Se é apenas isso que você procura e nada mais, tem nessa produção o suficiente.


Filme: Lift: Roubo nas Alturas
Direção: F. Gary Gray
Ano: 2024
Gênero: Ação/Comédia
Nota:7/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.