“Conspiração Terrorista” tem tudo para não ser um filme qualquer. Com um roteiro que passou um tempo na lista de Hollywood dos melhores filmes não realizados, e com um elenco repleto de estrelas, dificilmente esse filme passaria despercebido. Mesmo assim, ele ganhou críticas mistas, não agradando todo mundo e se tornando um thriller de espionagem que ninguém nunca ouviu falar. Dirigido pelo experiente Michael Apted, o enredo de Peter O’Brien acompanha Alice Racine, uma agente da CIA que trabalha disfarçada como assistente social em Londres. Apesar de extremamente competente, um trauma passado a afastou do trabalho de campo. Ela não conseguiu evitar um ataque terrorista em Paris, em 2012, o que a fez parar de trabalhar no meio da ação de verdade, apesar dos insistentes pedidos de seu mentor, Eric Lasch (Michael Douglas), por seu retorno.
Quando uma nova ameaça de ataque ronda Londres, Alice se vê induzida a voltar a campo. Um mensageiro do Estado Islâmico é interceptado com uma mensagem importante: uma ordem de ataque biológico na Inglaterra e nos Estados Unidos. Então, cabe a Alice impedir que essa ordem seja executada. No meio de suas investigações, ela cruza com várias figuras importantes, como o chefe do escritório da CIA em Washington, Bob Hunter (John Malkovich); um contato do MI5, Emily Knowles (Toni Collette); o veterano de guerra, Jack Alcott (Orlando Bloom); e um morador local que compartilha algumas informações, chamado Amjad (Tosin Cole). No meio dessa rede de informações e conspirações, ninguém é exatamente confiável e Alice precisa seguir sua intuição e experiência para saber em quem e no que deve acreditar.
Mas o enredo de Peter O’Brian prefere que sua tensão se concentre na troca de contatos e informações. Muitos personagens secundários em um extenso telefone sem fio tornam a trama um pouco cansativa e confusa. Há cenas de ação em que as coisas parecem ganhar um pouco mais de vigor, mas, em geral, o filme de Apted é um pouco arrastado. A panela vai ganhando pressão um pouco lenta demais. Com exceção da protagonista, na qual Noomi Rapaci interpreta com toda sua habilidade e carisma, os demais personagens não tem muita substância, dificultando, até mesmo, para que seus atores de peso os interpretem de forma convincente.
Não são raros os momentos em que os espectadores se sentem perdidos no meio da trama, que não deixa muito nítida suas intenções. Mas não é um filme ruim. Apenas cheio de clichês e esquecível. O roteiro explora traições e perseguições ao estilo “nada é o que parece” e com influências de “Identidade Bourne”. Gravado em Praga e em Londres, o longa-metragem tem alguns méritos. O primeiro, é colocar Toni Collette em um merecido papel de ação, incomum aos que tem o costume de pegar. Além disso, Collette e John Malkovich são grandes atores com indicações ao Oscar, enquanto Michael Douglas chegou a levar duas estatuetas da Academia para casa: de melhor filme, para “Um Estranho no Ninho”, no qual produziu, e de melhor ator por “Wall Street: Poder e Cobiça”.
Filme: Conspiração Terrorista
Direção: Michael Apted
Ano: 2017
Gênero: Suspense/Ação
Nota: 8/10