Definitivamente, “Monster Hunter” tem uma fanbase bem consolidada. No mercado há quase 20 anos, a franquia de fantasia desenvolvida primeiramente para jogos de videogame pela Capcom para a Playstation é um fenômeno com aproximadamente 150 milhões de cópias vendidas de todas as 16 edições, incluindo os spin-offs. Não é de se surpreender que alguém tenha decidido levar este sucesso para as telas.
Com um orçamento de 60 milhões de dólares, o filme lançado pela Constantin Films, com direção de Paul W.S. Anderson, que coescreveu o roteiro com Kaname Fujioka, o longa-metragem de ficção científica, ação e aventura deu ré nas bilheterias, faturando apenas 42 milhões e levando prejuízo para o estúdio. De fato, o filme é bastante segmentado e tem dificuldades para agradar os mais variados públicos. Mas, com certeza, foi um deleite para os fãs da saga.
Outro problema que pode ter prejudicado “Monster Hunter” foi o fechamento das salas de cinema por conta da pandemia de Covid-19, bem no ano em que foi lançado. O longa-metragem estrelado por Milla Jovovich, que interpreta a capitã Artemis, ainda conta com Ron Pearlman, Tony Jaa, Tip ‘T.I.’ Harris e a brasileira (e ex-Global) Nanda Costa.
Jovovich encarna com muita maestria seu papel como capitã Artemis, esbanjando sua habilidade mais que comprovada em papeis de ação. Ela salta de um lado para o outro, dá cambalhotas no ar, rasteiras, alça voos incríveis empunhando seu slinger e enfrenta as feras mais brutais, perigosas e resistentes do mundo da fantasia.
Com muitos efeitos de CGI, que são praticamente a base de sustentação do filme, somos levados para uma jornada épica quando um grupo de militares da ONU, em uma missão de resgate e liderados por Artemis, enfrenta uma tempestade de areia e acaba atravessando um portal para um mundo fantástico e cheio de bestas gigantes.
Jovovich, que é esposa do diretor, não foi escolhida para o papel apenas por motivos conjugais. Sua experiência nesse gênero de cinema é o modelo perfeito de sucesso. Aliás, sua parceria com Anderson tem sido muito bem-sucedida. Ele, que também adaptou “Mortal Combat” e todos os filmes de “Resident Evil” para as telonas sabe como ninguém como Jovovich tem sido seu amuleto da sorte. Sua performance como a heroína Artemis é bastante convincente, mas sua beleza, carisma e talento tem nos instigado desde seu primeiro trabalho em um filme de ação com alcance global de público, como a doce e angelical Leeloo, de “O Quinto Elemento”.
Outro segredo para o sucesso de Anderson em filmes baseados em videogames é o fato de que ele próprio é um fã dos jogos que adaptou. Quando se conhece verdadeiramente aquele universo e como seus jogadores o idealizam, fica mais fácil saber como transpor tudo aquilo, todas as informações, para outras linguagens.
Menosprezado pela crítica, mas adorado pelos jogadores de “Monster Hunter”, o filme acaba com um gancho para sequências. Embora exista alguns esboços de scripts, não há nenhuma confirmação de continuação, por enquanto, principalmente por conta do prejuízo financeiro do primeiro filme. Jovovich, em entrevistas, afirmou que o marido tem pleno interesse em dar sequência à história. Com as condições comerciais completamente diferentes de 2020 e o retorno do funcionamento das salas de cinemas, nada impede que uma nova chance seja dada à franquia.
Filme: Monster Hunter
Direção: Paul W.S. Anderson
Ano: 2020
Gênero: Ação/Aventura
Nota: 7/10