Conhecida por seu papel como Shoshanna no aclamado “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, Mélanie Laurent agora mostra suas habilidades como diretora na comédia de ação francesa “As Ladras”. O filme tem todos os elementos de um tradicional blockbuster. Laurent cozinhou a conhecida receita de um sucesso hollywoodiano para trazer seu novo filme ao público. Mas não se engane, ela não é inexperiente. Laurent já tem um vasto currículo como diretora, inclusive em produções elogiadas pela crítica, como “Respire” (2014) e “Demain” (2015).
Nesta divertida trama que já quase podemos contar o roteiro de olhos fechados, de tão clichê e previsível, Laurent recruta Adèle Exarchopoulos para interpretar sua parceira no crime, Alex. Ela própria é a protagonista, Carole, uma ladra profissional que realiza alguns trabalhos a mando da poderosa Madrinha (Isabelle Adjani). Ela é a favorita da chefona de crimes de alto padrão. Quando Carole descobre que está grávida, ela decide deixar a criminalidade e anuncia sua decisão à Madrinha, que não aceita seu afastamento. Então, elas entram em um acordo para que Carole pratique um último roubo elaborado que a fará lucrar 2 milhões de dólares. Mas, claro, a Madrinha não pretende soltá-la depois desta missão. Carole também não é ingênua e sabe que o crime apenas a fará ganhar mais tempo para pensar em uma forma de se livrar da chefe. Então, ela recruta a motorista Sam (Manon Bresch), e o trio começa a executar o plano.
“As Ladras” é um entretenimento completo. Com atuações adoráveis do trio de protagonistas, a aparição sempre poderosa e elegante de Adjani, uma porção de lutas, cenas de perseguição, tiros, muita comédia e até um pouquinho de romance, o filme que retrata a união de três mulheres talentosas, fortes, engraçadas e encantadoras, promete e cumpre entretenimento. Uma mistura de “Alerta Vermelho” com as “As Panteras”, “As Ladras” não é exatamente algo diferente de tudo que você já viu, original ou espetacular.
Para Laurent, a intenção era oferecer ao público um filme de ação com mulheres em que elas também fossem engraçadas. Segundo a diretora, os filmes do gênero sempre apresentam suas protagonistas como mulheres intimidadoras. Além disso, ela também queria que o trio fosse visto como um grupo de garotas no qual você quer sair para se divertir.
“As Ladras” é de muitas formas empoderador. Não apenas por retratar mulheres que assumem o controle, mas que são livres, que são sensíveis, sofrem (às vezes) por um homem, mas logo partem para outra, vivem suas vidas de forma intensa, cheia de amor, delicadeza e sinceridade. Elas não tentam ser como homens. Elas são mulheres em cada centímetro de suas personalidades e corpos. Femininas, fortes, sensíveis, e bonitas cada uma à sua forma. E elas são diversas.
Outra qualidade palpável em “As Ladras” é sua estética estilizada, colorida, clara e cheia de charme. Há alguns efeitos especiais, mas nada muito extravagante. Pelo contrário, o filme tem o mérito de ser uma ação sem explodir centenas de cenários.
Filme: As Ladras
Direção: Mélanie Laurent
Ano: 2023
Gênero: Comédia/Ação
Nota: 8/10