A vida do professor não é fácil no Brasil. O cara rala, rala, rala e ganha uma miséria. Aí, o professor está lá, tentando descansar, assistindo ao seu futebolzinho de domingo. Então, o jogo acaba e acontece aquela entrevista com o jogador. E o que o jogador fala?
— A gente fizemos o que o professor mandou e graças a Deus saímo com a vitória.
O professor, diante de sua TV, quase se engasga com a sua cervejinha.
— Eu não mandei nada!
Logo o professor volta a si e percebe que é claro que não foi com ele. Imagina se algum aluno dele falaria errado daquele jeito! Como todos sabemos, o tal professor a que o craque se refere é o treinador do seu time.
Isso enfurece ainda mais o professor que dá aulas, mas que não treina nenhum time.
Então o professor que dá aulas tem uma ideia:
“Caraca! A única saída que eu tenho para ganhar um salário digno é virar técnico de futebol!”
E pensando assim, vários professores já deixaram a sala de aula e resolveram arriscar a vida na beira do campo, passando a ser “professores” de jogadores.
E estão se dando bem!
Professores de Matemática são bons de números, bons para manipular as estatísticas para provar que apesar de perder todas, o time está jogando bem.
Professores de Português melhoram bastante o nível das entrevistas dos jogadores.
Professores de Física são bons para ensinar os jogadores a estudar a trajetória da bola e assim finalmente acertarem alguns passes.
Professores de Geografia são ótimos para ensinar onde ficam o Cazaquistão, o Azerbaijão e outros estranhos países, cujos times andam contratando jogadores brasileiros.
Professores de História são bons para explicar aos jogadores por que talvez não seja uma boa eles aceitarem um contrato para jogar no Dínamo de Kiev.
É verdade que até agora os professores escolares que viraram professores futebolísticos não se deram bem, não se sabe de nenhum que tenha conquistado algum campeonato. Mas quem é que está preocupado com isso? Afinal, toda vez que um professor de bola é demitido acaba ganhando uma tremenda grana de indenização!