Com Brad Pitt e Sandra Bullock, filme que acaba de estrear na Netflix é como tirar pequenas férias das preocupações Kimberly French / Paramount Global

Com Brad Pitt e Sandra Bullock, filme que acaba de estrear na Netflix é como tirar pequenas férias das preocupações

Uma releitura de “Tudo por uma Esmeralda”, de Robert Zemeckis, “Cidade Perdida” é uma aventura coescrita por Oren Uziel, Dana Fox e Adam Nee e dirigida por Adam com seu irmão, Aaron. Estrelado por Sandra Bullock que, na realidade, é uma das idealizadoras e produtoras do projeto, ao lado de Brad Pitt, ela foi responsável pela contratação dos irmãos Nee e fazia parte do pacote comprado pela Paramount Global.

O enredo gira em torno de Loretta Sage (Bullock), uma escritora reclusa que, após perder o marido arqueólogo, sente que perdeu a inspiração e a vontade de escrever. Ela é autora de uma série de livros best-sellers de aventura, cujas capas são ilustradas pela foto de seu personagem Dash, um modelo que, na realidade, se chama Alan (Channing Tatum).

Em uma entrevista para o lançamento do livro mais recente da série, ela anuncia que o próximo será, também, o último da saga, para o desespero de sua agente, Beth (Da’Vine Joy Randolph). Na saída do local do evento, Loretta é sequestrada por uma dupla de capangas que a levam ao encontro do magnata excêntrico Abigail Fairfax (Daniel Radcliffe). Ele acredita que Loretta é a única capaz de encontrar o túmulo e a coroa do rei de uma sociedade antiga e extinta, devido às informações contidas em um dos livros da autora. Então, Abigail sequestra Loretta e a leva para uma ilha perdida, onde a suposta cidade que esconde os artefatos foi coberta por um vulcão. Com um pedaço de manuscrito à disposição, Abigail quer que Loretta faça a tradução dos símbolos e descubra a localização do MacGuffin.

Enquanto isso, Alan, que secretamente alimenta uma paixão pela escritora, planeja resgatá-la, assim como faz o herói do livro. Ele contrata o mercenário Jack Trainer (Brad Pitt) para ir até a ilha com ele e salvar Loretta. Com isso, Alan pretende mostrá-la que ele é muito mais que apenas uma bela capa, que tem conteúdo.

Durante o resgate, a autora parece muito mais seduzida por Jack que por Alan. No decorrer da aventura, ele terá de demonstrar muito mais coragem, habilidade, inteligência e charme do que previa. Enquanto os capangas de Abigail tentam recuperar a refém, Loretta parece se aproximar de uma resposta para o enigma do MacGuffin.

“Cidade Perdida” permitiu que os irmãos Nee experimentassem um tipo de projeto completamente diferente do que eles estavam habituados. Realizadores de trabalhos independentes e com um orçamento mais modesto, como “The Last Romantic” e “Band of Robbers”, eles dificilmente se imaginariam trabalhando nos mesmos sets que Sandra Bullock, Channing Tatum e Brad Pitt em um filme de 70 milhões de dólares. A arrecadação do título também não foi mal, angariando quase 200 milhões nos cinemas.

Uma forma dos Nee adaptarem o enredo ao seu próprio estilo foi transformando os personagens em pessoas que, assim como eles, se sentiam peixes fora d’água. Tanto Loretta quanto Alan são medrosos e nada aventureiros até caírem de paraquedas no meio da selva em uma cidade perdida. Adam e Aaron também se sentiam aterrorizados em um terreno desconhecido. Nada mais justo que criar uma identificação entre os criadores e sua obra.

O filme foi lançado em 2022, após o fim do isolamento social. Uma ideia também era trazer uma história que pudesse levar os espectadores, depois de tanto tempo presos em suas casas, para lugares abertos, selvagens e inimagináveis. A ideia funcionou, porque “Cidade Perdida” atraiu uma legião para os cinemas.


Filme: Cidade Perdida
Direção: Adam Nee e Aaron Nee
Ano: 2022
Gênero: Aventura/Comédia/Romance
Nota: 8/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.