Desligue o cérebro e mergulhe na comédia romântica terapêutica na Netflix, que é remédio para o coração Barry Wetcher / Lionsgate

Desligue o cérebro e mergulhe na comédia romântica terapêutica na Netflix, que é remédio para o coração

Uma adaptação hollywoodiana da comédia francesa “Mon Frère se Marie”, “O Casamento do Ano” reúne quatro ganhadores do Oscar — Robert De Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon e Robin Williams — em uma comédia familiar leve, divertida e nada conservadora. Aliás, se você for caxias demais em relação às convenções sociais, pode se surpreender negativamente com este filme, que busca explorar todas as nuances dos relacionamentos sem hipocrisia e sem medo de quebrar regras.

Tudo começa quando o caçula adotivo de uma família abastada de Connecticut decide se casar. Alejandro (Ben Barnes) nasceu na Colômbia e foi encontrado pelo casal Don (Robert De Niro) e Ellie (Diane Keaton) por meio de um programa humanitário. Quando eles o adotaram, já tinham um casal de filhos mais velhos, Jared (Topher Grace) e Lyla (Katherine Heigl). Anos mais tarde, Don e Ellie se separaram amigavelmente. Enquanto Ellie viajou para o Vietnã para se encontrar espiritualmente, Don recomeçou sua vida amorosa com Bebe (Susan Sarandon), melhor amiga de Ellie.

Após Ellie ficar 10 anos sem se encontrar com Don e Bebe, retorna para sua antiga casa para o casamento de Alejandro com Missy (Amanda Seyfried). Embora ainda seja estranho ver o ex-marido com sua ex-melhor amiga, Ellie tenta lidar com toda a situação da maneira mais madura e leve possível pelo bem de seus filhos. Lyla, que esconde da família sua recente separação do marido motivada por sua infertilidade, não se dá bem com o pai, que tenta forçar a todo momento uma reaproximação. Lyla culpa Don pela separação de seus pais e teme que ela seja, no fim das contas, parecida demais com ele.

Quando Alejandro decide convidar a mãe biológica, Madonna (Patricia Rae), e a irmã, Nuria (Ana Ayora), para seu casamento, as coisas ficam um pouco mais complicadas. Ele descobre que Madonna é terrivelmente religiosa e extremamente contra o divórcio. Então, ele pede para que Don e Ellie finjam que ainda estão casados. O pedido causa um verdadeiro rebuliço na família, já que durante todo o final de semana o ex-casal terá de fingir um casamento feliz e bem-sucedido. Já Bebe, magoada depois de organizar dedicadamente toda a cerimônia, se exila em um quarto de hotel e depois comparece ao evento como cerimonial. Enquanto isso, Jared se envolve sexualmente com Nuria, e Don se intromete na relação de Lyla com seu marido.

Disfuncional, mas extremamente amorosa, a família se desdobra para parecer perfeita diante de Madonna, que também tem seus segredos. No fim das contas, o malabarismo para fazer tudo parecer impecável não dá muito certo e as coisas vêm à tona. Apesar disso, tudo parece se ajustar no lugar certo para mostrar que a família já tem o que é mais importante: amor e união.

Provocativo e ousado, o filme dirigido e adaptado por Justin Zackham do roteiro de Jean-Stéphane Bron e Karine Sudan desagradou o público e a crítica mais conservadora, que não gostou de ver os padrões familiares tão desconstruídos assim. “O Casamento do Ano” pode não ser um filmaço memorável, mas é uma adorável crônica familiar sobre como um lar de pessoas que realmente se ama e se aceita em suas diferenças se mantém firme mesmo com todos os perrengues. Leve, cativante e charmoso, essa comédia é o programa perfeito para esvaziar a mente e esquecer dos problemas.


Filme: O Casamento do Ano
Direção: Justin Zackham
Ano: 2013
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 8/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.