Cada região do mundo tem um grande assunto para a ficção enfrentar, tanto no presente como no passado. Segundo Perry Anderson, os africanos e indianos lidam com questões do colonialismo. Europeus carregam o peso do nazismo e da migração atual oriunda de suas antigas colônias. Os norte-americanos possuem o fardo da escravidão e da paranoia de ser uma potência imperialista. Já a literatura da América Latina, diz o historiador, vive a memória catastrófica das ditaduras militares do século 20.
Na América do Sul especificamente, há uma linha do tempo que vai do golpe brasileiro, em 1964, ao fim do governo Augusto Pinochet nos anos 1990. Foi uma longa “noite”, para usar a conhecida metáfora, que durou quase trinta anos. Escritores e escritoras mergulharam, de início, no choque da chegada dos militares ao poder. Ao longo dos anos, vieram as reflexões aprofundadas. Uma prosa de ficção que busca decifrar o horror, elaborar o luto, o trauma daquele período, e construir um “arquivo do mal”.
A inovação das ditaduras sul-americanas foi a lógica do desaparecimento de corpos. Trata-se mesmo de uma tecnologia de controle social. Os brasileiros se especializaram na criação de uma Justiça simulada. Prenderam-se milhares de opositores, mas “apenas” centenas foram assassinados e desaparecidos. Argentinos e chilenos acharam a escolha do Brasil um equívoco e partiram para algo mais simples: matar e ocultar os cadáveres. E se o morto era uma mulher grávida, sequestrava-se o bebê da vítima.
Mas não se pode concluir que os militares brasileiros pegaram mais leve do que chilenos e argentinos. Na verdade, os nossos vizinhos aperfeiçoaram práticas para suas ditaduras instaladas em 1973 (Chile) e 1976 (Argentina). Outro ponto em comum nos três países foi a decisão de conceder, inicialmente, uma anistia pelos assassinatos políticos. Nada de condenação sumária, como o Tribunal de Nuremberg para os nazistas, e muito menos a ideia da África de Sul de uma comissão da verdade depois do Apartheid.
Mesmo com a política da amnésia, a ferida na memória chegou a níveis tão elevados que chilenos e argentinos vêm julgando os casos extremos de crimes cometidos por agentes do Estado. O Brasil, por sua vez, se limitou a uma versão leve de comissão da verdade que, apesar de fraca, reavivou ressentimentos, causando imenso dano político. Enquanto não se resolve a questão legal, jurídica, política, as artes continuam a fazer o ajuste de contas da História, por meio de romances, filmes e livros de memórias.
Cicatrizes em carne viva
É possível montar um mapa da escrita de ficção que se produziu no calor da hora e que ainda se faz para tratar das ditaduras no Brasil, na Argentina e no Chile. A contra-narrativa começou pela figuração dos personagens da resistência aos governos militares no Cone Sul: os jovens que mergulharam na guerrilha. São eles os protagonistas que contaram inicialmente o que estava proibido pela censura.
Ao longo do tempo, surgiram outras figuras (as mulheres, as famílias, os pobres e, sobretudo, as crianças). No Brasil, a produção literária sobre a ditadura tem fases que podem ser agrupadas de acordo com marcos históricos. Um primeiro momento vai de 1964 a 1979 — este o ano da anistia e da sinalização de que haveria retorno à democracia. Os romances “Pessach: A Travessia”, de Carlos Heitor Cony, e “Quarup”, de Antônio Callado, mostram dilemas dos intelectuais e a opção pela luta armada na década de 1960. Aquele foi o momento de crença na revolução comunista e de mergulho nas alternativas radicais.
À moda do realismo fantástico, Erico Verissimo escreveu “Incidente em Antares” (1971), que muito popular virou uma série de televisão. Um grupo de mortos ressuscita numa pequena cidade gaúcha em dezembro de 1963, véspera do golpe de Estado. O autor de “O Tempo e o Vento” recria o ambiente caótico do país e refaz a História da região a partir da trajetória de duas famílias. A obra é um caso exemplar do recurso alegórico, muito utilizado na época para driblar a censura oficial.
O clima quente da época aparece em “As Meninas” (1973), de Lygia Fagundes Telles. O livro tem uma estrutura sofisticada, feita pelas perspectivas próprias das personagens Lia, Lorena e Ana Clara. Foi uma obra relevante por inserir o olhar feminino. Também são inovadoras as narrativas que deslocam o espírito da época para os hospitais psiquiátricos, também um espaço de prisão: “Armadilha para Lamartine”, de Carlos Sussekind, e “Quatro Olhos”, de Renato Pompeu, ambos de 1976.
Poucas criações, no entanto, atingiram o patamar estético de “Poema Sujo” (1976), de Ferreira Gullar. Exilado na Argentina e prevendo sua morte, o escritor maranhense escreveu um imenso poema, no qual colocou o dedo na garganta e pôs para fora todas angústias e memórias de infância. Vinte anos depois, as mesmas lembranças de Gullar retornaram na forma de prosa em “Rabo de Foguete” (1998), um relato da exasperação do passado e com a calma da velhice que havia chegado de vez para ele.
Tempo de reflexão
A segunda fase no Brasil pode ser chamada de começo da reflexão, de 1979 a 1995, quando se constituiu a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Os inauguradores foram as memórias da guerrilha “O Que é Isso, Companheiro?” (1979), de Fernando Gabeira, e “Os Carbonários” (1980), de Alfredo Sirkis. Dois best-sellers que informaram a nova geração a respeito do passado recente. Ambos os livros serviram de base para a série “Anos Rebeldes” (1992), que colocou a ditadura no debate público.
Outra referência enorme foi “Feliz Ano Velho” (1982), as memórias de Marcelo Rubens Paiva. Entrou em cena a voz de um jovem que teve o pai assassinado e desaparecido pelo regime militar e que, além disso, trazia drama pessoal de ser uma pessoa paraplégica. O livro acabou sendo um retrato do país da abertura política, chegando a virar filme e peça de teatro. Paiva retomou suas memórias da ditadura em “Ainda Estou Aqui” (2015), que tem sua mãe no centro da narrativa.
O final da ditadura teve duas obras marcantes e reflexivas: os romances “Em Liberdade” (1981) e “Stella Manhatan” (1985), de Silviano Santiago. O primeiro inventou um diário fictício do escritor Graciliano Ramos ao sair da prisão no Estado Novo. Fez-se a ponte do então presente com a era Vargas. Já o segundo é uma explosão criativa ao mostrar uma comunidade de brasileiros na Nova York do final dos anos 1960. Há dedos-duros, guerrilheiros exilados e figuras gays — uma novidade no tema da ditadura.
Igualmente criativo foi o romance épico “Viva o Povo Brasileiro” (1984), de João Ubaldo Ribeiro, que narra quatro séculos da História do Brasil. O cenário é a ilha de Itaparica na Bahia, tendo uma alminha que troca de corpo a cada geração. O ponto de chegada do livro se passa em 1972, com torturas em terras baianas e alta corrupção nos velhos fazendeiros que viraram donos de bancos. É quase impossível resumir a riqueza de personagens e a escrita satírica usada para representar militares e símbolos nacionais.
Acerto de contas
A década de 1990 é um período central para a memória do país ao ter início a ideia de Justiça Restaurativa. Se a Anistia de 1979 barrou a punição dos crimes de agentes do Estado, tornou-se necessário criar mecanismos para, ao menos, reconhecer a existência de desaparecidos políticos. Nenhuma obra foi tão sutil, profunda e sofisticada quanto o romance “Os Bêbados e os Sonâmbulos” (1996), de Bernardo Carvalho, para tratar do tema. O leitor deve ter os olhos bem abertos para desvendar a trama.
Em 1995, a criação da Comissão de Mortos e Desaparecidos inaugurou a nova etapa de reflexão. Mas ninguém esperava pelo surgimento, naqueles anos, de um olhar reflexivo tão agudo como o de Paulo Lins em “Cidade de Deus” (1997). Ele narra o lado “B” do milagre econômico e da ditadura: o surgimento da neofavela carioca entre 1966 e 1982. Mais do que torturas e desaparecimentos de corpos, o legado da ditadura foi a miséria das metrópoles, tendo início o crime organizado e o tráfico de drogas. No período de 1995 a 2009, são publicados livros de altíssima qualidade literária com o tema da ditadura. Às vezes, pode ser apenas o trecho de um romance, como “Dois Irmãos” (2009), de Milton Hatoum. Outros têm o formato de narrativa breve — a novela “A Mancha” (2004), de Luis Fernando Verissimo, da série “Vozes do Golpe”. Esta série inclui ainda o belíssimo conto “Mãe Judia”, de Moacyr Scliar. Duas obras despretensiosas, mas que possuem uma profundidade impressionante.
Os primeiros anos do século 21 acentuaram o grau de reflexão. O golpe completou 40 anos em 2004, e um partido de esquerda repleto de ex-guerrilheiros assumira o comando do país. Haveria, enfim, a revisão da anistia brasileira? O Brasil seguiria o caminho de revisionismo do Chile e da Argentina? Como se veria anos depois, a temática da ditadura voltou com força, mas na forma de ressentimento conservador e da eleição de um herdeiro da linha dura militar para a Presidência da República em 2018.
As melhores obras do período foram “Não Falei” (2004), de Beatriz Bracher; “Azul Corvo” (2010), de Adriana Lisboa; e “O Punho e a Renda” (2010), de Edgard Telles Ribeiro. As duas autoras trazem a novidade do olhar feminino, voltado aos detalhes. São trabalhos de grandes autoras. Já o autor veterano (diplomata de carreira) colocou a tripas de fora de sua instituição de origem (o Ministério das Relações Exteriores), ao criar colaboracionistas do regime nas embaixadas da América do Sul.
Verdade interditada
Nessa linha evolutiva, a etapa seguinte e atual começa no ano de 2009, cujo marco foi a decisão de se fazer uma Comissão Nacional da Verdade, nos moldes da África do Sul. Trata-se de um período em que a questão da memória se estabelece de vez e surgem os livros de reflexão bem mais elaborada. Também ocorre o retorno dos militares ao poder, agora eleitos pelo voto popular e democrático em 2018. Uma extrema-direita popular que encontra respaldo firme em, pelo menos, 20% da população.
Mas a Comissão da Verdade perdeu força e mal conseguiu concluir seus trabalhos. De novo, coube às artes entrar de cabeça na memória coletiva e tirar suas conclusões. O romance “K. — Relato de uma Busca” (2011), de Bernardo Kucinski, reconstrói pela ficção a busca do pai do autor pelo corpo de sua filha desaparecida política. É um livro duro, sujo e que exige do leitor o esforço de acompanhar aquela história sórdida e absurda. O escritor fez uma continuação da obra com “Os Visitantes” (2016). Nos últimos anos, um dos projetos mais ambiciosos é a trilogia “O Lugar mais Sombrio”, de Milton Hatoum, que já tem dois volumes: “A Noite da Espera” (2017) e “Pontos de Fuga” (2019).
O leitor fica diante da maestria da escrita na reconstituição da vida de um personagem que sofre o trauma da perseguição em Brasília e parte para o exílio na França. A ficção pós-ditatorial ganhou um mestre da linhagem de um Gustave Flaubert, também ele um especialista no olhar para o trauma coletivo.
Mais recentes, três romances merecem atenção. O livro “A Resistência” (2015), de Julian Fuks, não toca diretamente no tema da ditadura, mas estão lá a família de exilados argentinos que se muda para o Brasil e a história enigmática de um filho adotivo. O horror de que esse filho (irmão do narrador) possa ser um bebê sequestrado ronda a obra toda. E do olhar feminino, brotam “Humanos Exemplares” (2022), de Juliana Leite, e “O Corpo Interminável” (2019), de Claudia Lage.
Cone Sul
O que diferencia os brasileiros dos vizinhos argentinos e chilenos, é a questão da memória política no debate público. Aqui, reina a política da amnésia. O Chile discute atualmente a herança da Constituição deixada pela ditadura. A reforma constitucional foi provocada por uma onda inédita de protestos de rua nos últimos anos, levando à eleição de um líder dos manifestantes (Gabriel Boric) para a cadeira de presidente do país. A Argentina vive uma crise econômica e política que remete aos tempos dos militares.
A memória da ditadura argentina teve um marco incontestável na cultura, a partir do êxito mundial do filme “A História Oficial” (1985), de Luis Puenzo. Tornaram-se conhecidos o grupo das mães e avós da Praça de Maio e a inacreditável histórias de bebês sequestrados. No lado menos desconhecido do grande público, a literatura argentina já vinha com a publicação de altíssima qualidade, com os romances “Ninguém Nada Nunca” (1980), de Juan José Saer, e “Respiração Artificial” (1980), de Ricardo Piglia.
Em “Ninguém Nada Nunca”, Saer trata de uma série inexplicável de mortes de cavalos numa cidade do interior. O clima de vazio, um terror em volta, remetem ao contexto da ditadura argentina. A narrativa se faz de sons, silêncios, poucas palavras ditas. Em 1986, o mesmo autor tocou no tema da guerrilha urbana com o romance “Glosa”. Os militantes carregam no bolso os comprimidos de veneno para tomar caso venham a ser presos. Uma minúscula pílula dá a dimensão do horror pelo qual passava o país. Ricardo Piglia foi um dos mais autores mais reconhecidos pelo domínio no trato da questão da ditadura. Sua “respiração artificial” sintetiza o que se passava na época. O narrador do romance é um leitor de documentos e cartas de família, a partir dos quais brota a escrita. Não se trata mais do guerrilheiro que, tal qual Ulisses, luta mil batalhas, retorna para casa e conta sua odisseia. Piglia cria a figura do personagem que decifra o passado e o presente, e sobretudo imagina coisas impensáveis.
Ainda nos anos 1980, um livro de grande repercussão na Argentina foi “Os Pichicegos” (1983), de Rodolfo Enrique Fogwill. O cenário da obra é a Guerra das Malvinas, o desastroso conflito com a Inglaterra e que, como efeito positivo, resultou na expulsão dos militares do poder. Em clima de absurdo, o autor imagina um grupo de soldados argentinos sobreviventes e desertores que decidem criar uma comunidade subterrânea na ilha, chamada de Falklands pelos ingleses. Da safra recente, uma obra muito interessante é “Duas Vezes Junho” (2002), de Martin Kohan. O romance trata do caso de desaparecimento de um bebê, filho de uma mãe torturada. Um dos personagens solta a frase que já virou clássica: “A partir de que idade se pode comesar a torturar uma criança?”. O erro da grafia da palavra “começar” e a dúvida absurda geram incômodo no leitor. Já em “Ciências Morais” (2007), Kohan observa a ditadura por meio do microcosmo de uma escola. Chama a atenção o olhar estrangeiro para a experiência traumática da Argentina. Há os romances “História da Noite” (1996), de Colm Tóibin, e “O Ministério de Casos Especiais” (2007), de Nathan Englander. Também importante é a visão de “fora” no livro “O Espírito dos Meus Pais Continua a Subir na Chuva” (2011), de Patrício Pron. O autor é argentino, filho de militantes contrários à ditadura, e vive na Espanha, de onde pode observar os restos da História do seu país, já colapsado no século 21.
Memória invencível
Olhando para o Chile, a situação parece curiosa e distante do cenário brasileiro. Até tempos atrás, a percepção é que o país havia conseguido equilibrar as tensões deixadas pela ditadura de Augusto Pinochet. Houve a aposta política de manter os supostos ganhos econômicos do neoliberalismo e de trabalhar a questão da ferida aberta deixada pelos militares. A capital Santiago se apresentou ao mundo como um exemplo para lidar com a herança política, cultural, e o trabalho da memória.
Foi um susto grande, para quem estava de fora, ver a explosão nos últimos anos das manifestações de rua pedindo uma nova Constituição. Aquela nação dita pacificada viu o afloramento do inconformismo e revolta populares. Um ponto sensível foi a falência dos sistemas de previdência e de educação. Mas nada que os leitores da produção literária chilena não soubessem de antemão. Quem conhece a obra de Diamela Eltit sabe bem como se fez a aliança da ditadura com o liberalismo radical de mercado.
Um romance muito bom é “Formas de Voltar para Casa” (2011), de Alejandro Zambra. Integrante de uma nova geração, o autor construiu um fio da meada para mostrar os reflexos da ditadura numa família chilena a partir dos anos 1980. O ponto de vista é de uma criança – a perspectiva nova da realidade para explorar um tema tão sensível como o estado de exceção. A situação de emergência social, causada pelos militares, ganha mais intensidade por conta dos grandes terremotos de 40 anos atrás contados no livro.
A memória da infância também é a maneira usada por Nona Fernandez no romance “Space Invaders” (2013). Um grupo de amigos relembra as histórias de uma colega chamada Estrella, que desapareceu naqueles anos da ditadura. As conversas levam à descoberta de que o pai da menina era um alto funcionário do governo, evidentemente ligado aos militares. A reconstituição de uma trajetória individual permite que o leitor seja levado para uma compreensão mais ampla da sociedade chilena. As duas novas narrativas se filiam à tradição da literatura chilena que, num primeiro instante, produziu o belíssimo “Caso de Campo” (1978), de José Donoso. Ganhou o mundo com o romance “Casa dos Espíritos” (1982), de Isabel Allende. Plateias teatrais pelo planeta todo se assombraram com a história de “A Morte e a Donzela” (1991), de Ariel Dorfman. E finalmente, surgiu o olhar exilado de Roberto Bolaño, com as obras-primas “Noturno do Chile” (2000) e “Estrela Distante” (1996).
O poder tenta sempre controlar o imaginário das pessoas, sendo por meio da censura oficial ou pelas barreiras criadas pelas “leis” de mercado. O fato é que a produção literária no Brasil, na Argentina e no Chile topou o desafio de construir um arquivo cultural das ditaduras do Cone Sul. O que fica claro para os leitores dos livros sobre as ditaduras é que não se pode mais acreditar na ideia progresso. Restaram escombros de aventuras com torturas, desaparecimentos e produção de miséria urbana.
Edições brasileiras de livros sobre ditaduras na América do Sul
Argentina
Juan José Saer: Ninguém Nada Nunca (1980)
Ricardo Piglia: Respiração Artificial (1980)
Rodolfo Enrique Fogwill: Os Pichicegos (1983)
Tununa Mercado: Em Estado de Memória (1990)
Martín Kohan: Duas Vezes Junho (2002) e Ciências Morais (2007)
Tomás Eloy Martinez: Purgatório (2009)
Martín Caparrós: A Quem De Direito (2008)
Patrício Pron: O Espírito dos Meus Pais Continua a Subir na Chuva (2011)
Colm Tóibin: História da Noite (1996)
Nathan Englander: O Ministério de Casos Especiais (2007)
Chile
José Donoso: Caso de Campo (1978)
Isabel Allende: Casa dos Espíritos (1982)
Ariel Dorfman: A Morte e a Donzela (1991)
Roberto Bolaño: Noturno do Chile (2000) e Estrela Distante (1996)
Alejandro Zambra: Formas de Voltar para Casa (2011)
Nona Fernandez: Space Invaders (2013)
Brasil — 1964-1979
Carlos Heitor Cony: Pessach: A Travessia (1967)
Antônio Callado: Quarup (1967)
Erico VerIssimo: Incidente em Antares (1971)
Lygia Fagundes Telles: As Meninas (1973)
Ferreira Gullar: Poema Sujo (1976) e Rabo de Foguete (1977)
1979-1995
Fernando Gabeira: O Que é Isso, Companheiro? (1979)
Alfredo Sirkis: Os Carbonários (1981)
Marcelo Rubens Paiva: Feliz Ano Velho (1982)
Luiz Roberto Salinas: Retrato Falado (1988)
Silviano Santiago: Em Liberdade (1981) e Stella Manhatann (1985)
João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro (1984)
1995-2009
Bernardo Carvalho: Os Bêbados e os Sonâmbulos (1996)
Milton Hatoum: Dois Irmãos (2000)
Luis Fernando Verissimo: A Mancha (2004)
Moacyr Scliar: Mãe Judia (2004)
Beatriz Bracher: Não Falei (2004)
Adriana Lisboa: Azul Corvo (2010)
Edgard Telles Ribeiro: O Punho e a Renda (2010)
2009-Hoje
Bernardo Kucinski: K. — Relato de Uma Busca (2014) e Os Visitantes (2016)
Julian Fuks: A Resistência (2015)
Milton Hatoum: A Noite da Espera (2017) e Pontos de Fuga (2019)
Claudia Lage: O Corpo Interminável (2019)
Juliana Leite: Humanos Exemplares (2022)