Baseado no romance homônimo de Philip Reeve, “Máquinas Mortais” é um filme de 2018, dirigido por Christian Rivers e adaptado para as telas por Peter Jackson, Philippa Boyens e Fran Walsh. Os direitos do livro foram comprados por Peter Jackson ainda em 2009, mas o anúncio de que o filme seria transformado em filme só veio em 2016. A escolha por Rivers foi do próprio Jackson, por conta de suas inúmeras colaborações juntos, incluindo “King Kong”. Uma coprodução estadunidense e neo-zelandeza, o longa-metragem com orçamento estimado em mais de 100 milhões de dólares não teve o desempenho que se esperava nas bilheteria e acabou dando um prejuízo estratosférico de mais de 150 milhões.
Mas é importante frisar que a estética de Rivers para o filme realmente funciona. Com efeitos de tirar o fôlego, a trama futurista e distópica segue Hester Shaw (Hera Hilmar), uma jovem guerreira com uma cicatriz no rosto e um passado misterioso. Ela se une aos excluídos Tom Natsworthy (Robert Sheehan), Anna Fang (Jihae) e o capitão Khora (Regé-Jean Page) para combater uma ameaça global.
Filha de uma destacada arqueóloga chamada Pandora, Hester viu sua mãe ser morta por um antigo amigo, Thaddeus Valentine (Hugo Weaving), depois da descoberta de um item misterioso, que mais tarde se revela um software de computador que tem controle sobre uma arma de energia quântica . Resgatada por um homem ressuscitado, Shrike (Stephen Lang), uma figura trágica metade humano e metade robô, ela é criada até que uma Londres que se move sobre rodas e engole as cidades ao seu redor chega em Outlands e Hester tem a chance de se reencontrar com Thaddeus, não apenas para vingar a morte de sua mãe, mas impedí-lo de traçar um plano maligno de dominação de todos os territórios e a desolação da espécie humana.
Thaddeus passa por cima da autoridade de Magnus Chrome (Patrick Malahide), líder de Londres, para ir até o fim em seus objetivos de poder, controle e dominação, mas não espera que uma outra antagonista surja em seu caminho: sua filha, Katherine (Leila George), que descobre graças a Bevis Pod (Ronan Reftery), o traidor que seu pai realmente é.
Visualmente, “Máquinas Mortais” é magnífico. Não poderia ser diferente, já que conta com quase a mesma equipe de arte que realizou as franquias completas de “O Senhor dos Anéis”, “O Hobbit” e “Avatar”, entre elas a Weta Digital, fundada pelo próprio Peter Jackson.
Os efeitos especiais são partes essenciais na narrativa, já que o universo descrito por Reeves em seus livros possui uma natureza grandiosa e futurista. Cidades inteiras tiveram de ser criadas em sets de gravação e por computador, mas o desafio maior era torná-las móveis. Londres, a mais complexa delas, precisou ser meticulosamente detalhada em seu projeto. Sua estética steampunk também foi essencial para dar aos cenários seu estilo único e que mescla passado e futuro.
As cenas que em que cidades maiores consomem as menores também foram extremamente difíceis de realizar, exigindo uma combinação de animação, simulação e renderização para um efeito ultrarrealista. Além disso, personagens, como Shrike, também foram criados a partir de CGI.
Apesar de toda a dedicação em criar uma obra dessa magnitude, o desempenho decepcionante nas bilheterias foi atribuído, por críticos, por não ter tido uma campanha de marketing à sua altura. Segundo vários especialistas, a equipe que divulgou o filme não conseguiu capturar o interesse do público que não estava familiarizado com o material antes de sua estreia. Além disso, “Máquinas Mortais” foi lançado em dezembro de 2018, quando outros filmes aguardadíssimos também entraram em cartaz, como “Aquaman”, “Bumblebee”, “Aranha no Aranhaverso” (um dos mais bem-recepcionados da época) e “Creed 2”.
Filme: Máquinas Mortais
Direção: Christian Rivers
Ano: 2018
Gênero: Aventura/Ação/Fantasia
Nota: 8/10