Um dos filmes mais caros da história do cinema está na Netflix, e talvez você ainda não tenha assistido Niko Tavernise / Paramount Pictures

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Darren Aronofsky, um cineasta contemporâneo renomado por obras como “Réquiem para um Sonho” e “Cisne Negro”, se aventurou em 2014 a trazer para as telonas a história bíblica de “Noé”. Esta narrativa do Velho Testamento, que descreve o patriarca hebreu encarregado de salvar a humanidade de um dilúvio, é talvez uma das mais desafiadoras para se adaptar ao cinema, principalmente pela sua profundidade mística e a expectativa de fidelidade.

A verdade é que nenhuma adaptação cinematográfica pode capturar completamente o espírito de sua fonte literária. Esta máxima é ainda mais evidente quando se trata de textos sagrados. Entretanto, Aronofsky, ao adaptar “Noé”, não buscou uma reprodução literal. Inspirando-se também na HQ “Noé: Pela Crueldade dos Homens”, ele teceu uma trama que, embora fiel em espírito, tomou liberdades criativas, explorando profundidades do personagem e dando a ele nuances não vistas na narrativa original.

A interpretação de Aronofsky ofereceu ao público um Noé multifacetado, mostrando-o não apenas como o eleito de Deus, mas também um homem com conflitos internos e dilemas morais. Este enriquecimento do personagem foi possível graças à colaboração no roteiro com Ari Handel, um neurocientista que Aronofsky conheceu em Harvard.

Porém, o filme não escapou de críticas. Enquanto a atuação magistral de Russell Crowe foi amplamente aclamada, a estética do filme dividiu opiniões. Muitos criticaram os efeitos especiais, sentindo que, apesar de um orçamento robusto, o resultado parecia menos refinado do que deveria. Este aspecto visual foi apontado como um ponto de distração, com críticos e público questionando as escolhas estilísticas.

Por outro lado, o elenco estelar, incluindo Jennifer Connelly, Logan Lerman e Emma Watson, foi elogiado pela profundidade e autenticidade que trouxeram a seus respectivos papéis. Cada ator contribuiu para a tapeçaria rica e complexa do filme, garantindo que a narrativa se mantivesse cativante do início ao fim.

Em resumo, “Noé” de Aronofsky é um testemunho da capacidade do cinema de reinventar e reinterpretar histórias clássicas, oferecendo ao público uma nova lente através da qual ver e refletir sobre temas atemporais. Seja você um entusiasta bíblico ou um amante do cinema, “Noé” é uma obra que desafia, provoca e, acima de tudo, encanta.


Filme: Noé
Direção: Darren Aronofsky
Ano: 2014
Gênero: Ação/ Aventura / Drama
Nota: 8/10