“The Seven Deadly Sins” é um filme dividido em duas partes de aproximadamente 54 minutos cada e narra uma jornada arturiana em que o personagem principal é o guerreiro Tristan (sim, o que faz par romântico com Isolda na lenda). Dirigido por Bob Shirohata e coescrito por Rintarou Ikeda e o autor do mangá, Nakaba Suzuki, a história se passa 14 anos depois dos eventos da série homônima.
Filho de Meliodas, do Clã Demoníaco, e de Elizabeth, do Clã da Deusa, Tristan tem a alma dividida entre o bem e o mal e detém poderes grandes demais para serem controlados. O reino está pacífico há mais de uma década, mas repentinamente uma nova ameaça ressurge das sombras.
Fadas e cidadãos do Clã dos Gigantes começam a desaparecer. A rainha Elizabeth é amaldiçoada e o guerreiro Tristan precisa sair em busca de um ex-Cavaleiro Sagrado e impedir que o mal destrua sua terra e todos a quem ama. Embora ele tenha boas intenções e sonhe em se tornar um cavaleiro, Tristan tem o coração torturado, porque ele também sente um desejo incontrolável de ferir pessoas. E o faz, atentando violentamente contra Lancelot, seu amigo e companheiro de aventura, durante um treinamento.
Tristan está assustado com suas capacidades e sua jornada paralela para o Reino de Edimburgo para combater os inimigos torna o dilema ainda mais complexo. Enquanto isso, um exército de armaduras vazias avança para concretizar o mal que lhes foi ordenado. A primeira parte é finalizada sem muita ação e corta no meio de uma cena que parecia engatar para uma luta épica. É mais como uma preparação do terreno para o que há de vir.
Na segunda metade da história, que teve sua estreia oito meses depois da primeira parte, Tristan e Lancelot travam batalhas hercúleas contra Deathpierce e Priest e recebem o reforço dos Sete Pecados Capitais, guerreiros lendários acusados de um massacre ocorrido há muitos anos atrás e nomeados, cada um, com o nome de um pecado capital. Durante a jornada, Tristan trava batalhas internas morais, enquanto é provocado por Lancelot, que quer ajudá-lo a explorar seus potenciais.
Uma mistura de desenho analógico com digital, “The Seven Deadly Sins” explora uma paleta pastel com efeitos de sobreposição e cheia de texturas. Na minha opinião, lembra um pouco jogos de videogame, o que parece um pouco ofensivo para os fãs originais da série, que criticaram veementemente os novos designs. Nunca é fácil agradar os adoradores mais fanáticos de absolutamente nada. Eu, pessoalmente, acho esteticamente bonito e chamativo.
Se você, assim como eu, não assistiu à série e não leu o mangá, pode demorar a ganhar interesse na história e a se conectar com os personagens, já que o filme relaciona muitas situações aos acontecimentos de lá. Pode ser confuso e cansativo tentar pular para dentro do trem em movimento nos trilhos.
A segunda parte já é mais voltada para a ação e pode empolgar um pouco mais os fãs originais de “The Seven Deadly Sins”. Além disso, imagino que para quem ficou viúvo da série, é sempre bom poder matar saudades de seus personagens favoritos e sentir novamente aquela atmosfera fantástica da história.
Filme: The Seven Deadly Sins: Fúria de Edimburgo Parte 1 e 2
Direção: Bob Shirohata
Ano: 2022/2023
Gênero: Animação/Aventura
Nota: 8/10