Coescrito e protagonizado por Lovi Poe, a produção filipina “Estações do Amor” começa como uma comédia romântica e termina mais como um drama. É daqueles filmes que se espera que seja um clichê, uma comédia copiada das americanas, em que o mocinho e a mocinha precisam experimentar vários relacionamentos errados até entenderem que foram feitos um para o outro. A premissa é basicamente essa mesma, só que o enredo segue por caminhos improváveis e surpreende os espectadores em alguns momentos.
Não é apenas um filme sobre um casal de amigos que se apaixona depois de viverem tudo juntos. É uma história sobre ser tóxico e respeitar os limites das pessoas. Não, o assunto não é abordado de uma forma complexa, profunda e cheia de referências filosóficas e científicas. Tudo é contado de um jeito muito simples e acessível. A produção não é arrogante, pretenciosa ou intelectual. É um filme para todo mundo e serve, inclusive, para abstrair, relaxar, esquecer dos problemas.
No enredo temos o casal de amigos Kurt (Carlo Aquino) e Charlie (Lovi Poe). Os dois pulam de relacionamento em relacionamento sem muito sucesso, enquanto não levam a vida e as relações românticas tão à sério assim. Tudo muda quando Kurt conhece Jane (Sarah Edwards) e se apaixona. Charlie está saindo com Hans (Jolo Estrada), mas não é nada promissor. Quando ela percebe que seu amigo realmente embarcou em uma relação com um futuro, ela começa a se sentir insegura. Mas não é apenas isso, ela percebe que está com ciúmes porque é apaixonada por Kurt.
Constatando que deixou escapar o amor de sua vida, ela tenta forçar relações amorosas com caras que não a querem tanto assim. Apesar de ocupado com seu relacionamento, Kurt ainda encontra espaço e tempo para ouvir os desabafos da amiga sobre os foras que levou. Charlie está desesperada para ocupar seu coração e sua mente com alguém que a faça esquecer de Kurt. Só que ele ainda não sabe disso.
Após algumas saídas despretensiosas com alguns caras aleatórios, Charlie chega no amigo e lhe dá uma notícia impactante: ela está grávida de um rapaz com quem passou apenas uma noite. Ela sabe apenas o nome e a região onde ele mora. Então, Kurt e Charlie embarcam em uma jornada para encontrar o pai da criança e avisar sobre a gravidez.
Em meio à busca pelo genitor, os dois compartilham momentos íntimos e se apaixonam. Mas a história não termina aí e outras reviravoltas surgem para dificultar o romance. Os erros de Charlie comprometem sua relação com Kurt. Ela pode perdê-lo não apenas como um amante, mas como o companheiro que sempre foi. Então, ela precisa assumir seus defeitos e demonstrar algum respeito pelo amigo que a ama.
No fim das contas, temos quase duas horas de diversão e entretenimento, mas também podemos aprender algumas lições com Charlie. Seu egoísmo e falta de maturidade podem colocar não apenas sua amizade de anos com Kurt a perder, mas ela pode prejudicá-lo de ser feliz, afastá-lo de seu destino e frustrá-lo para sempre. Compreendemos que alguns amores devem permanecer platônicos, porque assim permanecem puros e intocáveis.