Uma adaptação do livro de Ernest Cline, “Jogador Nº 1” é um filme dirigido por Steven Spielberg e escrito por Zak Penn. Ambientado em um futuro distópico, o ano é 2045, quando o mundo se tornou um lugar caótico e sem esperanças. Uma realidade virtual chamada OASIS é o lugar para onde a maioria dos humanos fogem de suas vidas decadentes, vivendo por trás de um avatar e sem limites para as coisas que podem acontecer.
O OASIS foi criado pelo genial cientista da computação James Halliday (Mark Rylance) que, antes de morrer, incorporou um desafio em seu mundo virtual. Ele distribuiu três chaves invisíveis, que os jogadores devem encontrar solucionando enigmas. Quem descobrir as três chaves herdará não apenas a fortuna de trilhões de dólares de Halliday, mas também todo o OASIS.
O protagonista do filme é Wade (Ty Sheridan), que atende pelo codinome Z. Com a ajuda de um grupo de amigos, chamado High Five, entre eles Art3mis (Olivia Cooke), por quem Z se apaixona, ele tenta solucionar o desafio. Mas a disputa os colocará em muitos perigos reais.
O filme é quase 100% criado por meio de animação computadorizada e isso tornou essa produção bastante complexa. Em entrevista, o diretor Steven Spielberg contou que este foi o terceiro trabalho mais difícil de ser realizado de sua carreira, atrás apenas de “Tubarão” e “O Resgate do Soldado Ryan”. Os efeitos visuais foram feitos pela Industrial Light & Magic, com quem Spielberg teve de se reunir por três horas três vezes por semana.
Os espaços do mundo virtual são inspirados por diversos elementos da cultura pop, como o Hotel Overlook de “O Iluminado”, “King Kong”, “De Volta Para o Futuro”, “Star Trek”, “Star Wars”, “Jurassic Park”, dentre outros. Então, se você ama cultura pop, vai se deliciar descobrindo cada referência usada em OASIS.
Por causa da riqueza dessas animações, “Jogador Nº 1” disputou o Oscar de 2019 na categoria de efeitos visuais. Embora o favorito fosse “Vingadores: Guerra Infinita”, o vencedor surpreendeu e foi “O Primeiro Homem”. O filme da grife Spielberg pode não ter levado a estatueta dourada da Academia, mas concorreu a diversas premiações, entre elas o Bafta, Critics Choice, o Art Directors Guild, dentre outros.
Spielberg afirmou, também em entrevista, que o que o atraiu para o projeto, além das referências cinematográficas, foi a questão da realidade virtual, algo que deve se tornar cada vez mais presente no nosso cotidiano, principalmente após o anúncio do Metaverso. Os cientistas já preveem que poderemos viver perpetuamente por meio de avatares, que guardarão nossas memórias, emoções e pensamentos. Com um mundo cada vez mais digitalizado, chegará o momento em que a humanidade confrontará a questão entre viver no mundo real ou no virtual.
Além de quê, a internet pode até ser uma forma mais recente de escapismo, mas os humanos já tentavam antes fugir da realidade por outras mídias, como livros e filmes. Spielberg, que é um dos cineastas mais apaixonados por cinema que já pisou na Terra, é também um homem nostálgico, que adora revisitar grandes obras. Por meio de “Jogador Nº 1” ele pôde fazer isso. Mas não foi nada simples. De acordo com o diretor, foram três anos de negociações para conseguir os direitos de todos os elementos da cultura pop usados no filme e ele ainda revelou que a produção não conseguiu todos. Mesmo assim, foram muitas ligações e diálogos para colocar o filme nas telas.
“Jogador Nº 1” é um pouco complexo, na medida em que exige completa atenção e interesse de seu expectador para que se envolva na história e desvende, junto com seu protagonista, todos os desafios e enigmas. Embora não seja o melhor ou mais famoso filme de Spielberg, é uma produção para relembrar e degustar as grandes obras da Sétima Arte.
Filme: Jogador Nº 1
Direção: Steven Spielberg
Ano: 2018
Gênero: Ficção-Científica
Nota: 7/10