Assisti ao filme “Duna”, do diretor Denis Villeneuve. É, na minha opinião, um clássico! No romance de ficção científica, futurista, Duna, Frank Herbert enuncia: “Aquilo que se submete prevalece”. Nada mais certo. A sobrevivência depende da astúcia. Os seres mais duradouros não sobreviveram por milhões de anos, no universo, por serem intransigentes ou teimosos. Eles se adaptaram!
Duna é a saga de Paul Atreides, uma espécie de escolhido, chamado na doutrina do deserto, que terá que conquistar, para sobreviver, de Muad’Dib. O termo é usado pelo povo Fremen, um povo isolado, abandonado à própria sorte, que vive do deserto e de uma especiaria muito peculiar denominada Mélange, que fornece qualidades especiais àquele que o consome. Há em Paul, desde muito cedo, uma maturidade assustadora. É o herdeiro de uma casa de nobres guerreiros, filho do Duque Leto Atreides que, em obediência ao Imperador Padishah Shaddam IV, deixa o seu lar cheio de rios e florestas, chamado Caladan, para viver no planeta Arrakis, violento e perigoso, onde há a exploração contínua da especiaria produzida pelos gigantescos vermes do deserto. A segurança que a personagem transmite, sua potência e definição, se deve à excelente da atuação de Timothée Chalamet, que imerso em um ambiente onírico e devido à pressão da liderança é, muito cedo, um guerreiro hábil e um líder em profundidade.
“Duna”, tem diversos pontos positivos. A fotografia é primorosa. As naves sofisticadas e colossais preenchem a tela e enchem os olhos. São objetos magníficos, estruturas geométricas precisas, e uma obra de engenharia complexa e sóbria. Nada em “Duna” está sobrando. O figurino é belo, os cenários verossímeis e a trama real.
Uma personagem merece destaque. Dentre todas as Bene Gesserit, uma irmandade antiga composta apenas por mulheres, a mãe de Paul é a mais empática e especial. A mãe do escolhido, treina o filho não apenas como o herdeiro da Casa Atreides, mas com as habilidades particulares que ela conhece e domina. Como, por exemplo, a “voz”. A entonação rítmica e poderosa, do verbo, que é capaz de controlar mentes.
“Duna” é a primeira parte de uma saga que promete ser tão grandiosa quanto “O Senhor dos Anéis” ou “Vingadores”. Reúne muito dos dois mundos, pois trata de mística e tecnologia. É ainda sobre política, luta de classes, invasão e dominação. É sobre liberdade! Paul, o Muad’Dib, é um ícone fantástico da ficção. É o grande dominador do deserto e líder do povo maltratado Fremen. Paul é o produto da máxima filosófica Herbertiana, pois à medida que se submete ao deserto torna-se um dos seres mais poderosos de Arrakis.
Filmes: Duna
Diretor: Denis Villeneuve
Roteirista: Jon Spaihts, Denis Villeneuve e Eric Roth
Duração: 155 minutos
Onde assistir: HBO e Prime Video
Nota: 9/10