“Cartas para Julieta” é um filme com um ambiente romântico do início ao fim, comandado pelo diretor Gary Winick, que sabe perfeitamente como fazer a trama fluir, apesar de todos os clichês que rondam o gênero. Nesse cenário, o roteiro de José Rivera e Tim Sullivan se desenvolve de forma previsível, mesmo quando a trama parece prestes a seguir por caminhos diferentes, tudo retorna ao seu lugar, como a própria vida tende a fazer.
Amanda Seyfried assume o papel de Sophie, uma jovem que perambula pela Times Square em busca de indícios de uma história de amor emblemática. A fotografia de Alfred Eisenstaedt, que capturou um beijo apaixonado na celebração do fim da Segunda Guerra Mundial, serve de inspiração para a jornada de Sophie, a despeito das controversas revelações que vieram à tona muitos anos após o registro do beijo.
Na trama, Sophie é uma aspirante a escritora, cujo noivado com Victor, interpretado por Gael García Bernal, segue sem grandes surpresas. A história se desenvolve principalmente em Verona, a cidade imortalizada por Shakespeare como o cenário do romance trágico de Romeu e Julieta. É lá que Sophie descobre uma carta perdida durante meio século, e a trama principal se desenrola.
“Cartas para Julieta” traz um encanto particular nas entrelinhas, como na escolha de Vanessa Redgrave para interpretar Claire, uma mulher que deixou uma carta para Julieta há 50 anos atrás e que surge novamente na trama em busca de seu antigo amor. A história paralela de amor entre Sophie e Charlie, o neto de Claire, contribui para a dinâmica do filme.
A verdade é que “Cartas para Julieta” é uma trama romântica, sem grandes inovações. No entanto, há uma beleza intrínseca em sua simplicidade e na forma como se desenrola em Verona, um lugar tão emblemático quando se fala de amor.
Em sua essência, o filme é uma exploração das possibilidades do amor e de como esse sentimento pode se transformar e evoluir ao longo do tempo. Ele convida a audiência a se perder em suas paisagens deslumbrantes, nas histórias entrelaçadas de seus personagens e na atmosfera romântica que perpassa cada cena. “Cartas para Julieta” é uma celebração do amor em suas diversas formas e, apesar de seus clichês, ainda consegue encantar com seu charme simples e genuíno.
Filme: Cartas para Julieta
Direção: Gary Winick
Ano: 2010
Gêneros: Romance/Drama/Comédia
Nota: 9/10