Uma das franquias de terror mais famosas do mundo chegou à Netflix e vai fazer seu coração saltar pelos olhos Divulgação / Sony Pictures

Uma das franquias de terror mais famosas do mundo chegou à Netflix e vai fazer seu coração saltar pelos olhos

Com um orçamento de 10 milhões de dólares e uma bilheteria que rendeu quase 190 milhões em todo o mundo, “O Grito”, lançado em 2004, dirigido por Takashi Shimizu e estrelado por Sarah Michelle Geller, foi um verdadeiro sucesso de público. É óbvio que que o estúdio tentaria lucrar ainda mais com uma sequência. E ela veio dois anos depois, em 2006, com o dobro do orçamento, mas não chegou a conquistar nem metade da primeira bilheteria.

Depois veio o terceiro longa da franquia, que teve um orçamento pequeno, cerca de 5 milhões de dólares, mas ainda sim trouxe prejuízos para a produtora. Dezesseis anos após o filme com Sarah Michelle Geller, uma nova continuação chegou às telas, protagonizada pela indicada ao Oscar de melhor atriz em 2023, Andrea Riseborough.

Essas quatro versões americanas, na verdade, são inspiradas em outros filmes de uma franquia chamada “Ju-on”, originalmente japonesa e realizada também por Shimizu. Apenas nesta produção de 2020 que ele não teve nenhum tipo de envolvimento. Sem contar os curtas-metragens, que foram os primeiros a contar a história da maldição, já existem 14 filmes inspirados na saga de Shimizu.

Dirigido por Nicolas Pesce, a ideia inicial era fazer um reboot do filme de 2004, contando a mesma história de uma forma diferente. Mas acabou virando uma espécie de sequência, que expande a maldição para uma casa nos Estados Unidos. Para o diretor, caso sejam feitas mais sequências, seu desejo é ambientá-las em outros países.

Como é de conhecimento, nos primeiros filmes da franquia na versão americana, pelo menos 12 pessoas morreram em uma casa assombrada em Tóquio. Ju-on é uma espécie de praga do rancor. A lenda diz que sempre que alguém sofre uma morte violenta, nasce uma maldição. Depois que Fiona Landers (Tara Westwood) vai até a casa em Tóquio investigar os crimes, ela retorna para sua casa trazendo consigo a maldição. Ela assassina toda sua família e, depois, todo mundo que se muda para aquela residência tem fins trágicos.

O filme conta, por meio de flashbacks, as histórias das famílias que passaram pela casa 44, um número maldito na franquia. Muldoon é uma policial e mãe solteira que ficou viúva recentemente, após o marido morrer de câncer. Ela acaba de chegar na cidade e, ao investigar o que houve na residência de Fiona, descobre mais corpos dentro do lugar. Ela decide aprofundar no mistério e acaba também sendo perseguida pela maldição. São vários arcos, além do de Muldoon e Fiona. Por exemplo, o do corretor Peter Spencer (John Cho), que tenta vender o imóvel, mas atravessa alguns problemas pessoais. Outro é o do detetive Goodman (David Bichir), cujo parceiro de investigação perdeu sua sanidade investigando os assassinatos na casa maldita.

Há prós e contras nessa produção, que nos mostra como o legado que Shimizu construiu em torno de Ju-on é forte e possibilita que o universo se expanda infinitamente, criando novos cenários de horror, novos crimes e novas figuras assustadoras. É praticamente uma receita pronta para um sucesso fácil. Mesmo assim, Pesce não soube usufruir plenamente desse benefício. Com um enredo cheio de arcos que, apesar de se complementarem, não fazem muito sentido, o filme sobrecarrega o espectador com clichês de terror, tirando um pouco do elemento surpresa. Mesmo assim, se você é fã da franquia, não pode perder a oportunidade de retornar para este universo de terror e morte.


Filme: O Grito
Direção: Nicolas Pesce
Ano: 2020
Gênero: Terror
Nota: 6/10