Ang Lee foi duas vezes ganhador do Oscar de melhor direção por “Brokeback Mountain” e “As Aventuras de Pi”. Com outras grandes obras em seu currículo, como “O Tigre e o Dragão” e “Desejo e Perigo”, Lee também é o maestro por trás da mais famosa adaptação cinematográfica do romance de Jane Austen, “Razão e Sensibilidade”. O enredo, escrito pela atriz e protagonista do filme, Emma Thompson, levou o Oscar de melhor roteiro adaptado em 1996.
Thompson interpreta Elinor Dashwood, a filha mais velha do segundo casamento do senhor Dashwood (Tom Wilkinson). Quando ele morre, toda sua herança deverá ficar com o filho mais velho do primeiro casamento, John (James Fleet). Entre os bens que pertencerão ao primogênito, está a casa onde Elinor vive com a mãe (Gemma Jones) e as duas irmãs mais novas, Marianne (Kate Winslet) e Margaret (Emilie François). Logo elas devem se retirar do imóvel para entregá-lo ao irmão e sua esposa mesquinha, Fanny (Harriet Walter).
Antes de se mudarem, Elinor conhece Edward Ferrars (Hugh Grant), irmão de Fanny, um jovem carismático, por quem se apaixona. Então, elas se mudam para um chalé em uma outra cidade do interior, providenciado por um primo solícito da senhora Dashwood. Lá, Marianne conhece o charmoso John Willoughby (Greg Wise), por quem fantasia um romance. Mas as aspirações de casamento das irmãs Dashwood são prejudicadas por sua falta de fortuna, especialmente porque seus pretendentes se veem forçados por suas famílias e pela sociedade a se casarem com moças ricas.
Há também o abastado e generoso coronel Brandon (Alan Rickman), que se encanta por Marianne, mas o sentimento não é recíproco. Em meio a essa rede de desilusões amorosas, os laços da fraternidade entre as irmãs vai se mostrar mais forte e poderoso que os frágeis nós do paixão. Como toda obra de Austen, há uma crítica à superficialidade, futilidade e arrogância da aristocracia inglesa e ao fato de que “assuntos do bolso são mais importantes que assuntos do coração”, como diz Marianne em determinada cena.
Na época do lançamento de “Razão e Sensibilidade”, outras duas produções ligadas à Jane Austen também foram transmitidas, sendo elas “Orgulho de Preconceito”, de 1995, com Colin Firth, e “Emma”, de 1996, com Gwyneth Paltrow. O trio de filmes fez ressurgir a febre por obras da escritora inglesa, que voltou para os best-sellers nas livrarias, após um tempo de esquecimento.
Emma Thompson, que ganhou o Oscar pelo roteiro, também havia levado a estatueta de melhor atriz por “Retorno a Howards Ends”, em 1993. Isso a torna a única pessoa a ganhar um Oscar nas duas categorias. As gravações de “Razão e Sensibilidade” também a fizeram conhecer seu atual marido, Greg Wise. À época das filmagens do longa-metragem, a recém-vencedora do Oscar de melhor atriz estava em depressão por conta de degradação de seu casamento com Kenneth Brannagh, após o marido a trair com Helena Bonham Carter. Em entrevista ao The Guardian, a atriz contou que Wise a “salvou de enlouquecer”.
Romance nas telas e na vida real, “Razão e Sensibilidade” se tornou objeto de devoção do público, especialmente entre os leitores de Austen, por sua maneira delicada, sensível e comovente de transpor a obra literária para as telas, um mérito não apenas do roteiro de Thompson como de todo o elenco que atua de maneira encantadora e dedicada. Além dos já citados, Hugh Laurie, Imelda Staunton e Elizabeth Spriggs também compõem a equipe de atores.
Filme: Razão e Sensibilidade
Direção: Ang Lee
Ano: 1996
Gênero: Romance
Nota: 9/10