Comédia dramática com Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway, “Amor e Outras Drogas” é inspirado no livro de Jamie Reidy “Hard Sell: Now a Major Motion Picture Love and Other Drugs”, sobre a experiência do autor em se tornar o vendedor número 1 da Pfizer na época do lançamento do Viagra. O romance não é tema central das páginas de Reidy como é do filme de Edward Zwick, que adaptou a história para as telas com ajuda de Charles Randolph e Marshall Herskovitz.
Ambientado em Pittsburgh, o enredo narra a história de Jamie (Gyllenhaal), um representante de vendas da Pfizer, que usa todo seu charme e sedução para se tornar um vendedor de sucesso. Um dia, durante uma visita a um hospital, conhece Maggie Murdock (Hathaway), uma artista de 26 anos que sofre de Parkinson. Os dois embarcam em aventuras sexuais e, apesar da resistência de Maggie em se envolver romanticamente, eles acabam se apaixonando.
Mas é claro que a doença dela trará dilemas para a relação. Maggie não quer ser um peso para Jamie, não quer que ele a veja definhar rapidamente. Jamie, por outro lado, está obcecado em encontrar uma cura para ela, participando de vários congressos e seminários sobre tratamentos e medicamentos. Essa rotina faz com que Maggie se sinta exausta e também tenha a sensação de que está perdendo parte da sua vida em busca de uma cura inexistente. Jamie tem medo de ver a pessoa que ama ser lentamente apagada pela doença. São várias as dúvidas, inseguranças e impasses que minam o romance e eles terão de encontrar no amor a resposta para fazer dar certo.
O filme transita de maneira muito sutil entre o drama e a comédia, proporcionando, mesmo diante de uma problemática tão densa, um roteiro leve, descontraído e confortável. Pode-se dizer que “Amor e Outras Drogas” é, apesar da carga dramática, um ‘feel-good-movie’, porque com certeza o espectador sai com alguns quilos de tristeza e mau-humor a menos.
Há muitas cenas de sexo e nudez. Maggie, em determinado momento, diz para Jamie que ela gosta muito de transar. Em outro, ela surge no meio da madrugada na casa do namorado. Embora o filme não mencione os motivos para isso, alguns dos remédios usados para o tratamento de Parkinson provocam superexcitação e hiperatividade sexual como efeito adverso. Para Zwick, essas cenas não são despropositadas, elas ajudam a compor a personagem e fazer a história mover adiante. Jamie, antes de Maggie, também é mulherengo e é exatamente seu sucesso como um conquistador que o ajuda a ser um bom vendedor.
Nas cenas do congresso de Parkinson, o filme usou imagens de um evento real com pacientes de verdade. Inserir essas participações realistas e fazer um romance em torno de uma pessoa que sofre da doença faz com que outros diagnosticados se sintam representados nas telas e ainda encarem sua situação com um pouco mais de humor e otimismo.
Com belas atuações de Hathaway e Gyllenhaal, que sabem dosar muito bem a comédia e o drama, o filme é um programa indispensável para aqueles momentos em que a alma pede um pouco de carinho.
Filme: Amor e Outras Drogas
Direção: Edward Zwick
Ano: 2010
Gênero: Comédia/Drama/Romance
Nota: 8/10