Filme com Vin Diesel, na Netflix, é o filme de ação mais visto do mundo na atualidade Divulgação / Sony Pictures

Filme com Vin Diesel, na Netflix, é o filme de ação mais visto do mundo na atualidade

Embora já tenha 30 anos de carreira, Vin Diesel ficou conhecido mesmo durante os anos 2000, quando lançou uma sucessão de sucessos de ação, incluindo a franquia “Velozes e Furiosos” e “Triplo X”. Passou alguns anos fazendo papeis mais apagados depois disso, mas retornou em um campeão mundial de público com “Bloodshot”, de 2020.

Nessa mistura de “Matrix” com “Exterminador do Futuro”, Vin Diesel interpreta Ray Garrison, um soldado de elite que, depois de morto, é trazido de volta para o mundo dos vivos graças a uma avançada tecnologia. Ele é um híbrido de humano com ciborgue, capaz de se curar rapidamente de grandes ferimentos, com forças sobre-humanas e habilidades altamente aprimoradas. Decidido em vingar a morte de sua esposa, ele vai atrás de quem acredita ter sido o responsável, mas nem tudo é o que parece e as pessoas ao seu redor não são confiáveis. Em sua jornada hercúlea por vendeta, também precisa lutar contra as forças que controlam seu novo corpo. Assim como o protagonista, os espectadores também ficam desorientados enquanto a verdade se desenrola.

O vilão é Guy Pearce, que aparece como doutor Emil Harting, uma espécie de cientista maluco e megalomaníaco, que parece ser bonzinho e inteligente à princípio, mas seu sucesso se deve, primordialmente, à sua falta de escrúpulos.

O herói foi criado por Kevin VanHook e Yvel Guichet e apareceu em algumas edições lançadas em 1992. A história de Bloodshot ganhou um nova versão lançada em 2014, de autoria de Duane Swierczynsk. A hq é da Valiant Comics, fundada pelo ex-editor-chefe da Marvel, Jim Shooter, em 1989. Este é o primeiro herói da editora que sai dos livros para o cinema.

Dirigido por Dave Wilson, que tem apenas este longa-metragem no currículo, o filme chegou a passar pelas mãos dos cineastas mais experientes David Leitch e Chad Stahelkski. Apesar do filme não ter sido projetado para ser um grande sucesso de bilheteria, a abertura foi ainda pior que o esperado, por causa da pandemia de Covid-19, que espantou as pessoas dos cinemas, além de fechar salas por todo o mundo. Os prejuízos para o estúdio foram milionários.

Com inúmeros efeitos visuais, até um pouco exagerados para dizer a verdade, o filme simula metaverso, brinca com câmera lenta para nos mostrar a pele de Bloodshot se desintegrando e depois reintegrando e se inspira, em diversas cenas, em Matrix. Uma tomada em que uma bala o atinge no rosto de Bloodshot, na altura da boca, deixando a ferida exposta por alguns segundos, é uma pequena homenagem à Exterminador do Futuro. Outras semelhanças com sucessos cinematográficos como “Robocop” e “Soldado Universal” não são mera coincidência. Com cenários minimalistas e ultra tecnológicos, o filme mistura cenas de ficção-científica com outras aceleradas, explosivas e violentas de ação.

Enquanto faz referências visuais a outros filmes de ação, a referência roteirística aqui é ao “Blade Runner”. Bloodshot sente na sua pele de amálgama as dificuldades de ser um androide cujo destino é controlado pelos humanos, que manipula sua tecnologia com desdém e pura crueldade.

Além de Diesel e Pearce, o elenco também conta com Lamorne Morris, Sam Heughan e Eiza González. “Bloodshot” é um filme para embeber os olhos sedentos por adrenalina.


Filme: Bloodshot
Direção: Dave Wilson
Ano: 2020
Gênero: Ação/Ficção-Científica
Nota: 6/10