Certamente quase ninguém no mundo, com exceção de seus articuladores, imaginavam acordar naquela terça-feira, 11 de setembro de 2001, e se deparar com a notícia do mais terrível e grandioso ataque terrorista do século 21 até agora. Mais de 3 mil mortos, a sede do Departamento de Defesa estadunidense destruída, em Washington, junto com as duas torres do edifício World Trade Center, um dos prédios comerciais mais importantes de Nova York à época, e mais um avião que caiu em área rural, que provavelmente estaria rumando ao Capitólio. Tudo começou pouco depois das 8h30 da manhã. Todas as redes de televisão mundial passaram a transmitir a mesma imagem de devastação e terror.
Por trás do estrago, uma organização: Al-Qaeda. Por trás da organização, um homem: Osama bin Laden. Não demorou para que ele se tornasse um dos rostos mais famosos e procurados daquela década. Há uma outra parte desta história narrada no impressionante thriller investigativo da prestigiada realizadora de cinema Kathryn Bigelow, primeira e única mulher a ganhar um Oscar de melhor direção. Mulheres são constantemente subestimadas em seus trabalhos em qualquer parte do mundo. Não precisa, sequer, de uma religião fundamentalista predominante para que isso aconteça. Mas em “A Hora Mais Escura” conhecemos a história de como foi realizada as investigações para que se chegasse ao paradeiro de bin Laden. E foi graças à inteligência e esforços de várias mulheres determinadas, agentes da CIA, que ele foi encontrado. Em homenagem a essas mulheres, Bigelow criou sua protagonista, Maya (Jessica Chastain).
Dividido em capítulos, o filme acompanha os 10 anos de interrogatórios e investigações que levaram à morte do homem mais procurado do mundo. Baseado em relatos reais de agentes da CIA, o enredo não deixa dúvidas de que o trabalho foi lento, exaustivo, altamente perigoso, custou muitas vidas e muito dinheiro. Por vezes, os esforços se depararam com muros de tijolos e nenhuma saída e teve de partir de novos pontos e recomeçar. Mas quando Maya encontra um nome que se conecta diretamente com o do líder terrorista, um mensageiro chamado Abu Ahmed, as pistas vão conduzindo, ao longo da década, para uma trilha cada vez mais próxima do alvo.
Apesar de suas quase três horas de duração, é quase impossível perceber quão longo é o filme porque nos sentimos completamente envolvidos pela trama investigativa e pela tensão que se mistura à caçada mais importante do século. Embora houvesse teorias de que bin Laden estaria morando em uma caverna, no deserto ou em algum lugar inóspito e pouco acessível, ele foi encontrado em uma fortaleza dentro da cidade de Abbottabad, no Paquistão, no Paquistão.
A grande operação que leva até Osama bin Laden é envolvida de incertezas, apostas e nervosismo. Tanto investimento pode não dar em nada, como ocorreu outras vezes. Não é difícil que o próprio espectador sinta as mãos frias e o coração bater mais forte, quando o helicóptero do Time 6 da Marinha dos Estados Unidos, escolhidos para a missão, se aproxima da fortaleza.
Bigelow entrega uma fascinante história com elementos reais, que nos enchem de expectativas, mesmo quando o desfecho já é conhecido, por ser histórico. Além de Chastain, o longa-metragem também conta com atuações de Joel Edgerton, Chis Pratt, Mark Strong, Jason Clark, Jennifer Ehle, Kyle Chandler, Jeremy Strong, Edgar Ramírez, Mark Duplass e James Gandolfini. A obra ainda levou para casa o Oscar de melhor edição de som.
Filme: A Hora Mais Escura
Direção: Kathryn Bigelow
Ano: 2013
Gênero: Drama/Suspense/História
Nota: 10/10