Reza a lenda que a real Inconfidência Mineira, que fora orquestrada pelo movimento libertário denominado como Clube da Esquina, sob a liderança de uma espécie de Joaquim José da Silva Xavier do século 20, que, como todo bardo neo-árcade, forjara assinatura com o pseudônimo de Milton Nascimento, o Tiradentes Negro. Neste contexto, cabe explicitar ao Leitor que a Insurreição de Santa Teresa se dera em razão do tributo estético Quinto, arrecadado aos cofres públicos pelas mãos dos colonizadores bossanovistas, capitaneados por El-Rey d. Vinicius de Moraes I e seus aristocráticos asseclas políticos: o seu vice-rey d. Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, Duque de Ipanema; e o ministro do Tesouro e Fazenda d. João Gilberto, Comendador de Juazeiro.
Inconformado com o predomínio despótico da Santíssima Trindade da Bossa Nova, o Tiradentes Negro convocou uma reunião conspiratória com o trovador pós-barroco Márcio Borges; com o jurisconsulto e sonetista Fernando Brant; com o arcebispo de Mariana, Dom Wagner Tiso; com o pe. Antônio Horta e os ajudantes de missa e ladainha, Lô Borges e Beto Guedes, na propriedade do Coronel Nelson Ângelo, a Fazenda Redemoinho. Na assembleia, o porta-voz Milton Nascimento discorreu sobre a urgência de não mais se pagar impostos tão exorbitantes ao mandatário El-Rey d. Vinicius de Moraes I, visto que a dinastia Bossa Nova se renderia aos membros inconfidentes do Clube da Esquina, que reivindicariam a independência das Minas Gerais, como Estado-Nação, cujo patrono houvera de ser Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
— Libertas quae sera tamen. — bradou d. Bituca.
O grito de Ipiranga proferido pelo eleito El-Rey Milton Nascimento II ecoara por todo Brasil–Colônia; não obstante, quando os ruídos conspiratórios chegaram aos ouvidos de Sua Majestade El-Rey d. Vinicius de Moraes I, por intermédio dos sussurros desafinados ao pé do ouvido, confidenciados pelo ministro d. João Gilberto, de imediato o soberano bossanovista reuniu o conselho monárquico, composto pelo senhor de engenho d. Alfredo Pixinguinha da Rocha Vianna Filho, o Marquês de Piedade; pelo lânguido fazendeiro d. Dorival Caymmi, o Visconde de Maracangalha; e pelo honorífico capitalista Ary Barroso, o Barão de Ubá.
Decretou-se a Devassa das Minas Gerais.
Nada obstante, os insurgentes mineiros homiziaram-se nas sesmarias de Piratininga, antiga propriedade do Cacique Martim Afonso de Souza, o Arariboia, a fim de que conjugassem o ideário sedicioso aos quatro cantos destes confins do Reino Unido de Portugal, Algarves e Brasil. Nisto, as tropas luso-brasileiras lideradas pelo capitão do mato Ronaldo Bôscoli; secundado pelo sargento de ordenanças Roberto Menescal; e pelo cabo de guerrilha Carlos Lyra descobriram o esconderijo dos clubistas subversivos, cercando-os entre a Lagoa do Cafubá e o Oceano Atlântico. Por sorte, as naus-caravelas, conduzidas pelo Almirante de Mar e Guerra, Luís Otávio de Melo Carvalho, o Tavito, guarnecidas pelos arcabuzeiros Flávio Venturini, Murilo Antunes e Tavinho Moura, se achegaram para resgatá-los, providencialmente.
Destarte, os guerrilheiros geralistas aportaram no Cais Pharoux e foram recepcionados pelo trovador Ronaldo Bastos, de modo que se preparassem para o episódio final, conhecido como Batalha de Maracanã-mirim. Na peleja histórica, o emblemático El-Rey Milton Nascimento II, em disfarces de nereida apolínea, com o adjutório de seus aliados antropófagos do Clube da Esquina, sobrepujou os mandatários bossanovistas, com o seu canto de Liberdade, mavioso, sacro e sedutor, que hipnotizou a plateia abismada e silente, entronando-se na mitologia afro-brasílica, às margens da Baía de Guanabara.
Solto a voz nas estradas
Já não quero parar
Meu caminho é de pedra
Como posso sonhar?
Sonho feito de brisa
Vento, vem terminar…