Uma ‘reimaginação’ da vida de Elisabeth da Baviera, a série de drama histórico “A Imperatriz” narra graciosamente a vida da monarca austríaca, que chegou ao trono de forma despretensiosa e inesperada. Elisabeth, conhecida como Sisi, era apenas uma adolescente de 16 anos de espírito livre, que falava tudo que viesse à sua cabeça e sem pretensões de casamento. Mas seu destino, e o da Áustria sofreu uma grande reviravolta no verão de 1853.
O imperador Francisco José I estava destinado a se casar com sua prima Helene, irmã de Elisabeth, em um arranjo arquitetado pela mãe e a tia, Sofie e Luisa, respectivamente. No entanto, no noivado ele pediu a mão de Elisabeth, por quem estava apaixonado, não apenas frustrando as expectativas de sua mãe, mas mudando o curso da história.
A primeira temporada da série de seis episódios de aproximadamente uma hora narra como o casal se apaixonou e o começo do casamento, mostrando Elisabeth em uma fase de amadurecimento, ainda ingênua e pressionada pela rigidez da vida na corte.
Interpretada por Devrim Lingnau, que transmite as emoções de sua personagem de maneira muito pura, simples e cativante, Elisabeth é aérea, sonhadora e não tem ideia de como é a vida das pessoas comuns, enquanto uma rebelião começa a se armar fora das propriedades reais.
Já Francisco José I, interpretado pelo charmoso e discreto Philip Froissant, é um imperador sem muito pulso, influenciado pela mãe e sem coragem de assumir posições durante a guerra. Como pano de fundo, a série conta como a família real descartava pares de sapato após uma única utilização, enquanto o povo passava fome do lado de fora do castelo.
Mas as histórias das realezas são sempre interessantes e nos intrigam pela maneira como o destino pode ser tão generoso e, ao mesmo tempo tão cruel com as mesmas pessoas. Na mesma cabeça em que uma coroa é colocada, também habitam tormentos e demônios que estão dispostos a torturá-los até seu último segundo de vida e, quiçá, para outra dimensão.
Nesta primeira temporada vemos apenas pequenas demonstrações de que a vida de Sisi não será fácil. Elas se traduzem em suas dificuldades de adaptação à uma vida metódica, em que ela está presa ao castelo, às obrigações, aos costumes e às roupas de gala e toda aparência perfeita da corte. Do ciúme que tem de Francisco com Louise, sua antiga amante. Mas, principalmente, sob a forma de uma amiga, mas na realidade uma rival, a condessa Leontin. Ainda, Elisabeth tenta se desvencilhar das teias de sua sogra controladora e do cunhado, que também a deseja.
A estética e a fotografia da série são caprichadas, mostrando todo o luxo e ostentação da monarquia em arquiteturas, decorações e vestimentas. Roupas coloridas e cheias de vida, cenários claros, amplos e cheios de natureza também mostram que a vida da nobreza também podia ser divertida, secretamente desregrada e vivaz.
Daquelas séries em que você termina um episódio já sedento pelo próximo, “A Imperatriz” é uma mistura de “The Crown” e “Bridgerton”. Com grandes chances de ganhar uma nova temporada, já que ainda há muito o que se explorar da vida de Elisabeth, ela tem tudo para ser a nova queridinha do público pelos próximos anos.
Série: A Imperatriz
Direção: Florian Cossen e Katrin Gebbe
Ano: 2022
Gênero: Biografia/Drama/Romance
Nota: 10/10