Nós somos aquilo que queremos ser. Enxergamos aquilo que queremos ver

Nós somos aquilo que queremos ser. Enxergamos aquilo que queremos ver

Dizem que o primeiro casamento é por amor, mas que o segundo é por dinheiro. Dizem também que quem acredita sempre alcança, que aquele que ama não trai, e que filho não segura homem. Dizem que cólica renal dói mais do que a dor parto normal. Dizem que o mundo é dos espertos, que quem não chora não mama. Dizem. E você? Acredita em que?

Eu já acreditei em duende, fada, alma gêmea. Acreditei que o amor e a fidelidade eram uma coisa só, e que o para sempre era eterno. Acreditei em tantas pessoas que não mereciam a minha confiança, meu tempo e minha energia. Por consequência, desacreditei de muita gente honesta, e pensei que a verdade fosse mentira.

Você pode acreditar que a vida é um jogo sujo, um circo no qual você é a marionete. Eu sei, é mais fácil jogar a culpa fora, lançar pela janela, apontar em cima de alguém. Você é apenas um sofredor, um alvo, um saco de pancadas a mercê do destino cruel e sádico. Você pode desconfiar da sua própria sombra e esbravejar que nada vale o seu esforço, desdizendo aquilo de que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Aliás, você pode tudo; perseguir, manipular, mentir, roubar, matar, e por aí vai. Mas uma coisa é certa; você também pode amar.

Mas, ora, pense bem se tem cabimento. Não lhe compete poder nenhum de decisão sobre a própria existência? Te faz algum sentido que as outras pessoas escolham a tua forma de pagamento pela vida? Nós somos aquilo que queremos ser. Enxergamos aquilo que queremos ver. Descrença atrai desesperança. Se acreditamos na maldade e prospectamos força ao fracasso e a penúria, atrairemos desgraça. Portanto, se alguém tem alguma culpa aqui é você, sou eu. Cada um é responsável por suas próprias ações e sentimentos.

Você já ouviu falar sobre a lei do retorno? É aquela que traz de volta exatamente o que lançamos ao redor. Portanto, se você lança o ódio, prepare-se para recebê-lo de volta. Porque antes da maldade estar no outro, ela está dentro de você.

Hoje, se você me perguntar no que eu acredito, eu te respondo: eu acredito naquilo que me faz bem. Todas as respostas para a minha vida chegam em forma de merecimento. Eu sei que o que eu planto agora vai fazer do meu jardim mais florido lá na frente. Independente das ações que não me competem, eu sei de mim, do que eu semeio e do que eu recebo por direito.

Dizem por aí que aqui se faz e aqui se paga. Dizem tanta coisa… Mas o primordial continuará sendo viver de coração aberto, guiado pelo amor, espalhando sorrisos e distribuindo generosidade. Eu acredito no bem e na força que ele tem. É isso. Por si só.

E você, acredita em que?

Karen Curi

é jornalista.