Animação cósmica e genial da Netflix vai derreter seu coração e te arrebatar para outras dimensões Divulgação / Netflix

Animação cósmica e genial da Netflix vai derreter seu coração e te arrebatar para outras dimensões

Todos os filmes e séries que se passam em Nova York parecem um comercial da cidade e despertam no espectador um desejo vibrante de estar lá, onde tudo acontece. Em “Entergalactic” não é diferente. A história de amor em Manhattan é uma animação que complementa o disco homônimo do rapper Kid Cudi. Filme e álbum musical se combinam em uma arte urbanizada e da atualidade. Inspirada esteticamente em “Homem Aranha: No Aranhaverso”, o longa-metragem dividido em capítulos mostra como as relações dos millennials podem ser líquidas, as dificuldades desses jovens em lidar com os próprios sentimentos e encarar as responsabilidades afetivas.

Criada por Kid Cudi em parceria com o já experiente Kenya Barris (criador de Black-ish), o filme é dirigido pelo animador Fletcher Moules. Cudi interpreta o protagonista, Jabari, um artista urbano que ganhou um contrato para transformar seu personagem, Mr. Ranger, em gibi. Até então, Bari só havia o pintado pelas ruas de Nova York sem nenhum tipo de retorno financeiro. Mas a realidade virou e agora ele tem grana suficiente para alugar um apartamento em Manhattan. No novo prédio, ele conhece a fotógrafa Meadow, uma vizinha ‘good vibes’ e natureba por quem se apaixona instantaneamente.  

Mas o amor arrebatador chega pouco depois de Bari dizer para sua ex-namorada, Carmem, que não quer se relacionar sério com ninguém. Uma troca de mensagens entre eles pode colocar o novo romance a perder. Mas o mais grave é a falta de comunicação, o orgulho e o medo de se vulnerabilizar diante do outro. Será que o amor arrebatador entre Bari e Meadow terá a substância que necessita para resistir aos desafios da vida moderna? Ambos são bonitos, bem-sucedidos, possuem círculos sociais descolados e distrativos. A vida está apenas começando e tudo pode acontecer em Nova York.

A animação experimental segue um ritmo leve e despreocupado, com uma cadência de videoclipe e uma estética de uma galeria de arte. Roteiro, música e visual dançam harmonicamente na tela. São 92 minutos em que o espectador saboreia com os olhos, com os ouvidos e com a energia de uma deliciosa viagem sensorial pelas paisagens de Nova York, pelos sonhos obscuros de Bari e sua imaginação constantemente em movimento.

Apesar de animação, temos cenas explícitas de drogas, nudez e sexo. Ainda uma abordagem sobre racismo tão sutil que é quase imperceptível, e um elenco multirracial em uma cidade que une a todos e o progressismo alimenta as mentes jovens, criativas, abertas e inteligentes.

Um filme com uma atmosfera cósmica e psicodélica, “Entergalactic” envolve os espectadores como um sonho do início ao fim. Uma animação genial e contemplativa.


Filme: Entergalactic
Direção: Fletcher Moules
Ano: 2022
Gênero: Animação/Romance
Nota: 10/10