Amor: serviço temporariamente indisponível. Por favor, volte mais tarde

Amor: serviço temporariamente indisponível. Por favor, volte mais tarde

Sem disponibilidade não dá. Não dá para o gasto, aliás, não dá nem para começar. Quando não estamos disponíveis não tem conselho no mundo, nem empurrão de melhor amigo, que mude os nossos ânimos. Não adianta forçar para que dê trégua, para que dê samba, para que o romance engrene, para que o querer seja honesto. Ou estamos dispostos, ou não. Simples assim.

E muitas vezes não estamos a fim mesmo. Por preguiça de começar tudo de novo, por cansaço, ou porque o coração deixou de soltar faísca. Como diz o velho e sábio ditado: não se mexe em time que está ganhando. E você está em vantagem, assim, quieta no seu canto, sem dar bola para ninguém.

Você não está disponível para amar. Pronto. Não importa o que os outros pensam, os pretendentes que te apresentam, os comentários sarcásticos de que, depois de tanto escolher, você vai ficar para a titia. Ora, será que ninguém percebeu que você não precisa ter uma companhia para estar bem? Antes ser uma solteira feliz do que ser comprometida e amargurada. É que o amor não se força, sabe? Não se obriga, não se impõe. Ou as pessoas se gostam mutuamente ou cada um que siga o seu rumo. Se não for sentido em via de mão dupla é melhor nem começar.

Por mais que você seja metralhada por pedidos de que aceite, releve, tente, não se deixe levar. Fazer o que os outros querem que você faça é como cavar a sepultura com as próprias mãos. Mais dia, menos dia, de tanto ceder, sucumbimos às expectativas alheias. Nos preocupamos tanto em ser bons que nos esquecemos de ser nós mesmos, de que temos os nossos desejos, o nosso próprio norte. Se fizermos assim, se cedermos às vontades dos outros, infelizes seremos por nadar contra a nossa maré.

As pessoas dizem que você é exigente demais, que ninguém corresponde às tuas expectativas. Elas insistem que você deve tentar, que o amor vem aos poucos mesmo, depois de alguns chopes, troca de intimidades virtuais e várias tentativas de encaixe. Será mesmo? Quem sabe?

Bom, eu continuo achando que o amor é uma onda gigante, dessas que derruba a gente de uma vez só, que chacoalha, que afoga, que leva o biquini e nos deixa sem saber quem somos ou aonde estamos. Só o AMOR, esse, com letras garrafais, esse tsunami, é capaz de nos tirar do modo “temporariamente indisponível”.

Não se esqueça de que tudo o que é mais ou menos, não é o suficiente. E, se não é o bastante, é pouco. Para que fingir um contentamento com alguém que não deixa o seu coração pleno? Melhor seguir assim… Livre e, ao mesmo tempo, comprometida com a sua liberdade. Até o dia que o amor te acertar em cheio. Então, não haverá mais nada que você possa fazer…

Amor — Mode: On.

Karen Curi

é jornalista.