Em abril de 1906, por causa da morte prematura do cientista Pierre Curie, marido da pesquisadora e ganhadora do Nobel Marie Curie, o “Le Jornal” publicou em seu obituário a seguinte nota: “Madame Curie seguiu o caixão do marido de braço dado com seu sogro até a sepultura cavada ao pé da taipa […]. Ali permaneceu imóvel um instante, sempre com o olhar fixo e grave”.
Marie e Pierre Curie formaram um par tão bem-sucedido que ambos foram reconhecidos entre os maiores pesquisadores de sua época e, provavelmente, da história. Pierre e Marie tiveram uma vida feliz, fizeram sua pesquisa juntos e viveram um amor sincero. Tiveram duas filhas que receberam o cuidado de ambos. Mas Pierre morreu jovem.
A morte patética de Pierre — sua cabeça foi esmagada pela roda de uma carroça — serviu para que Marie escrevesse seu inspirado e comovente diário e nos apresentasse sua ampla genialidade que, para além da Física, culminou num depoimento simples, bem escrito, trabalhado com cuidado ortográfico e demonstrasse aptidões, óbvias, pela escrita. Esse conjunto de elementos, a tragédia, o diário, a relevância de Marie para a ciência, reuniram-se no interesse da escritora Rosa Montero em escrever um livro sobre a cientista. Um livro que, por causa da impressionante história de Marie, tem uma responsabilidade imediata: não pode ser menos que bom. Uma grande missão, mas nas mãos certas, uma oportunidade única.
Antes de analisar o livro de Rosa, cujo maravilhoso título, “A Ridícula Ideia de Nunca mais te Ver”, extraído da tragédia de Maria Curie, que instiga, prontamente, o leitor, vamos resumir a vida de Madame Curie por meio de alguns eventos singulares, marcantes e nada comuns para as mulheres de seu tempo. A cientista nasceu Maria Salomea Skłodowska, em Varsóvia, Polônia, em 1967, ano em que morria Michael Faraday, outro símbolo da Física e da Química. Era carinhosamente chamada de Manya, pelos seus. Ganhou os Prêmios Nobel de Física e de Química. O primeiro, em 1903, juntamente com Pierre Curie e Henri Becquerel, em igualdade, pela descoberta da radioatividade, termo que ela cunhou. O Segundo, em 1911, “pelos seus serviços para o avanço da química com o descobrimento dos elementos rádio e polônio”. Marie colecionou prêmios desde sua adolescência. Foi, desde muito cedo, meritosa em seus feitos. Entre eles estão, por exemplo, uma medalha de ouro no segundo grau, a Medalha de Humphry Davy, da Royal Society, a Medalha Elliot Cresson e muitos outros. Um feito, de Marie Curie, destaca-se entre todos: o Ministério da Educação Pública Francês intencionou oferecer a ela uma pensão, como fizeram com a viúva de Pasteur. Marie negou-se a receber e alegou que tinha disposição suficiente para trabalhar e garantir o próprio sustento. O Conselho Docente da Universidade de Sorbonne, decidiu outorgar a Cátedra de Física, criada por Pierre Curie, à Marie. Assim, em 1908, a cientista tornou-se a primeira mulher a ensinar na Sorbonne.
Rosa também tem sua história de perda, à semelhança de Marie. O livro “A Ridícula Ideia de Nunca mais te Ver” é uma autoficção. Rosa está inspirada. O diário de Marie é o motivo. Quando ela inicia seu relato, pensamos: como é possível que o nascimento ou a morte nos permite “espiar pela fresta da verdade”? Não é sobre nosso nascimento e nossa morte de que Rosa fala, uma vez que não nos lembramos do primeiro evento e ainda não enfrentamos o segundo, é sobre o que acontece com o outro. No seu fluxo de pensamento, Rosa se compara à Marie. Esse mergulho no outro, faz com ela execute a tarefa complicada de interpretar e tentar desvendar a famosa cientista. E é na relação entre Marie e Pierre, relatada no diário da cientista, que Rosa sustenta sua procura e se relaciona com ela. O livro é sobre Rosa! Sua vida paralelamente comparada a de Marie. Para isso, Rosa precisa humanizar a cientista e torná-la uma mulher de seu tempo. Colher de sua vida, nuances que a permitam enxergá-la como uma pessoa próxima do comum, um ser humano normal, mesmo sabendo de seus extraordinários feitos. Há em suas vidas semelhanças e, por isso, o livro de Rosa trata-se de uma autoficção comparada.
Desde a ideia original de Serge Doubrovsky, que desafiado por Philippe Lejeune, decidiu escrever um romance sobre si mesmo, cujo gênero denominou com o neologismo autoficção, diversas obras têm como personagem principal o próprio escritor. O que é a autoficção? Uma mistura consciente e pensada de eventos e situações desenvolvidas pelo autor, emancipadas de sua realidade pessoal para um mundo parcialmente ficcional, dotado de situações em que o real e o imaginário, transversalmente, se completam. Nas palavras do próprio Doubrovsky: “Autobiografia? Não. Esse é um privilégio reservado aos grandes desse mundo, no crepúsculo da vida, e num belo estilo. Ficção, de eventos e de fatos estritamente reais, por assim dizer, autoficção, por se haver confiado a linguagem de uma aventura à aventura da linguagem, fora dos limites da sensatez/sabedoria [sagesse] e da sintaxe do romance, tradicional ou novo. Encontros, fios/filiações [fils] de aliterações, assonâncias, dissonâncias, escritura de pré ou pós-literatura, concreta, como se diz da música. Ou então, autoficção”.
Rosa Montero está inclinada à crônica. Sua prosa é material, palpável, arrematada com um modelo de coisas do cotidiano, urbano e real. A sua linguagem é fluente e coloquial. Acredito que é de propósito. O livro também tem a intenção de atingir leitoras e leitores jovens, iniciantes. Rosa não quer transformar seu livro em uma Literatura difícil de ser lida, adicionar despropositadamente uma série de termos científicos complicados e, com isso, distanciar o seu leitor ou repetir o que faz os autores de livros acadêmicos, escreve seu ponto de vista de maneira jornalística, interrogativa. Avalia o diário de Marie Curie na íntegra. Disseca o texto da cientista e captura nas entrelinhas o seu comportamento, suas paixões, seus interesses. A sua Literatura leve, mas inquiridora, agrada, informa, convida à reflexão e, também, diverte. Existe, ainda, uma ideia original, usada pela autora, que funciona como uma chave universal de conexão entre leitores, que é a # precedendo determinadas palavras. Elas funcionam como um código que arbitra sobre uma simetria essencial. Os capítulos são marcados por essas palavras que classificam a relevância do tema abordado em cada fragmento do livro. Fazendo uma analogia com a física, as palavras marcadas com # determinam uma sequência específica de números quânticos, que definem as características essenciais do estado, ou do lugar (o orbital), onde elas se encontram.
O livro aborda, nas entrelinhas, diversos tópicos essenciais. Trata das mulheres e dos seus direitos, usa para isso a história de Madame Curie como pano de fundo. Em um momento, a psicologia do comportamento feminino e a dinâmica da vida dos casais parece dominar o livro (páginas 56 e 57). Rosa explora as intimidades e diverte o leitor imaginando situações amorosas para o casal Curie. Fala de si mesma, de sua sexualidade. Traz Marie para o nível dos casais do mundo real. A sua narrativa funciona, pois ela mesma viveu um relacionamento de anos. A cumplicidade de Marie e Pierre, sustenta sua tese de humanização quando compara sua vida à do casal de cientistas. O relacionamento similar, heterossexual, marido e mulher, que Rosa Montero narra, faz com que sua narrativa funcione. A autoficção comparada se fundamenta nessa premissa: semelhanças não óbvias entres as duas mulheres, que unem mundos e perspectivas distantes, separadas pelo espaço e pelo tempo, que humanizam e harmonizam para entregar um trabalho coeso e original. Rosa abusa de digressões narrativas. Não incomodam e amparam o eixo principal do livro. Se equilibra na delicada observação dos comportamentos machistas e feministas, de hoje e da época de Marie Curie. É perspicaz. Nos faz perceber as dificuldades das mulheres nos diferentes períodos da história e informa as mulheres atuais sobre os primórdios de uma coleção de direitos obtidos a duras penas e excepcional esforço de nomes importantes como o de Madame Curie. Isso, também, faz parte da humanização premeditada que Rosa Montero intenciona montar para dar à sua autoficção comparada verossimilhança. É um livro sobre a própria autora. Não é um livro sobre Marie Curie. E se não é uma obra prima, a culpa da escritora que preencheu suas páginas. Ao começar pelo drama comovente da cientista e de sua história excepcional, Rosa conduz o leitor a aguardar comparações primorosas. No caminho, a autora humaniza Marie Curie. Humanizando a pesquisadora, a escritora pode se comparar a ela. Pelo menos em alguns aspectos específicos de suas vidas. O problema é que a cientista é mais mito que mulher, que humano. Há em torno de sua história uma aura fantástica. Ao longo dos anos nos deixamos influenciar por essa personagem, absolutamente, incrível. É uma tarefa profundamente delicada estabelecer uma relação de proximidade com um ser tão distante. Mas Rosa mostra, cuidadosamente e com paciência, que existiu a mulher, simples, humana, capaz de chorar e sangrar, como todas. Segundo Rosa, na página 58, podemos ler: “Voltando a nossa Marie, acredito que, por baixo da sua rígida contenção, e justamente por isso, havia uma verdadeira torrente passional. Transbordavam sentimentos vulcânicos das cartas que escrevia na juventude, no diário que fez depois da morte de Pierre, nas poucas linhas que mandou ao seu amante, Langevin, e que quase provocaram uma tragédia. A paixão se escondia nos altos e baixos do seu temperamento, nas crises de melancolia, na sua sensibilidade à flor da pele. Por isso, posso imaginar o que deve ter sido aquele primeiro amor por Casimir. Deus do céu! Aquela mulher de ideias e desejos tão poderosos, aquela força da Natureza, cegamente apaixonada pelo rapazinho lindo (embora com certeza Manya achasse que o amava porque era bom matemático). Deve ter sido um espetáculo emocional digno de se ver”.
Neste paragrafo pode-se perceber que para contar minucias da vida de Marie, Rosa precisa lançar mão de impressões pessoais. Há um acréscimo ficcional inserido de forma harmônica e intencional. Serve para conduzir a tese da humanização da personagem. A autora sabe usar bem o diário de Marie Curie para mostrar características simples de seu comportamento. Um trecho, em especial, consolida o esforço de Rosa. Ele está na página 63 e diz o seguinte: “Para comer, fiz o creme que gostavas. Dormimos em nosso quarto com Ève. Tu disseste que preferia aquela cama à de Paris. Dormíamos enroscados um no outro, como de costume, e eu te dei um lencinho de Ève para cobrires a cabeça”.
Em particular, sobre o trecho do diário de Marie Curie, que Rosa Montero apresenta na página 80, existe algo relevante a dizer. Acho absolutamente belo e terrível. O texto segue na seguinte ordem: terrível primeiro e belo depois. Marie descreve a horrível ferida na cabeça de Pierre para depois consolar-se com a memória da intimidade dos dois, dos carinhos que fazia naquela mesma cabeça agora esmagada. É comovente e bonito, por isso subverti a ordem. É minha impressão e meu sentimento cúmplice. A autora parece dizer que “na morte nos igualamos, todos!”
Rosa constrói a humanização de Marie e, em seguida, a comparação com seus próprios hábitos, a partir de trechos profundamente simples, comuns e sensíveis, descritos pela própria cientista em seu diário. Feito isto, a escritora pode partir para os detalhes. Muitas são as semelhanças entre as duas mulheres. Nas páginas 80 e 81, Rosa começa a dar corpo para sua perda, à semelhança da dor de Marie. Fala sobre a morte de seu companheiro, Pablo, e da intensidade da desolação causada pela sua morte, e se assemelha à sua personagem em profundidade, quando narra os detalhes da presença, interrompida, da pessoa amada. Em algum momento de sua vida ela tornou-se a Maria descrita no obituário do “Le Jornal”: “imóvel um instante, sempre com o olhar fixo e grave”. As comparações se intensificam e na página 102, temos o ápice dramático. Rosa narra: “A primeira coisa que trouxeram a Marie, antes de o cadáver chegar, foi o que seu marido tinhas nos bolsos: uma pena, chaves, um porta-cartões, um moedeiro, um relógio com vidro intacto e que, ironicamente, ainda funcionava. Como são dolorosos esses mínimos restos para-humanos, esses objetos que acompanham tão intimamente a vida do seu morto. Eu também guardo em alguma gaveta, sem poder me desfazer deles, esses ossículos do corpo social de Pablo: o celular que ele detestava, a pequena agenda com suas pulcras e diminutas anotações, a carteira, o documento de identidade, a carta de habilitação, os cartões de crédito… A perda de um ente querido é uma experiência tão destinada e insensata que é inacreditável como um simples cartão VISA com o nome do seu morto escrito em relevo pode abalar e comover você”.
A escritora nomeia as dores. Batiza o sofrimento. Chama de meu morto. O ente querido que se foi, para ela e para Marie, é o meu morto. Os objetos dos seus mortos, são, apesar de fisicamente diferentes, os mesmos objetos, separados na história. São uma construção organizada de átomos que, um dia, ficaram guardados próximos aos corpos desses homens amados. Aqui, neste momento, Rosa e Marie são iguais. Não há certo ou errado, dor maior ou dor menor. Rosa explora respeitosamente, com inventividade e carinho, os dois sofrimentos separados pelo tempo e, simultaneamente, atemporais. Para encerrar o objetivo, Rosa escreve, ainda sobre a morte dos companheiros, Pierre por causa do acidente com a carruagem e Pablo devida ao câncer: “Com uma morte assim, como a de Pierre; com um diagnóstico assim, como o de Pablo, o mundo desmorona”.
Se a Rosa quisesse, ou pudesse, ela também poderia abordar outro ponto: o amor maternal de Marie pelo rádio. Ela trouxe o elemento ao mundo, deu luz a ele. Essa entrega dificulta a capacidade de ver o mal no elemento e na terrível ameaça associada à sua manipulação. Para a mãe, os filhos são santos! Mas Rosa optou por outro caminho, como citado, a perda dos entes queridos. E, também se apega a uma peculiaridade muito interessante. Existe, entre as duas mulheres, uma semelhança física curiosa, para além das experiências de vida, eles compartilham de uma característica física: Rosa e Marie tem dedos anelares mais compridos que os indicadores, curiosamente algo visto com menos frequência em mulheres.
“A maioria dos homens tem o dedo anelar mais comprido do que o indicador, e a maioria das mulheres tem o indicador mais comprido do que o anelar. Mais algumas e alguns fogem a essa regra: David Beckham, por exemplo, tem essa proporção invertida. E Madame Curie. E eu.”
Para encerrar a humanização de Marie Curie e a exaltação de Rosa Montero, ambas como personagens do livro, a autora colocar a Literatura no mesmo nível da ciência. Bom! Isso é verdade. No capítulo intitulado “Esmagando carvão com as próprias mãos”, a parte mais autobiográfica da obra, Rosa constrói sua dor baseada a memória, para no final exaltar a Literatura como saída natural para exorcizar os seus demônios.
Apesar do esforço de Rosa em tentar humanizar Marie Curie, o mito se sobrepõe. Em momentos, Rosa é franca sobre sua intenção, como na página 168, sobre o pretendente à marido de sua filha Irène: “Marie suspeitava que Frédéric só queria se aproveitar, o que sugere que não pensava grande coisa dos encantos da filha (essa é uma daquelas pequenas maldades que humanizam Madame Curie)”.
Rosa usa, e parece acreditar nisso, francamente, o destino para sustentar a existência da Marie cientista, ganhadora do Nobel. Esse conjunto de situações positivas, coincidências convenientes. O fato é que, pode-se pensar também, outro estaria no seu lugar, se não fosse ela a descobridora. Talvez essa ideia seja mais humanizadora.
Porém as características super-humanas de Marie voltam durante a análise feita por Rosa. As vezes a autora não consegue evitar que Madame Curie tenha qualidades sobre humanas. Há aqui um ponto de vista a ser explorado. É inquestionável a dedicação de Marie Curie à ciência. E feita numa época com escassez de pesquisadores e equipamentos. Está nas costas destes desbravadores uma ciência colossal, feita quase individualmente. Hoje existem grupos enorme, em grandes laboratórios e, ainda, em diferentes lugares conectados em tempo real. Tudo anda rápido e equilibrado. A era dos gênios absolutos se foi. Marie é um desses gigantes. A ideia de humanização explorada por Rosa Montero, nesse contexto, significa simplesmente fazer com que essa força da natureza, que voa a quilômetros de distâncias dos outros humanos, com sua mente excepcional e privilegiada, aterrizar para o solo onde se encontram os outros seres, a maioria normais. Mas Rosa conta que Marie fazia geleias. Talvez ainda tivesse feito muito mais se não se ocupasse de pequenas coisas.
Para fazer uma analogia com a Mecânica Quântica, e sintetizar relevância de Marie e a necessidade de sua humanização para que a comparação entre ela e Rosa funcione, e o texto seja uma autoficção comparada de sucesso, vejamos o seguinte: pessoas são, ao longo do tempo, indistinguíveis. Elétrons são indistinguíveis. Essa Natureza da matéria em níveis atômicos torna a identificação de dois elétrons distintos extremamente complicada. Se dois elétrons são permutados, em seus sítios, não há como distingui-los depois. Pode-se trocar um pelo outro sem que nada mude. Os seres humanos, em geral, são invariantes sob permutações. Os gênios não. Mas, são condições de estado muito particulares que criam uma Marie Curie, ou um Albert Einstein. Noutro época, com outros pais e em outro lugar do globo, Marie talvez não tivesse as mesmas aptidões e características que determinaram a sua genialidade. Mas, a Manya que nasceu em Varsóvia, em 1967, é única. Distingue-se dos outros humanos. E Rosa, em comparação, com sua Literatura equivalente em importância com a ciência de Marie, também se destaca na história. A autoficção funciona. As duas personagens do livro são verossímeis e sua trajetórias se cruzam, o que serve bem para a construção da narrativa. Há, obviamente, uma afinidade entre Rosa e Marie, que rende boa Literatura, e ela reside no fato de Marie ser uma grande escritora. Outro fato que une as trajetórias de Marie e Rosa é a inegável consciência das suas capacidades intelectuais. Uma escritora que se entende capaz de comentar o diário de uma das maiores mentes da história da ciência e o faz com louvor. Somente o fato de tê-lo feito a coloca nesse hall. Por outro lado, uma cientista que, em ligação para a irmã, durante a juventude, frente a iminência de não entrar para a faculdade, lamenta a possibilidade de ver suas “aptidões perdidas”. A autoconsciência frente as adversidades. Seria esse um pré-requisito para o sucesso?