A terceira temporada de “The Boys” acaba de chegar no Prime Video, da Amazon, e pode acreditar: é melhor do que tudo o que Marvel já fez, especialmente na Fase Disney. A série é baseada numa história-em-quadrinhos criada pelo britânico Garth Ennis e é uma sátira cruel ao universo dos super-heróis. Afinal, a gente pode até gostar dos mascarados de colã, mas é impossível negar que esses filmes infantilizaram e banalizaram os roteiros cinematográficos. Essa eterna batalha do bem contra o mal é pueril, banal e carece de nuances, mesmo quando tenta fingir certa inteligência. Ou talvez seja ainda pior.
“The Boys” faz uma crítica feroz e selvagem a esse universo e, como toda boa sátira, acaba sendo um reflexo pervertido da nossa realidade. A trama é simples: super-heróis amorais e sem ética dominam o mundo por meio da Vought International, uma megacorporação que disfarça a verdadeira índole dos super-seres e, no processo, fatura muito bilhões.
Nessa realidade paralela, o “Superman” (ou alguém muito parecido com ele) é um “herói” chamado Homelander (Antony Starr), que é um sociopata fascistóide e extremamente perigoso. Ele comanda um grupo chamado “Os Sete”, uma versão degenerada da Liga da Justiça.
Para combater esses super-seres, existe um grupo underground — os “boys” do título — liderados por Billy Butcher (Karl Urban). Mas não estamos falando de mocinhos versus bandidos. Todos os personagens da série têm um comportamento ambíguo, ligeiramente distorcido e eticamente condenável. É um mundo caótico e violento, exatamente como mundo em que nós vivemos.
Assista que vale a pena. “The Boys” é a primeira série de super-heróis feita para gente adulta.