O cineasta Woody Allen já disse que não teme a morte, apenas não quer estar lá quando ela acontecer. Fugir da morte ou procurar maneiras para tornar a vida cada vez mais longeva sempre foi o objetivo da humanidade. Não em vão a ciência e a tecnologia trabalham tanto para prolongar a juventude, curar doenças, clonar células humanas, criar avatares com memórias humanas em um universo digitalizado. Mas já dizia Sêneca que “nós, homens, não caímos na morte de repente, antes avançamos gradualmente para ela”. Com isso, ele nos diz que a vida nos prepara diariamente para a morte, com as pequenas perdas, mazelas, dores e sofrimentos cotidianos. Nesta lista, a Revista Bula te convida a enfrentar este tabu e discutir sobre a morte com filmes que falam do luto e de perda, mas também sobre o amor e a superação. Destaques para “Ainda Estou Aqui”, de 2022, de Arie Posin; “18 Presentes”, de 2020, de Francesco Amato; e “O Caderno de Tomy”, de 2020, de Carlos Sorin. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.
Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Tessa é uma adolescente que, durante sua infância, pulou por lares adotivos e não acredita mais que merece amor. Após se encontrar com Skylar, um jovem de uma cidade vizinha, seu coração começa a se abrir. No entanto, o casal sofre um acidente de carro. Skylar morre e Tessa sobrevive. Após procurar respostas para o que aconteceu, Tessa passa a acreditar que Skylar está tentando se comunicar com ela. Com ajuda de sua melhor amiga, Tessa tenta se reconectar com Skylar uma última vez.

Aos 40 anos e já no fim de uma gestação, Elisa descobre que tem um câncer de mama inoperável e não poderá ver sua filha crescer. Para se fazer presente na vida de Anna, Elisa deixa 18 presentes com diferentes significados para cada aniversário, que deverão guiar a filha até a idade adulta.

María tem câncer nos ovários já em estágio terminal. Sem alternativas médicas, ela aguarda o momento da morte. Enquanto isso, decide fazer reflexões sobre a vida e relembra os momentos em família em um caderno de anotações que pretende deixar para o filho. Sua esperança é que seu legado, por meio das palavras, acompanhe o menino durante sua vida.

Curta-metragem de 13 minutos, que narra o drama de um casal após a perda da filha. Um mergulho em um abismo de emoções, que traz à tona lembranças alegres e, ao mesmo tempo, dolorosas demais para serem encaradas. Como superar uma tragédia tão grande? Como reconstruir as pontes que se desfizeram? Como colar os cacos de um relacionamento quebrado pela partida de um filho?


O docudrama realizado por Fellipe Barbosa, amigo de Gabriel Buchmann, relata como o jovem que realizava uma pesquisa sobre a pobreza na África desapareceu, em julho de 2009, na última etapa de seu mochilão pelo continente, após um ano de andanças. Depois de 19 dias de sumiço, o corpo de Gabriel foi encontrado por moradores, sem sinais de violência e com seus pertences intactos, entre eles um acervo de fotos e cartas que seriam enviadas à sua família. Fellipe realiza uma investigação afetuosa e perspicaz sobre como o comportamento mercurial de seu amigo de infância alimentou seu destino. O cineasta rastreia os altos e baixos febris da jornada de Gabriel com encenações que nos mostram um personagem encantador e, ao mesmo tempo, enlouquecedor.

Em 1973, Susie Salmon, uma adolescente de 14 anos que vive com os pais, irmãs e irmão, sonha em ser fotógrafa. Quando um dia, no retorno para casa da escola, Susie decide pegar um atalho pelo milharal, ela esbarra em um vizinho misterioso e não retorna para casa. Não demora para que vestígios de sua morte sejam encontrados. Durante as investigações, seu assassino não é visto como suspeito pelos policiais. Enquanto observa toda a situação em um limbo espiritual, Susie deseja ajudar os pais a superarem a dor de sua perda e dar um encerramento para o caso.