Os melhores lançamentos de quadrinhos estão aqui. O primeiro é a “A Sensacional Mulher-Hulk”, do John Byrne. A edição omnibus da Panini é um tijolo e pode, inclusive, ser usada para defesa pessoal. Caso você corra o risco de ser assaltado, basta jogar a coisa na cabeça do meliante. Mas além desses atributos físicos, essa edição também tem grande valor intelectual. Byrne é responsável pela melhor fase dessa personagem, que foi criada por Stan Lee e John Buscena nos anos 70.
Byrne fez uma Mulher-Hulk elegante, bonita, sensual e muito engraçada. Os roteiros são ótimos e a personagem vive quebrando a “quarta parede” muito antes que Deadpool, outro personagem da Marvel, transformasse o recurso em muleta narrativa. O omnibus é caro, mas vale o quando pesa.
“A Era de Ouro dos Quadrinhos”, da Mythos, junta num livro só, de capa dura, alguns dos grandes personagens distribuídos pela agência King Features: Flash Gordon, Príncipe Valente, Fantasma, Mandrake, Steve Canyon, Popeye e vários outros. São quadrinhos dos anos 30, produzidos numa época em que os super-heróis não eram a espécie dominante nas HQs. Algumas dessas séries são obras-primas cuja influência se faz sentir até agora, no século 21. Embora algumas das histórias — como o “Agente X-9”, por exemplo — tenham sido espremidas em poucas páginas, dificultando a leitura, o resultado final é ok.
E, finalmente, “O Colecionador”, do italiano Sergio Toppi, lançado pela Figura. O milanês Toppi é um dos maiores criadores europeus de quadrinhos, mas sua obra é praticamente desconhecida no Brasil, lacuna que a editora Figura pretende preencher. “O Colecionador” conta a história de um personagem misterioso que, no final do século 19, percorre o mundo em busca de artefatos místicos. A história vai do velho oeste americano para a Índia e dali para Japão e a África. Tudo muito bem escrito e desenhado, tendo como pano de fundo alguns dos acontecimentos históricos mais importantes daquele período. “O Colecionador” precisa estar na estante de todo mundo que realmente gosta de HQs.