Chega de Batman chorão e assassino no cinema

Chega de Batman chorão e assassino no cinema

Finalmente entrou em cartaz o filme “The Batman”. Em pleno carnaval que não aconteceu. Mas será que o filme em si aconteceu ou foi apenas promessas vazias? A produção chega repleta de polêmicas. A principal delas se refere a escalação do ator Robert Pattinson como protagonista. Muitas dúvidas no ar por conta de seu passado na “saga Crepúsculo”, fazendo o vampiro fada que brilhava ao sol.

Mas isso são águas passadas. Pattinson amadureceu e, ao longo dos anos, provou ser um ótimo ator. Seu Batman promete. Além do mais, vamos falar a verdade, nunca tivemos um Batman convincente no cinema. O vídeo linkado como essa é uma dura e triste verdade para os fãs. Clica lá para ver.

Resumidamente, é o seguinte: Lewis Wilson e Robert Lowery, respectivamente protagonistas das cine-séries de 1943 e 1949, não contam. São curiosidades arqueológicas.

A atuação de Adam West, na série televisiva que foi ao ar entre 1966 e 1968, é emblemática. Nunca existiu um “Cruzado de Capa” tão divertido e canastrão. Mas trata-se de uma sátira. No vídeo mostramos porque por melhor que seja, uma sátira não pode ser a versão canônica de nenhum personagem.

Muitos esperavam uma adaptação da colorida série da década de 1960 quando estreou o filme “Batman” (1989), dirigido por um jovem e ainda criativo Tim Burton. Receberem o gótico suave que se tornou marca registrada do diretor. Na prática, o resultado é mais um “filme de Tim Burton” do que um filme do Batman, em todo que isso implica de negativo e de positivo. O maior problema está justamente na escalação da dupla de antagonistas. O Coringa de Jack Nicholson é apenas o bom e velho Jack pintado de branco, repetindo seus maneirismos de “O Iluminado” e “O Estranho no Ninho”. Mas o verdadeiro problema é Batman. Batman, não, Bruce Wayne. O Bruce Wayne de Michael Keaton não convence em momento algum. Não convence fisicamente: é baixo, é ligeiramente calvo, não está em forma, parece um tiozinho fazendo cosplay. Não convence na essência. Têm uma ou duas cenas razoáveis saindo das sombras, e só. De resto, é um paspalho. Simples assim. Bruce Wayne finge ser um playboy irresponsável. O Bruce Wayne de Michael Keaton é um idiota mesmo quando está sozinho. Ao mesmo tempo, seu Batman é um robô que mal consegue se mexer, mas isso é menos culpa dele do que da opção de figurino. 

O equivocado Michael Keaton ainda interpretou o herói na continuação, “Batman, o Retorno” (1992). Saiu junto com Tim Burton e não participou do terceiro episódio da franquia, “Batman Eternamente” (1995). Joel Schumacher, o novo diretor, optou por Val Kilmer para substituí-lo. No vídeo mostramos porque essa escalação foi outro erro.

E foi aqui que perdemos o bonde da história pela segunda vez. Joel Schumacher escalou George Clooney como protagonista de “Batman e Robin” (1997). Parecia perfeito, mas foi um desastre. Até hoje George Clooney faz piada sobre sua participação e Schumacher pediu desculpas aos fãs.

Depois de vários projetos abortados, tudo mudou com o lançamento de “Batman Begins” em 2005. A ideia era recomeçar, literalmente, do zero. O diretor Christopher Nolan definiu “realismo” como palavra-chave da produção. Dividiu o roteiro com David S. Goyer, uma autoridade em quadrinhos, que garantiu que a mitologia básica fosse respeitada. Christian Bale, um dos melhores atores de sua geração, foi escolhido para protagonizar o filme. Sua dedicação ao papel foi absoluta. Ganhou músculos e estudou todas as facetas do personagem. O resultado é excelente: seu Bruce Wayne é muito bom e seu Batman, apesar da questionável opção de inflexão de voz, era o melhor até então, sobretudo na movimentação.

Dessa vez deu certo!? Não, e, mais uma vez, no vídeo revelamos o motivo.  

Zack Snyder não foi mais feliz com seu “Batman vs. Superman: a origem da justiça” (2016). Será impossível ter um bom Batman no cinema?

Agora é a vez de Robert Pattinson. Ele pode ser o Batman definitivo? Depois de tantos falsos messias, ele pode ser o “escolhido”? 

Assista o vídeo e descubra qual é a minha bat-aposta para esse Batinson.

Ademir Luiz

É doutor em História e pós-doutor em poéticas visuais.