Para se chegar ao resultado, foram consultadas reportagens, entidades editoriais, empresas de pesquisas de mercado e publicações especializadas. Livros religiosos, políticos, educacionais e de curiosidades como: “Bíblia Sagrada”, “Iluminatti: Sociedade Secreta”, “Corão”, “Dicionário Xinhua Zidian”, “A Arte da Guerra” e “Livro Guiness dos Recordes” não foram contabilizados, apenas livros literários.
Participaram do levantamento as publicações: “The Paris Review”, “Business Insider”, “Washington Post”, “The Guardian”, “Telegraph”, “Toronto Star”, “New York Times”, “New Yorker” “Reader’s Digest”, “Global Times”, “Financial Times”; as entidades editoriais International Publishers Association (IPA), European and International Booksellers Federation (EIBF) e International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA); e as empresas de auditagem e pesquisas de mercado Nielsen e a GfK.
Os livros, “Cinquenta Tons de Cinza” e “O Senhor dos Anéis”, apesar de terem sido publicados em mais de um volume — foram considerados como um livro único — porque, originalmente, seus autores os conceberam como obra única, diferentemente da série Harry Potter.
Embora não exista concordância sobre os números exatos do mercado de livros ao longo dos séculos, os levantamentos das publicações, instituições e empresas mencionadas, parecem ser o que mais se aproximam do consenso editorial.
Publicado em Madrid em 1605, “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, é composto de 126 capítulos, divididos em duas partes. É considerado o expoente máximo da literatura espanhola e estima-se que tenha vendido entre 400 e 500 milhões de cópias. O livro narra a história do engenhoso fidalgo Dom Quixote e de seu fiel escudeiro Sancho Pança em três incursões pelas terras da Mancha, região de Aragão e da Catalunha, na Espanha. Dom Quixote adora ler histórias de cavalaria e, de tão influenciado por elas, enlouquece e sai em busca de aventuras memoráveis, tentando imitar seus heróis favoritos e levando consigo Sancho Pança, que tem uma visão mais realista dos fatos.
O livro narra a história de Edmond Dantés, um marinheiro que é preso injustamente, vítima de um complô. Quando escapa da prisão, toma posse de uma misteriosa fortuna e arma uma plano para vingar-se daqueles que o prenderam. A galeria de personagens criada por Dumas faz um retrato fiel da França do século 19, um mundo em transformação, onde se era possível a mudança de posições sociais. “O Conde de Monte Cristo é, juntamente com “Os Três Mosqueteiros”, a obra mais conhecida de Alexandre Dumas e uma das mais celebradas da literatura universal. Estima-se que o livro tenha vendido entre 200 e 250 milhões de cópias. A obra é livremente inspirada nas experiências de Pierre Picaud, um sapateiro que vivia em Nîmes, na França.
Publicado em 1859, o livro é um romance histórico que trata de temas como culpa, vergonha e retribuição. A narrativa de “Um Conto de Duas Cidades” — que se refere a Londres e Paris — tem início em 1775, quando começam a germinar os movimentos que culminariam na Revolução Francesa. Em meio a grandes injustiças e abusos por parte da nobreza, os camponeses e artesãos conformam-se com as injúrias, pois sabem que o tempo da vingança está próximo. Dickens evita o posicionamento político, centrando a narrativa nas observações dos problemas sociais e políticos da Inglaterra, pois temia que a história se repetisse. Estima-se que tenha vendido entre 180 e 250 milhões de cópias em todo o mundo.
Publicado em 1943, “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, é uma das obras mais traduzidas da literatura mundial. Por meio de uma narrativa poética, o livro busca apresentar uma visão diferente de mundo, levando o leitor a mergulhar no próprio inconsciente. A história se inicia quando um aviador cai com seu avião no Deserto do Saara e ali encontra uma criança, que ele descreve como tendo cabelos de ouro e um cachecol amarelo. O garoto conta ao aviador que vive sozinho no Asteroide B-612, tendo como única amiga uma rosa. Juntos, os dois repensam os seus valores e redescobrem o sentido da vida. Estima-se que a obra tenha vendido entre 150 e 180 milhões de cópias.
Essa é uma das mais famosas obras de ficção científica, publicada originalmente em três volumes: “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e o “Retorno do Rei”. A história se passa na Terra-Média, universo mitológico e habitado por diferentes raças: humanos, anões, elfos, hobbits, ents e orcs. A trama gira em torno do anel do poder, que precisa ser destruído antes de ser recuperado por Sauron, o Senhor da Escuridão. Esses foram alguns dos livros que Elon Musk leu durante a infância na África do Sul. Ele disse que foi influenciado pelos heróis da obra de Tolkien. Estima-se que tenha vendido entre 150 e 170 milhões de cópias.
O livro brasileiro mais vendido no mundo, “O Alquimista” acompanha um pastor andaluz chamado Santiago. Ele tem um sonho recorrente e vai até uma adivinha para interpretá-lo. A mulher lhe diz que o sonho é uma profecia e significa que há um tesouro nas pirâmides do Egito. Santiago resolve viajar para encontrar a fortuna e, durante o caminho, conhece personagens que o ensinam importantes lições sobre a vida. O que era para ser uma jornada em busca de bens materiais se torna uma descoberta das riquezas que escondemos dentro de nós mesmos. Santiago aprende que a maior sabedoria é ouvir o que diz o coração e, acima de tudo, seguir os próprios sonhos. Estima-se que “O Alquimista” tenha vendido mais de 150 milhões de cópias.
“Cinquenta Tons de Cinza” é um romance erótico da autora inglesa Erika Leonard James. O livro retrata Anastasia Steele, uma garota de 21 anos, estudante de literatura. Substituindo uma colega que está doente, ela entrevista para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey. O empresário fica obcecado por Anastasia, que acaba se apaixonando. Ela, que é virgem, aceita se relacionar com Christian. Mas, ele é sadomasoquista e Anastasia deve assinar um acordo aceitando de submeter a todos os seus fetiches. A história se passa em Seattle com ricos detalhes de bondage, sadismo e masoquismo. Estima-se que tenha vendido entre 120 e 130 milhões de cópias.
“Harry Potter e a Pedra Filosofal” é o primeiro volume da série Harry Potter, da britânica J. K. Rowling. O livro narra a história de um garoto órfão que vive infeliz com seus tios. Até que, no dia de seu aniversário de 11 anos, ele desliza por um buraco que o conduz a um mundo mágico. Descobre sua verdadeira história e seu destino: ser um aprendiz de feiticeiro até o dia em que terá que enfrentar a pior força do mal, o homem que assassinou seus pais. Harry Potter, tão habituado à rejeição, descobre que é um herói no universo dos magos. Agora, seguindo os passos de seus pais, ele irá estudar em Hogwarts, uma conceituada escola para bruxos. Estima-se que tenha vendido entre 110 e 130 milhões de cópias.
Uma das obras mais célebres do gênero literário nonsense, o livro conta a história de uma menina chamada Alice, que é despertada do sono por um coelho e resolve segui-lo, caindo em uma toca que a transporta para um lugar fantástico, chamado “País das Maravilhas”, povoado por criaturas peculiares que revelam uma lógica do absurdo, característica dos sonhos. Nesse país encantado, Alice faz grandes amizades e descobre sua missão de vida: restaurar o reinado da Rainha Branca, que perdeu o trono para sua maligna irmã, a Rainha Vermelha. Estima-se que o livro tenha vendido mais de 100 milhões de cópias desde o seu lançamento.
“O Caso dos Dez Negrinhos”, de Agatha Christie, é o maior clássico moderno das histórias de mistério. Dez pessoas diferentes recebem um mesmo convite para passar um fim de semana na Ilha do Soldado, antiga propriedade de um milionário norte-americano. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz acusando cada uma de um crime oculto cometido no passado. Convidados pelo misterioso Mr. Owen, nenhum dos presentes tem muita certeza sobre porque estão ali, pois acreditavam que passariam um agradável período de descanso em mordomia. Neste clima de tensão, mortes inexplicáveis começam a acontecer. Estima-se que tenha vendido entre 90 e 120 milhões de cópias.
O “Mestre e Margarida” é considerado um dos grandes romances do século 20. Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade, acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruza com o dos amantes Mestre e Margarida — ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos, ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido. História de amor e desejo, sátira do mundo das letras e das pequenas e grandes vaidades humanas, além de crítica ferina, mas bem-humorada, ao regime soviético. Estima-se que a obra tenha vendido entre 90 e 100 milhões de cópias.
Publicado em meados do século 18, “O Sonho da Câmara Vermelha”, de Cao Xueqin, é uma das obras-primas da literatura chinesa. O livro faz um relato detalhado da aristocracia chinesa da época. O tema principal gira em torno de um triângulo amoroso entre o personagem principal, Jia Baoyu, que ama sua prima adoentada Lin Daiyu, mas que está predestinado a se casar com outra prima, Xue Baochai. Este triângulo amoroso tem, como pano de fundo, o declínio dos dois ramos do clã Jia: a casa Rongguo e a casa Ningguo. Eles residem em dois grandes complexos residenciais e estão entre as mais ilustres famílias da capital. Acredita-se que o conteúdo da história seja autobiográfico descrevendo o destino da própria família do escritor. Estima-se que tenha vendido entre 80 e 100 milhões de cópias.
“O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa” é um romance infantil do escritor britânico C.S. Lewis. O livro narra a história de quatro irmãos que vivem na Inglaterra durante a 2ª Guerra Mundial. Fugindo dos bombardeios, eles vão até a casa de um professor que mora no campo. Em uma de suas brincadeiras descobrem um guarda-roupa que leva quem o atravessa ao mundo mágico de Nárnia, habitado por seres estranhos, como centauros e gigantes. Lá, eles descobrem que fazem parte de uma profecia narniana e têm a missão de destruir o reinado de Jadis, a Feiticeira Branca. Para isso, eles precisam da ajuda de Aslam, o Leão. Estima-se que a obra tenha vendido entre 75 e 90 milhões de cópias.
O livro narra as aventuras de Horace Holly, um professor de Cambridge, seu pupilo, Leo Vincey e o servo Job. Eles realizam uma viagem em direção à África, seguindo as instruções contidas num manuscrito deixado pelo pai de Leo. A aventura leva-os a uma região inexplorada, onde descobrem o reino perdido de Kôr, habitado pelo povo primitivo Amahagger e dominado por Ela, uma feiticeira chamada Ayesha, cuja beleza é capaz de hipnotizar todos os homens. Os visitantes recebem a proteção da rainha, que acredita que Leo é a reencarnação de seu antigo amor, Kallikrates, que ela mesma assassinou em um acesso de ciúmes. Estima-se que “Ela, a Feiticeira” tenha vendido entre 70 e 80 milhões de cópias.
O livro acompanha um fim de semana da vida de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos, estudante de um respeitado internato para rapazes, o Colégio Pencey. Ele é expulso da escola depois de tirar notas ruins, e precisa voltar mais cedo para casa no inverno. Durante o caminho de volta, o rapaz busca adiar ao máximo o encontro com os pais, fazendo uma viagem reflexiva sobre sua existência, a partir de sua peculiar visão de mundo. Antes de enfrentar os pais, ele se encontra com algumas pessoas importantes na sua vida e, junto a elas, reflete sobre as hesitações que se passam em sua mente. Desde seu lançamento, estima-se que o livro tenha vendido mais de 65 milhões de cópias.