Ninguém precisa explicar a razão do ato de estudar, seja desde a tenra infância, seja até o curso universitário. No ensino infantil se oferece os primeiros ensaios do que é ser homem civilizado. As crianças, brigando, sendo amigas, confrontando e transgredindo regras colocam país e mães em aprendizado, e de uma hora para a outra aprendem, divertem-se e se angustiam com as suas proles, que estão diante do novo, e não podem mais contar com elas em tempo integral. Estudar é um desafio civilizatório.
Depois, no ensino básico, aprende-se e se exercita o que o próprio nome diz: o básico. Mas o básico não é tão básico assim, pois envolve mais do que atitudes cognitivas. Pautas intelectuais, sociais, filosóficas e sociais, nas quais escolhas começam a definir não só quem seremos numa tal ou qual atividade, mas quem seremos, a partir de uma atividade, na vida.
Os pais viram outros pais, pois se sentem avaliadas também, e são julgados, hoje pela escola, amanhã pelo filho. Depois, no ensino fundamental, ensina-se coisas fundamentais, e a partir delas vamos ser um cidadão dotado de práticas e saberes fundamentais, como diz o nome da etapa que foi cumprida.
As habilidades desenvolvidas ali são mais formativas do que intelectuais. Calendários de provas a cumprir, calendários de provas a realizar, e mais, provas a triunfar, porque é nessa etapa que se ganha a alcunha de bom aluno ou não, e os pais, no Ensino Médio, recebem o título de bons pais ou fracassados, pois é ao final de tudo que se passa ou não no vestibular. Passar, aqui, não é passar, é ser alguém na vida, e para sempre.
A graduação acaba. Hoje em dia, no mínimo especialização deve se seguir porque a graduação se tornou um Ensino Médio. Orgulhoso é aquele que entrega o Mestrado para a família, mas uma esfera surge: deve haver algum retorno financeiro disso tudo, em contrário, uma pátina de fracasso começa a permanecer, apesar de tudo.
O doutorado é o maior desafio, portanto, a maior láurea que alguém pode ter no mundo e hierarquia da educação. O doutorado é altamente exigente, e é disposto a colocar, na vida do doutorando, um ritmo particular de estudos e renunciar a uma rotina comum. Recebe, o doutorando, ao fim e ao cabo, muitas honras, mas que se distanciam do reconhecimento profissional, e nessa hora nos perguntamos: qual o sentido do doutorado, se mesmo sendo o maior passo e conquista de uma vida formativa, termina com um conjunto de tapas nas costas, que de concreto nada levam em conquistas e reconhecimento?
Da vida se espera a vida, e da vida se espera reconhecimento. O extrato da vida é o resultado.