Esse novo vídeo do canal no Youtube da Revista Bula pretende discutir um dos grandes mistérios da sétima arte: o que transformou Steven Spielberg, o ousado e inovador mago do cinema pop das décadas de 1970, 1980 e 1990, em um cineasta melodramático, anacrônico e quadrado, um verdadeiro tiozão do pavê de Hollywood.
Nossa justificativa para levantar essa polêmica é o lançamento da refilmagem dirigida por Spielberg do clássico musical de 1961, “Amor, Sublime Amor”, de Robert Wise, vencedor de 10 prêmios Oscar, incluindo melhor filme. O enredo do filme basicamente enfoca uma versão de Romeu e Julieta se passando em Nova York da década de 1950, com as famílias inimigas Capuleto e Montecchio transformadas em gangues juvenis rivais, disputando territórios.
Ninguém questiona que a versão de Steven Spielberg é competente e bem-produzida. Porém, mantendo a ambientação, clima e trilha sonora do original, sua única contribuição real foi a de atualizar a linguagem para o público atual, agilizando os desdobramentos da narrativa. Ou seja, basicamente, Spielberg colocou um “fast forward” no filme de Robert Wise e saiu para lanchar. Muito pouco para um gênio do cinema. Precisava de Steven Spielberg para fazer isso? Um diretor de aluguel não faria o mesmo? O fato é que, por melhor que seja o filme de Spielberg, ele jamais vai alcançar a mesma relevância cultural da obra de 1961. Compensa ter um produto genérico em uma filmografia que inclui clássicos como “Tubarão”, “ET” e “O Resgate do Soldado Ryan”? No mínimo, duvidoso.
Esse vídeo procura discutir os caminhos que levaram Spielberg a se tornar um fabricante de imitações de luxo. Inclusive de si mesmo, uma vez que a quarta aventura de Indiana Jones foi dramaticamente desastrosa, Tin Tin é um sub-Indiana Jones e ele não poderia ter dirigido “O Jogador Número 1” em hipótese alguma. Sua presença é um desserviço ao filme e ao cinema pop. Por quê? Assista o vídeo e descubra. Você está a um clique de distância.