Os 10 melhores livros brasileiros de 2021

Os 10 melhores livros brasileiros de 2021

Apesar das muitas pedras no caminho, 2021 foi um ano profícuo para a literatura nacional. Quem se atreveu a vencer as barreiras do caos e levou adiante a empreitada de escrever em tempos hostis — talvez por isso mesmo tão necessária — conseguiu o que queria: a atenção das editoras, as palavras de repúdio ou louvor dos críticos e, com alguma sorte, a admiração do público.

O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), um dos pensadores mais completos — e complexos — da história, defendia a necessidade do recomeço como uma das questões centrais da vida. O pensamento de Heidegger assinala as muitas descobertas que fazemos ao longo da vida, uma cornucópia de mistérios cuja solução é meramente ilusória. A esse propósito, a irrequietude do homem frente ao passar do tempo, incansável, inclemente, cruel, fomenta nele a justamente a premência de não desperdiçar oportunidades. Em identificando possíveis margens para arrependimento e correção de uma conduta qualquer, o homem deve sem hesitação vencer a correnteza e salvar-se. E quem melhor que a arte para salvar a humanidade?

Falando de médicos de crianças que as odeiam, caso de “A Pediatra”, de Andréa Del Fuego, ou uma mulher de classe média e com emprego numa emissora de televisão estuprada em plena luz do dia na dita Cidade Maravilhosa, o enredo de “Vista Chinesa”, de Tatiana Salem Levy, os escritores do Brasil se mostram inventivos à toda prova, e cumprem aqueles quesitos mencionados acima. Nossa pesquisa foi realizada com assinantes da newsletter, por meio de um questionário, e colaboradores, que poderiam indicar entre 1 e 10 livros de autores diferentes e publicados (ou republicados com edições ampliadas) a partir do dia 1º de janeiro de 2021. Trezentos e sete participantes, de 26 Estados e do Distrito Federal, responderam à enquete.

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.