Temos o hábito de enxergar o mundo a partir do nosso ponto de vista, mas o lugar onde estamos não é muito democrático ou amplo. A famosa bolha que nos faz acreditar que o mundo é tal qual experimentamos. O mais importante do cinema é justamente nos mostrar como a vida pode ser diferente do outro lado ou quantas formas o mundo pode tomar a partir de diferentes pontos de visão. O cinema nos aproxima da empatia e da democracia, nos coloca sob o olhar de outras pessoas, gente de diferentes lugares do planeta, que vivem outra situação socioeconômica e outro ambiente familiar. Nesta lista, a Revista Bula trouxe um apanhado de histórias chocantes de vários tempos que vão te fazer refletir sobre você mesmo e sobre a forma como tem enxergado e encarado a realidade. Entre eles, “Filhos do Ódio”, de 2021, de Barry Alexander Brown; “7 Prisioneiros”, de 2021, de Alexandre Moratto; e “Yara”, de 2021, de Marco Tullio Giordana. Os títulos estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.
Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix
Zellner é um veterano no All-White Huntingdon College, onde realiza um projeto de pesquisa sobre preconceito racial. Logo ele conhece Abernathy e Rosa Parks, famosos por sua participação na luta pelos direitos civis. O jovem é punido pela universidade pelo seu projeto e ameaçado pelo avô, membro da Ku Klux Klan. À medida que as tensões e a violência aumentam, Zellner decide abandonar sua casa por uma luta em tempo integral ao lado de ativistas dos Direitos Civis.
Um grupo de homens do interior se mudam para São Paulo e acabam prisioneiros em um ferro-velho, obrigados a trabalhar para saldar dívidas exorbitantes. Entre eles, Matheus que estava em busca de emprego e agora vive em situação análoga à escravidão, submetido à miséria e violência pelo patrão, Luca. O homem promete que quanto mais eles trabalharem, mais próximos estarão de sua liberdade. Para tentar escapar de sua situação, Matheus acaba entrando em uma incômoda parceria com o chefe.
Kenneth Feinberg é um poderoso advogado de Washington encarregado do Fundo de Compensação de Vítimas de 11 de setembro, que, em quase três anos de trabalho pro bono no caso, luta contra o cinismo, a burocracia e a política associados à administração de fundos do governo. Ao fazer isso, ele descobre quanto vale a vida.
Em um saguão de um luxuoso hotel, um corpo ensanguentado é encontrado e o septuagenário Fabrizio Collini confessa o crime. O advogado Caspar Leinen atua na área há apenas três meses e é designado pelo tribunal para defender Collini, que simplesmente se recusa a falar, em um voto de silêncio. Na promotoria, o professor de direito de Caspar, Richard Mattinger, está disposto a agir como um adversário feroz. Enquanto Caspar investiga o crime para conseguir defender seu cliente, descobre que a vítima é um respeitado magnata que cuidou dele e de sua mãe solteira nos anos 1980, Hans Meyer. E, por trás do crime, uma tragédia familiar que remonta à Segunda Guerra Mundial.
O enredo desse drama sobre a Segunda Guerra Mundial — com tudo o que um filme sobre a resistência frente à dominação alemã tem de mais lancinante — gira ao redor de Francesc Boix, ex-soldado que servira durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), e fora feito prisioneiro em Mauthausen, um dos campos de concentração nazistas quando do advento de mais uma série de batalhas, dessa vez em escala global. Ele é requisitado para atuar como fotógrafo do diretor do campo, o oficial Paul Ricken, registrando o desempenho das tropas germânicas. Testemunha involuntária da história, Boix fica sabendo que a Alemanha não será páreo à contraofensiva dos Aliados, o que suscita nele a obsessão em manter a salvo tudo o que pôde documentar por meio de suas fotos, a fim de não permitir que os líderes nazistas tivessem qualquer tipo de benefício num futuro julgamento.
Baseado em fatos reais ocorridos em 1928, o filme narra a história de Christine Collins, uma mãe que perdeu seu filho de 9 anos, Walter, desaparecido sem vestígios. Cinco meses depois, a polícia encontra um garoto e pressiona Christine a levá-lo para casa. Por alguns instantes, ela é convencida pelo capitão de polícia que está em choque e incapaz de reconhecer seu próprio filho. Após levar a criança para casa, ela se arrepende e insiste para que as buscas por Walter continuem. As autoridades a jogam em uma ala psiquiátrica, até que Christine consegue o apoio de um pregador local obstinado a desmascarar as falhas da polícia.
Silvia Broome é uma intérprete da ONU na África que escuta acidentalmente uma ameaça de morte contra um chefe de estado africano, programado para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas. Por conta disso, ela acaba se tornando alvo dos assassinos também. Silvia quer sobreviver tempo suficiente para conseguir frustrar a trama, mas tem dificuldade em fazer com que as pessoas acreditem em sua história.