Acredite, o vampiro adolescente de Crepúsculo vai ser o melhor Batman do cinema

Acredite, o vampiro adolescente de Crepúsculo vai ser o melhor Batman do cinema

Vamos falar a verdade. Nunca tivemos um Batman convincente no cinema. Esse vídeo mostra como essa é uma dura e triste verdade para os fãs. Lewis Wilson e Robert Lowery, respectivamente protagonistas das cine-séries de 1943 e 1949, não contam. São curiosidades arqueológicas. A atuação de Adam West, na série televisiva que foi ao ar entre 1966 e 1968, é emblemática. Nunca existiu um “Cruzado de Capa” tão divertido e canastrão. Mas trata-se de uma sátira. No vídeo mostramos porque por melhor que seja, uma sátira não pode ser a versão canônica de nenhum personagem.

Muitos esperavam uma adaptação da colorida série da década de 1960 quando estreou o filme “Batman” (1989), dirigido por um jovem e ainda criativo Tim Burton. Receberem o gótico suave que se tornou marca registrada do diretor. Na prática, o resultado é mais um “filme de Tim Burton” do que um filme do Batman, em tudo que isso implica de negativo e de positivo. O maior problema está justamente na escalação da dupla de antagonistas. O Coringa de Jack Nicholson é apenas o bom e velho Jack pintado de branco, repetindo seus maneirismos de “O Iluminado” e “O Estranho no Ninho”. Mas o verdadeiro problema é Batman. Batman, não, Bruce Wayne. O Bruce Wayne de Michael Keaton não convence em momento algum. Não convence fisicamente: é baixo, é ligeiramente calvo, não está em forma, parece um tiozinho fazendo cosplay. Não convence na essência. Têm uma ou duas cenas razoáveis saindo das sombras, e só. De resto, é um paspalho. Simples assim. Bruce Wayne finge ser um playboy irresponsável. O Bruce Wayne de Michael Keaton é um idiota mesmo quando está sozinho. Ao mesmo tempo, seu Batman é um robô que mal consegue se mexer, mas isso é menos culpa dele do que da opção de figurino. 

O equivocado Michael Keaton ainda interpretou o herói na continuação, “Batman, o Retorno” (1992). Saiu junto com Tim Burton e não participou do terceiro episódio da franquia, “Batman Eternamente” (1995). Joel Schumacher, o novo diretor, optou por Val Kilmer para substituí-lo. No vídeo mostramos porque essa escalação foi outro erro.      

E foi aqui que perdemos o bonde da história pela segunda vez. Joel Schumacher escalou George Clooney como protagonista de “Batman e Robin” (1997). Parecia perfeito, mas foi um desastre. Até hoje George Clooney faz piada sobre sua participação e Schumacher pediu desculpas aos fãs.

Depois de vários projetos abortados, tudo mudou com o lançamento de “Batman Begins” em 2005. A ideia era recomeçar, literalmente, do zero. O diretor Christopher Nolan definiu “realismo” como palavra-chave da produção. Dividiu o roteiro com David S. Goyer, uma autoridade em quadrinhos, que garantiu que a mitologia básica fosse respeitada. Christian Bale, um dos melhores atores de sua geração, foi escolhido para protagonizar o filme. Sua dedicação ao papel foi absoluta. Ganhou músculos e estudou todas as facetas do personagem. O resultado é excelente: seu Bruce Wayne é muito bom e seu Batman, apesar da questionável opção de inflexão de voz, era o melhor até então, sobretudo na movimentação.

Dessa vez deu certo!? Não, e, mais uma vez, no vídeo revelamos o motivo.  

Zack Snyder não foi mais feliz com seu “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça” (2016). Será impossível ter um bom Batman no cinema?

Agora é a vez de Robert Pattinson. Já foram divulgadas algumas fotos de bastidores, um teaser e um trailer. Ainda não é possível definir com exatidão, mas as expectativas estão altas. Robert Pattinson pode ser o Batman definitivo? Depois de tantos falsos messias, ele pode ser o “escolhido”? 

Assista o vídeo e descubra qual é a minha bat-aposta para esse Batinson.

Ademir Luiz

É doutor em História e pós-doutor em poéticas visuais.