Se você fica perplexo cada vez que aparece uma propaganda em uma de suas redes sociais de algo de que você comentou que gostaria de comprar ou já notou comportamentos muito estranhos em suas contas na internet, que o fizeram se sentir perseguido ou invadido, essa lista vai te deixar ainda mais impressionado. A Revista Bula selecionou alguns filmes sobre como a atuação de hackers, programadores ou softwares interfere na vida das pessoas individualmente e da sociedade de um modo geral. Se desde que Snowden vazou que os Estados Unidos vigiam os e-mails, páginas visitadas e, inclusive, seu banco, você ficou com a pulga atrás da orelha, com essas outras obras você irá se sentir o próprio Winston sob os olhos do Grande Irmão. Entre os filmes listados, “Coded Bias”, de 2020, de Shalini Kantayya; e “O Dilema das Redes”, de 2020, de Jeff Orlowski. Os títulos estão organizados de acordo com a ordem alfabética e não seguem critérios classificatórios.
Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix
O documentário é centrado em Joy Buolamwini, a fundadora ganiana-americana da Liga da Justiça Algorítmica. Ela mostra sua descoberta sobre como os dados dos programas de reconhecimento facial são corrompidos pelo preconceito daqueles que originalmente construíram a tecnologia, em especial contra pessoas negras. Ainda, como essa forma poderosa de coleta e distribuição de dados é usada nos Estados Unidos por grandes empresas, como Amazon e Google. Ela expande o tema discutindo a invasão desse sistema no mundo e os danos e desinformação que causa e prejudica pessoas negras. Suas descobertas inspiraram dezenas de artigos e a levou a falar no Congresso dos Estados Unidos.
O filme combina entrevistas com especialistas em tecnologia, incluindo ex-funcionários de gigantes do Vale do Silício, e em paralelo um drama ficcional que ilustra os efeitos negativos das mídias sociais sobre as famílias americanas. Entre as muitas questões abordadas, estão como as empresas de tecnologia influenciaram as eleições, a violência étnica e os índices de depressão e suicídio.
Tomasz é expulso da faculdade após plagiar um trabalho. Em visita aos Krasuck, uma família abastada que arca com as mensalidades de seu curso por consideração ao seu pai, o jovem força uma relação de proximidade que não existe. Ele omite que foi expulso da instituição, chama o casal de tio e tia, deixando-os constrangidos, e demonstra muito interesse pela filha Gabi. Ao deixar a casa, esconde propositalmente seu celular de forma a espionar conversas da família, pela qual demonstra estranha obsessão.
O documentário mostra como os avanços tecnológicos permitem transformar a sociedade em um objeto de estudo e remodelar o mundo em uma imagem particular. As redes sociais se tornam a nova placa de Petri, atraindo os usuários com tendências e ideias que incentivam o consumo e aceitação imediata de produtos. Ainda usa informações para manipular uma determinada camada transversal de pessoas com objetivo de criar medo ou apatia e, assim, alcançar resultados em campanhas políticas de acordo com os partidos que os contratam. Também como os usuários cedem seus dados para um banco aparentemente inocente, que coleta as informações por meio de postagens do Facebook, buscas, curtidas e seus amigos na plataforma e, com uso de inteligência artificial, criam um perfil surpreendentemente preciso de cada pessoa.
Matias é um adolescente que encontra um misterioso laptop “perdido” e o usa para iniciar uma chamada no Skype com seus amigos. Logo ele percebe que esse computador é usado para armazenar vídeos de pessoas sendo torturadas, vendidos em um sistema de lances em uma sala de bate-papo secreta online. Quando um dos donos do computador aparece na casa da namorada de Matias e ameaça matá-la, caso o laptop não seja devolvido, Matias rouba uma carteira de Bitcoin encontrada no computador e se livra da máquina. O grupo de hackers no qual o equipamento pertencia passa a perseguir Matias e cada um de seus amigos.
Em um futuro em que não há privacidade ou anonimato, as memórias ficam gravadas e a criminalidade se torna algo raro, já que as memórias das vítimas podem ser facilmente acessadas, solucionando rapidamente os casos. Ao se deparar com uma série de assassinatos não resolvidos, o detetive Sal Frieland descobre uma jovem que parece ter subvertido o sistema e está desaparecida. Ela não tem identidade, história ou registro.
Depois de falhar em prender um terrorista por trás de um ataque em Paris que custou dezenas de vidas, a agente da CIA Aline Racine é forçada a trabalhar como assistente social em Londres. Inesperadamente, ela é convocada de volta para a ação por seu mentor, Eric Lasch, quando a agência descobre informações de outro ataque iminente. Ao acessar os dados do suspeito, descobre que as informações confidenciais que ela obteve foram comprometidas. Racine recorre ao ex-soldado Jack para evitar um ataque biológico que ameaça os cidadãos de Londres.
Tom é um adolescente comum que tem seu mundo revirado quando seu apartamento é invadido por uma gangue. Sua amiga, Lucy, que estava na residência na hora do ataque é violentada. Os criminosos ainda disparam tiros contra Tom e estilhaços de seu aparelho celular acabam penetrando em seu cérebro. Ao despertar do coma, o adolescente descobre que desenvolveu um estranho conjunto de superpoderes. Ele usará suas novas habilidades para se vingar de seus agressores.
Thomas A. Anderson é um gênio da computação que atua como hacker sob o codinome Neo. Uma mulher misteriosa, Trinity, entra em contato com ele e lhe oferece dois comprimidos: um azul e outro vermelho. Ao escolher o vermelho, Neo é levado para uma nave, onde uma tripulação de hackers atua sob a liderança de Morpheus. A pílula vermelha traz a consciência de que o mundo que acreditam ser real, na verdade, é apenas a Matrix, um universo que simula o mundo com realidades programadas por uma inteligência cibernética do mal.