10 diamantes para assistir na Netflix e fugir do caos de 2021 Aidan Monaghan / Capelight Pictures

10 diamantes para assistir na Netflix e fugir do caos de 2021

O físico italiano Galileu Galilei (1564-1642), pai do método científico, era um verdadeiro sábio. A partir das observações dos muitos fenômenos que estudava ao mesmo tempo, Galileu foi capaz de lançar as bases que possibilitaram o desenvolvimento de diversas teorias. Quanto à metodologia científica ela mesma, Galileu defendia que a ciência nunca parava de se expandir, a fim de testar e comprovar ou refutar os fatos da vida. As pesquisas de Galileu Galilei sobre a forma como se apresentavam as evidências científicas acerca dos mais variados eventos que importam para a humanidade continuaram pelas mãos de seu sucessor direto, o inglês Isaac Newton (1643-1727), que enunciou as leis da mecânica determinista clássica. Tomando os fundamentos de seu estudo primeiro, Newton pôde elaborar novas conjecturas, depois ratificadas, no que concerne a, por exemplo, o lugar que ocupam as massas celestes, para onde se deslocariam, em que velocidade e quanto tempo levariam para concluir toda a operação. Newton, por sua vez, foi sucedido pelo alemão Albert Einstein (1879-1955) que, valendo-se das leis do movimento e da gravitação, concebidas pelo inglês, portava todo o cabedal necessário a fim de sustentar sua teoria da relatividade, essencial para se tentar entender a ordem tão particular do universo, um emaranhado de astros, estrelas, planetas e tantas outras estruturas que vagam desde o princípio dos tempos em alguma parte sobre nossas cabeças. A continuação da vida na Terra depende da investigação permanente e do aperfeiçoamento de todas essas ideias, a fim de garantir que se afaste a possibilidade de eventos inesperados, que nunca deixaram de se dar, sem maiores consequências. Entretanto, o homem não ajuda nem a ciência, muito menos a natureza. A humanidade também é movida a desordem. Nunca satisfeito com nada e sempre disposto a colocar à prova o mundo, o sistema, o outro, a si mesmo, o gênero humano parece querer botar a perder todas as conquistas que fez ao longo de milênios de um processo evolutivo lento, a começar pela própria civilização. Na esteira de uma pandemia que ainda não arrefeceu de todo, o ano de 2021 tem sido especialmente difícil, sobretudo nos países em desenvolvimento, os mais afetados pela falta de recursos que, aplicados da maneira mais adequada, poderiam ter debelado a peste. No caso do Brasil, além da má gestão do dinheiro público, políticas propositalmente equivocadas contribuíram para engrossar o desastre, que, até o momento, redunda numa pilha de quase 600 mil cadáveres. Talvez seja mesmo verdadeira a filosofia barata que alardeia que só o amor — mesmo com as suas muitas imperfeições — salva, como se assiste em “Orgulho e Preconceito” (2005), do britânico Joe Wright, ainda que exija de nós tantos sacrifícios e renúncias muitas vezes perversas, a exemplo do que se tem ao longo do enredo de “Big Fish e Begônia” (2018), dos chineses Liang Xuan e Zhang Chun. Alivie o saco cheio da pandemia, do ano ainda longe do término, da loucura mundana, da estupidez dos homens, com esses e mais oito filmes no acervo da Netflix, produzidos entre 2021 e 2005. Acredite: é o melhor que a gente pode fazer.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.