Desde seu surgimento na escala evolutiva, o homo sapiens logo entendeu que precisava se adaptar a fim de não ficar pelo caminho. O homo sapiens propriamente, não: a biologia. Ao longo dos milênios, a natureza humana foi se moldando, obedecendo a diretrizes genéticas que garantiriam a sua hegemonia sobre todas as outras espécies. Deu certo. Por meio do compartilhamento de informações entre indivíduos com sequenciamento genético comum, conseguimos nos tornar mais e mais fortes, porque sabíamos exatamente que inimigos tínhamos ou não a capacidade de vencer; porque passamos a reconhecer as criaturas que se deixariam subjugar, ainda que depois de certa resistência, a fim de tornar nossa vida mais confortável; porque ficamos mais confiantes frente aos tantos desafios da vida, graças ao acúmulo de experiências que nos davam crédito a respeito de alguma margem de acerto. Percebendo-se cada vez mais poderoso, o homo sapiens logo se sentiu também no direito de exercer autoridade sobre seres de seu próprio grupo, sempre com a providencial ajuda da ciência da vida. Estabeleceu-se tacitamente que, por serem dotados de anatomia com músculos mais desenvolvidos e rígidos, espécimes do sexo masculino se responsabilizariam pelo provimento da alimentação, se dedicando à caça, à pesca e à coleta de frutos. Os demais, isto é, as mulheres, permaneceriam nos limites da área usada para comer, dormir e dar azo às parcas interações sociais possíveis — o que hoje se denomina por lar —, assistindo os filhos e, principalmente, os mantendo a salvo de predadores. É claro que, já naquele tempo, havia quem não se submetesse, e a questão era resolvida de modo bastante prosaico: a insubordinada era banida ou morta. Homens e mulheres, definitivamente, não parecem serem feitos do mesmo barro, dadas as infinitas discrepâncias entre estas e aqueles. Vem de muito tempo a discussão acerca das diferenças que separam homens de mulheres. O tema é verdadeiramente fascinante e, vira e mexe, pipoca um estudo sobre o que de fato nos distingue, uns das outras. Mais de uma vez, chegou-se a uma conclusão que se poderia classificar com, pelo menos, três adjetivos, não muito harmoniosos entre si, óbvia, aterradora, aliviante: não existe nenhum dado no DNA humano que sugira haver disparidades intelectuais ou de comportamento relevantes entre homens e mulheres. Em assim sendo, homens, inspirados pelo próprio criador da psicanálise Sigmund Freud (1856-1939), seguem perguntando o que querem as mulheres, ainda mais depois de já terem conquistado tanto, e a resposta chega de imediato: as mulheres só querem o que falta. Quase nunca homens e mulheres desejam o mesmo, e isso é o que confere sabor às relações. Universos paralelos que se cruzam por um capricho qualquer da existência, como os protagonistas de “Diário de uma Paixão” (2004), dirigido por Nick Cassavetes, e “Um Lugar Chamado Notting Hill” (1999), de Roger Mitchell. Lançados entre 2016 e 1999, esses e outros cinco títulos, os sete na Netflix, são igualmente apreciados por damas e cavalheiros, malgrado os marmanjos menos autoconfiantes nunca admitam. Os brutos também amam — e choram —, e o machão aí sabe muito bem do que estamos falando.
Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix
A proximidade da vida adulta se apresenta particularmente difícil para Nadine, em especial porque ela teve de se defrontar com uma situação nada cômoda: Krista, a amiga em quem sempre pôde confiar, está namorando seu irmão, Darian. Sentindo-se traída e mais solitária do que nunca, ela só encontra algum conforto na nova amizade que a fará encarar o cenário que a vida lhe desenha agora.
Lillian está prestes a se casar e Annie não só aceita ser sua madrinha como se apega ao novo papel com o afinco de quem fracassou na carreira em seus próprios afetos românticos. Os preparativos para o casório seguem de vento em popa, Annie se torna uma espécie de anjo da guarda da noiva, até Helen, uma beldade cheia da nota, cruzar o seu caminho — e o de Lillian. Helen vai ganhando a confiança da nubente, protagonismo que incomoda — e ameaça — Annie, cuja maior preocupação deixa de ser o casamento da amiga e se volta para a aniquilação da rival.
Em 1797, a Inglaterra era o país mais avançado do mundo, graças à Revolução Industrial (1760-1840). Contudo, Elizabeth, Jane, Lydia, Mary e Kitty são criadas com mãos de ferro pela mãe, que não aceita outro destino para as filhas que não passe pelo binômio casa-igreja, exatamente como se dá com ela. Elizabeth, contudo, almeja um futuro muito diferente, aspiração que o pai endossa. Bingley, o novo vizinho — rico, bonito e solteiro —, logo se torna alvo da cobiça das irmãs, e o melhor partido das cercanias cai de amores por Jane. Elizabeth, por sua vez, trava um breve contato com Darcy, que não lhe diz muita coisa, muito por causa da arrogância. Mesmo assim, os dois se aproximam cada vez mais, como se se testassem, a fim de saber quem cede primeiro.
Que o amor é cheio de truques todo mundo que já amou sabe. Mas a peça que pregou em Henry Roth passou da conta. O veterinário, famoso pelas conquistas românticas, nunca se envolveu a sério com mulher nenhuma, até porque elas sempre deixam o paraíso em que são apenas visitantes, o Havaí, terra escolhida por Henry e na qual vive, e voltam para casa. Talvez a fim de se precaver de possíveis desilusões, Henry nunca se permitiu amar. Mas com Lucy Whitmore, uma moradora local, foi diferente: pela primeira vez, esse sedutor profissional considera a possibilidade de se entregar ao mais humano dos sentimentos. Só existe um obstáculo para a sua recém-descoberta felicidade: a garota é portadora de uma estranha síndrome, que a impede de memorizar fatos recentes. Agora, Henry terá de lançar mão de todo o seu charme — além de alguns outros atributos —, se quiser laçar de vez o coração de Lucy.
A paixão entre Noah e Allie desagrada a família da moça. Eles precisam ser apartados a qualquer custo, e a solução mais óbvia e conveniente é que Noah se aliste a fim de combater na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Ele é selecionado, mas volta anos depois para provar que esse amor resistiu ao tempo e à dureza do combate. Allie está às vésperas de seu casamento com outro homem, o que nem de longe vai deixar Noah vexado, até porque ele sabe que Allie não o deixou de amar.
Cady é americana, mas passou boa parte da vida nas savanas da África, onde se aplicava o método do homeschooling, a educação dada pelos próprios pais, em casa. Volta para os Estados Unidos e começa para ela uma nova vida: vai ter de encarar a necessidade de frequentar a escola todos os dias, como qualquer indivíduo da sua idade. Cady tira a nova rotina de letra, mas desafios colaterais parecem querer empanar sua alegria. Criada numa redoma de amor e superproteção, a garota não imaginava quão ferinos podem ser seus contemporâneos, que armam situações as mais absurdas a fim de prejudicá-la gratuitamente — e, para deixar tudo ainda mais enroscado, ela se apaixona por um cara cuja fama não é das melhores.
Uma estrela de cinema entra numa livraria de um bairro afastado numa Londres que poucos conhecem, assim, sem mais nem menos, e logo fica atraída pelo dono do estabelecimento, um homem simples, que a encanta justamente por sua autenticidade. Dá-se o improvável match entre essas criaturas tão típicas de seus respectivos habitats e uma paixão floresce. Agora eles terão de lutar para conciliar suas vidas, tão diferentes uma da outra, só por causa do amor.