10 filmes na Netflix para curar um coração partido, um período difícil ou um dia ruim

10 filmes na Netflix para curar um coração partido, um período difícil ou um dia ruim

Levantar da cama e ganhar o mundo às vezes já um desafio quase inexpugnável. Ter problemas é normal — e todos os temos. Encontrar a solução para eles é que é… o x do problema. Ter a solução fácil — e errada — para todas as questões todo mundo tem; se colocar sob a nossa pele, aí é que são elas. É, eu sei, a vida, às vezes, fica muito mais para sopa de jiló que para manjar de coco (e a gente tem de engolir de qualquer jeito). Há circunstâncias muito particulares em que a gente não aguenta, perde a linha, solta os cachorros no primeiro que aparece, chuta o balde, ateia fogo às vestes… e morre queimado. É muita tensão no ambiente de trabalho, filhos que inspiram cuidado, apuros de dinheiro, doença… Todas esses cenários, em maior ou menor proporção, deixam a gente jururu, borocoxô, macambúzio, casmurro, ou baixo astral mesmo. Tem horas em que tudo o que a gente quer é gritar. Forte, alto. Aliviar aquele aperto no coração, a fim de liberar a endorfina acumulada, a adrenalina em excesso e ver se conseguimos acordar no dia seguinte. Todo mundo se encontra em palpos de aranha de vez em quando — alguns mais do que outros. Em que pese viver numa sociedade extremamente violenta, num mundo cada vez mais individualista em que valores antes fundamentais a fim de se primar pela boa convivência restam completamente distorcidos e superados, temos toda a sorte de complicações. Mesmo as relações amorosas, que deveriam ter o condão de nos proporcionar alento em meio a uma horda de seres humanos mais e mais destituídos de humanidade, podem se tornar fonte de uma miríade de enroscos. Dois indivíduos, ainda que demonstrem sentimento firme um pelo outro, têm seus momentos de divergência, justamente por serem duas almas, duas vidas, duas pessoas cada qual com suas necessidades, suas escolhas, suas aspirações, seus sonhos. Ninguém vem ao mundo para ser sozinho, muito menos quando se tem claro que se achou a tampa da panela. Uma conversa franca, direta, olhos nos olhos, pode resolver um mal-entendido qualquer, mas quando o buraco é mais fundo e a gente chega à parte mais baixa do poço, dói. Pior ainda se tudo isso se dá tendo-se de se administrar a questão mais básica para um vivente, a própria existência, no dia a dia de uma guerra. A vida não para, claro, mas dar conta de banalidades do cotidiano, como a vida familiar, por exemplo, fica muito mais difícil com centenas de bombas caindo sobre as nossas cabeças, sem descanso. É o que mostra o documentário “Os Capacetes Brancos” (2016), do diretor anglo-saxão Orlando von Einsiedel, sobre os conflitos armados na Síria. Paulo de Tarso, um dos mais fiéis apóstolos de Jesus, foi um modelo de como se superar as adversidades com otimismo, convicto de que se está na banda certa da trilha, como se denota em “Paulo, Apóstolo de Cristo” (2018), do americano Andrew Hyatt. “Os Capacetes Brancos”, “Paulo, Apóstolo de Cristo” e mais oito filmes, todos no acervo da Netflix, produzidos entre 2014 e 2020, provam que nunca é tarde demais para se tentar mais uma vez. Enxugue as lágrimas e mãos à obra!

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.