5 filmes novos na Netflix que combinarão com o seu final de semana

5 filmes novos na Netflix que combinarão com o seu final de semana

A voz rouca das ruas consagrou que ninguém conhece a receita do sucesso, mas que para fracassar é muito fácil: basta querer agradar todo mundo. Cada homem é um universo particular, com suas ideias próprias, suas vontades próprias, necessidades as mais íntimas, tantas expectativas acerca da vida, ainda que saiba que pode nunca chegar a alcançá-las. Para o homo sapiens, a espécie mais curiosa encontrada sobre a Terra, é extremamente difícil submeter-se a regramentos contrários a sua formação contestatória. Malgrado fundamental para a vida em sociedade, a fim de suportarmo-nos uns aos outros, enquadrar-se não tem quase nada de prazeroso. O homem apenas reflete a própria natureza, de que também é parte, indisciplinada, selvagem, caótica. Aceitar o mundo como o conhecemos, ao mesmo tempo em que temos a capacidade de rumar para outras vidas, em que as circunstâncias mais absurdas são o que pode haver de mais corriqueiro, sempre foi uma constante na vida do ser humano, que se vale do artifício a fim de, em largando tudo, abandonar sua própria vida e acessar o mais obscuro de seu espírito, no intuito de apreender o cenário em que está inserido e, assim, conduzir sua vida de uma maneira mais adequada. Por óbvio, surgem percalços no caminho, as coisas saem do terreno do previsível e os enfrentamentos são inevitáveis. As guerras são um capítulo à parte na confusa trajetória do gênero humano, escrito com o sangue de indivíduos que se esmeraram por reparar erros que não eram seus e emoldurado por vidas que não tinham relação alguma com o que se passava: a morte investida da mais brutal, da mais covarde violência, as tolhe, e é só. Além de soldados destemidos, há quem se envolva numa guerra apenas por dever cívico e sem nunca ter pisado num campo de batalha, esforçando-se por garantir que tudo se resolva da melhor maneira. A primeira vítima numa guerra é a verdade, e só a verdade salva. Apesar dos incontáveis mistérios da existência, muito mais do que nossa vã filosofia pode supor, como disse aquele bardo inglês, é pelo rigor da vida como ela é que devemos pautar nossa conduta. Tentamos, alguns menos que outros, e uns poucos com convicção, e o perigo reside exatamente aí. Há mil descaminhos ao longo de uma vida, e todos eles, por mais retos que possam se mostrar, conduzem à perdição. Resumidamente, são esses os enredos de duas produções de que a Bula trata hoje, “As Espiãs de Churchill” (2019), de Lydia Dean Pilcher, e “Ilha de Segredos” (2021), dirigido por Miguel Alexandre. Eles, e mais três filmes da nossa lista, lançados entre 2018 e este 2021, acabaram de aterrissar no catálogo da Netflix e estão pacientemente esperando uma folguinha sua no fim de semana que se avizinha para mostrar a que vieram. A vida dá voltas, o mundo gira, e a gente tem de ir junto. Ou não?

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.