6 filmes na Netflix para suavizar a semana e a desesperança do mês de agosto

6 filmes na Netflix para suavizar a semana e a desesperança do mês de agosto

A humanidade passa por transformações todo santo dia. Diariamente algo de muito relevante acontece na vida de muita gente, para o bem ou para o mal. Eventos de importância histórica, como a Proclamação da Independência de um país, ou fatos corriqueiros da vida íntima de cidadãos do mundo inteiro se dão hoje, agora, neste mesmo instante. Nesse momento, milhões de pessoas estão morrendo, enquanto outros milhões entram em cena, não para substituir quem se foi, mas para provar que a vida, soberana, sempre continua. Com a pandemia de covid-19, o caráter dramático das tantas baixas por óbvio adquiriu muito mais evidência do que o espetáculo do continuar da existência, mas resistimos, e também por isso, somos merecedores de todo aplauso. A humanidade segue seu curso, ainda que claudique, cambaleie, vá ao chão. Ao longo de um ano, de dois anos que seja, acontece tanta coisa, tanta desgraça e tantos outros fatos dignos do nosso justo maravilhamento que a gente até se perde. Pode até não passar de mera coincidência, mas grandes acontecimentos da história do homem se deram no oitavo mês segundo nos aponta a ordem do calendário. Em 15 de agosto, por exemplo, se celebra, como ninguém decerto sabe, a libertação da Índia da dominação britânica, declarada em 1947. No Brasil, até as pedras da rua têm conhecimento acerca do suicídio de Getúlio Vargas (1882-1954), que na ocasião exercia mandato constitucional, mas passara quase duas décadas no poder graças à sua invulgar habilidade de manipular, fomentar a admiração do povo humilde, estimular a simpatia entre seus pares e aplacar o garantido ódio que seu carisma provocava em seus inúmeros opositores. No meu personalíssimo ponto de vista, no que respeita à terra descoberta por Cabral, essa é a razão de tamanha desconfiança para com agosto, mês como outro qualquer, e que para mim tem um gostinho todo especial, de bolo de aniversário — que, em sendo muito sincero, não sinto faz tempo, ainda que siga achando a vida uma grande, uma soberba dádiva da Providência, sem nenhum receio de soar piegas. Todo mundo esquece uma pinimba qualquer com o pobre do agostinho se souber de um golpista que vai trabalhar com adolescentes rebeldes, se dá bem na nova função e passa a ser respeitado — e querido — por eles, certo? Pois é essa a história de “Sementes Podres” (2018), do comediante iraniano-francês Manouchehr Tabib, o Kheiron. Também dá para acertar as contas com esse mês incomum e, de lambuja, começar a semana de ânimo renovado com “A Travessia” (2015), de Robert Zemeckis, uma exaltação à coragem. Como se melhorar melhora ainda mais, temos mais quatro títulos exatamente assim, todos no catálogo da Netflix, do mais novo para o mais antigo. Para concluir, só digo que aceito presente, bolo, brigadeiro, um abraço, um sorriso, um parabéns, e convido todo mundo a celebrar a semana, a vida e, claro, agosto. Que venham muitos mais!

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.