5 filmes sinistros na Netflix que as pessoas não conseguem terminar de assistir

5 filmes sinistros na Netflix que as pessoas não conseguem terminar de assistir

O processo evolutivo do homo sapiens só foi possível graças a alguns mecanismos muito particulares que desenvolvemos ao longo de milhares de anos. Saber a hora certa de comer, o momento exato para se interromper uma atividade e ir descansar, as condições em que o corpo se encontra, a fim de tomar banho, todas hoje absolutamente corriqueiras, era, nos primórdios da humanidade, a diferença entre ser devorado por um predador ou livrar-se dele — e, com sorte, fazer com que ele virasse o alimento. Por óbvio, as emoções também adquiriram papel central nisso. Sentimentos como desconforto, irrequietude, aflição, impaciência e, em especial, medo são até hoje imprescindíveis quando se tem a necessidade de se preservar a própria vida numa situação extrema. O ser humano teve de prestar atenção a seus receios, a seus temores, ao pânico que lhe despertavam determinadas conjunturas no intuito de se manter na aventura de conquistar a Terra. O medo é responsável por liberar hormônios como a adrenalina que, em excesso, transmitem ao cérebro a mensagem de que alguma coisa não vai bem. Daí, se vislumbram dois caminhos: 1) toma-se uma dose extra de coragem e vai-se adiante, correndo-se o risco de que o perigo de fato seja verdadeiro; ou 2) o sistema nervoso central paralisa as funções vitais de todo o organismo, muitas vezes até mesmo a respiração, o que, claro, igualmente implica em morte. Certas narrativas, reais ou não, têm a propriedade de suscitar no espectador exatamente esse gênero de reação. Não conseguimos ir até o fim de um filme, por exemplo, justamente pela sensação de que aquela história de alguma maneira nos ameaça. Seja pela violência, pela essência controversa da trama ou mesmo pelo trabalho da equipe, há filmes que, como o medo, nos paralisam. Em “Creep” (2014), o diretor Patrick Brice apresenta enredo meticulosamente construído, com todos os lances de um excelente thriller, mas que pode acabar pelo caminho talvez por causa da gana do espectador por agilidade. “Aterrorizados” (2020), de Demián Rugna, também é bem cabeça, a ação se sucede no seu próprio ritmo e, por essa razão, exige da audiência um pouco de serenidade. Os cinco títulos, todos na Netflix, são elencados do mais novo para o lançado há mais tempo, sem outros critérios. Eu, se fosse você, seguraria a ansiedade — ou a pressa — e ficaria até que os créditos começassem a subir.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix