7 comfort movies para assistir na Netflix quando tudo der errado

7 comfort movies para assistir na Netflix quando tudo der errado

Depressão é uma doença psíquica que, quando em estágio avançado, mina a capacidade intelectual e física e pode levar à morte. Já tristeza não tem fim, disse o poeta, acomete do mais contente ao mais casmurro, e sempre passa. Dor de cotovelo, dor de amor, dor de corno — com o perdão da má palavra —, falta de grana, doença na família, espinhela caída, mau olhado, quebranto… Quando vem aquela vibe ruim, o olho ficando rasinho, aquela vontade incontrolável de chorar, chore, chore mesmo, sem medo de ser ou parecer infeliz ou fraco. Se você se importar muito com a opinião alheia, chore na cama quentinha, debaixo das cobertas, com as luzes todas apagadas, mas chore. Só as pedras não sofrem e só a bailarina daquela música não passa perrengue. Em horas como essas, só um filminho cheio de poesia, de romance, uma história leve, permeada de humor na medida para fazer a gente recuperar o moral e tocar as coisas. É justamente a esse fim que se propõem os ditos comfort movies, que nada mais são que filmes com enredos suaves, doces, que dão um quentinho no peito, uma brisa de mar depois de um expediente inteiro de trabalho duro ao longo de uma tarde abafada, quando o relógio avança na direção diametralmente oposta à nossa vontade de continuar a viver, ou quando não se chega a tanto, mas em a vida seguindo numa razão inversamente proporcional aos nossos desejos de como queríamos que ela fosse, é inevitável não se assolar pela frustração. A perda de um amor, a possibilidade de outro amor, não concretizada justamente por não se conseguir esquecer a antiga razão de nosso afeto maior, incomodo que nos leva às raias da insanidade, nos impede de trabalhar e, em se tratando de um artista, implica num irrefreável bloqueio criativo. Quem nunca passou por situação assim? Esse é o tema de “A Última Nota” (2019), do diretor Claude Lalonde que, com suas locações paradisíacas, faz a tristeza mais renitente se desvanecer por completo. Nas circunstâncias em que, ao se defrontar com um grande trauma, tudo com que a gente sonha é um mundo para chamar de nosso, só nosso, “Bem-Vindos a Marwen!” Os sete títulos da nossa lista estão todos no acervo da Netflix, dispostos do mais novo para o lançado há mais tempo, e não obedecem nenhuma outra norma. Esqueça o baixo astral, bote o coração — e a cabeça — em ordem e conduza a vida pelo salão.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.