Maior e-commerce do mundo, a Amazon também se consolidou como a principal vendedora de livros do Brasil. Para os leitores que apostam na praticidade de comprar pela internet, reunimos em uma lista os dez livros mais vendidos pela empresa no mês julho de 2021, por meio das indicações da Revista Bula. Entre as obras, estão o aclamado “Torto Arado” (2018), de Itamar Vieira Júnior; o clássico “Cem Anos de Solidão” (1967), de Gabriel García Márquez; o lançamento da Revista Bula “Histórias Jamais Contadas da Literatura Brasileira” (2020), de Edson Aran; e a distopia “Fahrenheit 45” (1953), de Ray Bradbury. Ressalte-se que a seleção se baseia apenas nas obras adquiridas por meio dos links disponibilizados pela Bula.

Em uma remota região da Polônia, vive a sra. Dusheiko, uma professora de inglês aposentada que costuma se dedicar ao estudo da astrologia, à poesia, à manutenção de casas para alugar e a sabotar armadilhas para impedir a caça de animais silvestres. Sua excentricidade é amplificada por sua preferência pela companhia dos animais aos humanos e pela crença na sabedoria advinda dos astros. Quando alguns caçadores da região começam a morrer misteriosamente, Dusheiko tenta descobrir quem é o responsável pelos assassinatos. A polonesa Olga Tokarczuk ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2019 e o Man Booker Prize em 2018.

“Histórias Jamais Contadas da Literatura Brasileira”, livro escrito e ilustrado por Edson Aran, reúne os fatos mais importantes da vida e da obra dos maiores autores brasileiros. Coisas nunca lidas ou comentadas, por exemplo, Machado de Assis saindo no braço com José de Alencar por conta de índio pelado, Paulo Coelho realizando sacrifícios humanos para vender mais livros, Clarice Lispector driblando o assédio de um agente literário meio safado. Ou ainda: as colunas sobre vinho que Guimarães Rosa escreveu no jornal “A Tocha de Codisburgo” e que tacaram fogo no sertão das Gerais. Do quinhentismo ao terraplanismo, toda a literatura brasileira desfila por esse livro fascinante cheio de cascatas de colorido sutil. “Histórias Jamais Contadas da Literatura Brasileira” traz histórias tão boas que, caso não existissem, seria preciso inventá-las. Foi exatamente isso que Edson Aran fez.

Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca aconteceu realmente. Intrigadas com uma faca dentro de uma mala misteriosa sob a cama da avó, atrevem-se a pegá-la e um acidente muda para sempre suas vidas, tornando-as ainda mais próximas. Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai se desfazendo: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e emancipação dos trabalhadores. Para isso, porém, é obrigada a partir, separando-se da irmã.

Uma das obras-primas de Gabriel García Márquez, o livro narra a fantástica e triste história da família Buendía, que vive na pequena e fictícia Macondo, ao longo de um período de cem anos. A trama acompanha as diversas gerações da família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo em que vivem. Os Buendía nascem e morrem, vão embora ou permanecem na aldeia até seus últimos dias. O que todos possuem em comum é a luta contra a realidade e a solidão que sentem, mesmo vivendo em meio a muitos. O livro é considerado a obra que consagrou Gabriel García Márquez como um dos maiores autores do século 20.

Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, “Fahrenheit 451” condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o autoritarismo do mundo pós-guerra. O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, que proíbe qualquer tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. Nesse contexto, Guy Montag, um bombeiro que trabalha queimando livros, se encontra descontente com seu emprego e com o governo. Então, ele tenta mudar a sociedade e encontrar uma maneira de viver feliz.

Elizabeth Bennet vive com os pais e suas quatro irmãs no campo. Por ser a filha mais velha, enfrenta uma crescente pressão de seus pais para se casar. Chega à região mr. Bingley, que aluga uma propriedade no campo chamada Netherfield. Ele é acompanhado pelas duas irmãs e por mr. Darcy, um amigo. Enquanto Bingley é cordial com toda a comunidade, Darcy mantém um comportamento distante. Bingley corteja Jane, a irmã de Elizabeth, a despeito da oposição de suas irmãs, que consideram a família Bennet socialmente inferior. Sem dizer nada a ninguém, mr. Darcy, o amigo de Bingley começa a se interessar aos poucos por Elizabeth, que está se tornando amiga de mr. Wickham, um de seus antigos desafetos.

Num futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. As cidades foram transformadas em ruínas e pó, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos. Entre eles, um homem e seu filho, que não possuem praticamente nada, buscam a salvação e tentam fugir do frio, sem saber, no entanto, o que encontrarão no final da viagem. Essa jornada é a única coisa que pode mantê-los unidos e lhes dar esperança para continuar vivendo. Com “A Estrada”, Cormac McCarthy ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção 2007.

Quando se fala de “1984”, está se falando de regimes totalitários, como o nazismo de Hitler na Alemanha dos anos 1930 e 1940, o fascismo de Mussolini na Itália da década de 1920 e perseguição política. O livro de George Orwell, persona literária de Eric Arthur Blair, já nasceu destinado à polêmica e também por isso atraiu tanta atenção: foi traduzido em 65 países, virou minissérie, filme, história em quadrinhos e até inspirou uma ópera. A televisão espertamente também tirou uma casquinha e incorporou a trama de George Orwell ao seu repertório batizando um reality show com o nome da personagem que observava com lupa as atividades — subversivas ou nem tanto — de qualquer indivíduo, o Grande Irmão, na fictícia Oceânia.

As anotações de uma menina judia se escondendo da barbárie das tropas nazistas foram compiladas numa publicação bem cuidada e repleta de passagens de um realismo cortante. “O Diário de Anne Frank”, originalmente lançado em 1947, tornou-se um dos livros mais célebres, lidos e discutidos da história. Otto Frank, o pai de Anne e o único sobrevivente de um campo de concentração de Hitler nessa desafortunada família, realizou o sonho da garota ao editar suas memórias. O livro foi a prelo e ganhou o mundo em 25 de junho de 1947, dois anos depois da guerra, com o nome de “O Anexo Secreto”, como Anne queria. Anne Frank morreu em fevereiro de 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen, de complicações provocadas por tifo e desnutrição severa.

A história se passa em Gileade, um Estado teocrático e totalitário, localizado onde um dia existiu os Estados Unidos. Esse novo governo foi criado por um grupo fundamentalista autointitulado “Filhos de Jacó”, com o objetivo de “restaurar a ordem”. Anuladas por uma opressão sem precedentes, as mulheres não têm direitos e são divididas em categorias: esposas, marthas, salvadoras e aias. As aias pertencem ao governo e existem unicamente para procriar. Entre elas, está June, nomeada Offred, que é afastada de sua família para servir a um comandante. Apesar de ser designada para dar um filho ao seu chefe, Offred se envolve amorosamente com Nick, o motorista da família, e compartilha segredos de seu passado com ele.