10 filmes mais polêmicos e controversos da Netflix

10 filmes mais polêmicos e controversos da Netflix

Ao longo da história, o homem foi aperfeiçoando as condições para viver junto a seus pares. Desenvolveu técnicas de plantio, observou maneiras de aproveitar melhor o solo e a água, inventou regras para a boa convivência que, em aplicadas para todos, garantiriam a paz do grupo e legitimaria direitos. À medida em que o homo sapiens adquiria a plenitude de sua capacidade intelectual, foram surgindo facções, subgrupos que não pensavam exatamente do mesmo modo que a maioria, liderada pelo mais forte do bando. Cada um foi tendo a possibilidade de se expressar da forma que mais lhe conviesse, que julgasse mais coerente com o que seu espírito suscitava. O homem ia, a pouco e pouco, se libertando das muitas amarras que o mantinham cativo, talvez a pior delas. Ao dominar a cabeça de um indivíduo, se toma seu corpo, e esse expediente ampliado dez, cem, mil, centenas de milhões de vezes resultou num método bastante eficaz de manifestações autoritárias de poder e subjugo. Foi justamente assim que se fundamentou, por exemplo, o antissemitismo, que por sua vez serviu para o surgimento do Partido Nacional-Socialista alemão, plataforma usada para institucionalizar o nazismo, um dos regimes de governo mais perversos de que se tem notícia, responsável por exterminar cruelmente milhões de pessoas que não rezavam pela cartilha do ditador Adolf Hitler e, pior, ainda que quisessem, nunca o poderiam: sua própria natureza os impedia. O pensamento livre é uma conquista civilizatória da qual a humanidade não pode nunca abdicar, muito desistir. O pensamento livre é inerente ao ser humano e só por meio dele se pode entender o conceito da própria vida. A liberdade de opinião, de expressão, de imprensa e de religião são fundamentais numa democracia. E são as diferentes visões de mundo, pensamentos os mais discrepantes convivendo numa mesma sociedade que a tornam uma potência. A arte é tão importante para a humanidade porque além de refletir todos esses princípios, os reverbera, a fim de que o mundo nunca reste caduco e esqueça os horrores pelos quais já passou. A Bula acredita que todo mundo tem o direito de pensar e viver como gosta e, em sendo assim, separarmos dez filmes cujos roteiros abraçam temas nada convencionais, o que, por óbvio, resvala no comportamento pessoal de cada um. É o caso de “Desejarás o Noivo da Sua Irmã” (2017), do diretor Diego Kaplan, sobre parceiros infelizes no casamento, e “Branquinha” (2016), de Elizabeth Wood, que conta as desventuras de uma garota ainda meio perdida no caminho que separa o reino encantado da adolescência e a árida vida de adulto. Os títulos estão no catálogo da Netflix, e o único critério é a ordem contra-cronológica, do lançado há menos tempo para o mais antigo. Exercite a capacidade de visitar novos lugares. É lá que estão as grandes lições.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix