Para se chegar ao resultado fizemos uma compilação de listas publicadas por sites, jornais, revistas e suplementos culturais especializados em música. O objetivo da pesquisa era identificar, baseado nestas listas, quais eram os dez mais importantes discos de jazz, de artistas diferentes, em todos os tempos. Nos casos de John Coltrane e Miles Davis que aparecem em todas as listas pesquisadas com mais de um álbum listados, priorizamos aquele que teve o maior número de citações. Além de Coltrane e Davis, a seleção traz uma galeria de lendas como The Dave Brubeck Quartet, Herbie Hancock, Antonio Carlos Jobim, João Gilberto, Stan Getz, Sonny Rollins Quartet, Erroll Garner, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Ornette Coleman e Charles Mingus.
Lançado em agosto de 1959 pela Columbia Records, “Kind of Blue” é considerado o mais influente álbum de jazz da história. Em 2003, o álbum foi classificado em 12º lugar pela revista “Rolling Stone” na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos. Em 2008, o álbum foi certificado pela RIAA (Associação das Indústrias Fonográficas Americanas) com um álbum de platina quádruplo. Além de Miles Davis, o álbum traz as participações de Cannonball Adderley, John Coltrane, Bill Evans, Wynton Kelly, Paul Chambers e Jimmy Cobb. Em março de 2006, Miles Davis, que esteve na vanguarda de todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990, foi postumamente incluído no Rock and Roll Hall of Fame.
Lançado em fevereiro 1965 pela Impulse Records, “A Love Supreme” é o álbum mais vendido da carreira de John Coltrane. Foi gravado na noite de 9 de dezembro de 1964 em uma única sessão. Além de John Coltrane, participam do álbum o pianista McCoy Tyner, o baixista Jimmy Garrison e o baterista Elvin Jones. Em 1965, John Coltrane passou a fazer parte do Down Beat Jazz Hall of Fame. Em 2003, “A Love Supreme” foi classificado em 47º lugar pela revista “Rolling Stone” na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos. Em 1992, Coltrane foi postumamente premiado com o Grammy Lifetime Achievement Award.
Lançado em fevereiro de 1959 pela Columbia Records, “Time Out” caracteriza-se pelo pioneirismo no uso de compassos inusitados no jazz, como a valsa e o 9/8. Embora tivesse a intenção de ser experimental e tenha recebido avaliações negativas na época de seu lançamento, “Time Out” tornou-se um dos mais conhecidos e vendidos álbuns de jazz de todos os tempos. Além de Dave Brubeck, participam o saxofonista Paul Desmond, o contrabaixista Eugene Wright e o baterista Joe Morello.
Lançado em outubro de 1973 pela Columbia Records, “Head Hunters” é considerado um dos álbuns de jazz mais revolucionários pós-1960. As experimentações de Herbie Hancock alternando Jazz e funk fez de “Head Hunters” um dos mais inovadores e celebrados álbuns de jazz da história. Além de Herbie Hancock, participam Bennie Maupin, Paul Jackson, Bill Summers e Harvey Mason. Em 2003, “Head Hunters” foi classificado em 498º lugar pela revista “Rolling Stone” na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.
Lançado em março de 1964 pela Verve Records, “Getz /Gilberto” é o álbum que popularizou a bossa nova no mundo. Além de João Gilberto & Stan Getz, o álbum tem a participação de Antonio Carlos Jobim. Em 2003, foi considerado pela revista “Rolling Stone” o 454º melhor álbum de todos os tempos. A revista “JazzTimes”, a mais importante revista do gênero, escreveu sobre “Getz/Gilberto”: “Essencial para todos os colecionadores sérios de Jazz. Serve como prova que é possível uma música ser um sucesso tanto artística quanto comercialmente”.
Lançado em dezembro de 1956 pela Prestige Records, “Saxophone Colossus” é o álbum mais aclamado de Sonny Rollins. O “The Penguin Guide to Jazz”, a mais importante enciclopédia sobre jazz do mundo, concedeu a “Saxophone Colossus” o prêmio máximo da publicação — a coroa — usada para distinguir as obras-primas do gênero. Além de Sonny Rollins, participam do álbum o pianista Tommy Flanagan, o baixista Doug Watkins e o baterista Max Roach. Antes de “Saxophone Colossus”, Sonny Rollins já havia trabalhado com Art Blakey, Thelonious Monk, Bud Powell, Miles Davis e Tadd Dameron.
Lançado em dezembro de 1955 pela Columbia Records, “Concert By the Sea”, considerado o melhor álbum do pianista Errol Garner, é um registro ao vivo de um show realizado em 19 de setembro de 1955. Além de Erroll Garner, o álbum traz o baixista Eddie Calhoun e o baterista Denzil Best. “Concert By the Sea” recebeu quatro estrelas – a classificação máxima – do “The Penguin Guide to Jazz”. O site “Allmusic” classifica Errol Garner como o mais distinto e virtuoso pianistas de todos os tempos.
Lançado em 1952 pela Verve Records, “Bird and Diz” é o encontro dos fundadores do bebop, o saxofonista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie. Embora tenha sido produzido por Norman Granz, que era conhecido por sua preferência por grandes conjuntos, o álbum contém composições executadas com o padrão bebop: saxofone, trompete, piano, baixo e bateria. Além de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, participam do álbum os baixistas Curley Russell e Tommy Potter, o trompetista Kenny Dorham, o baterista Max Roach e o pianista Thelonious Monk.
Lançado em dezembro de 1959 pela Atlantic Records, “The Shape of Jazz to Come” é um dos mais revolucionários álbuns de jazz da história. O saxofonista Ornette Coleman rompeu com estrutura de acordes e incluiu a improvisação livre. Em 2003, foi considerado pela revista “Rolling Stone” o 246º álbum mais importante de todos os tempos. Além de quatro estrelas — a classificação máxima — do “The Penguin Guide to Jazz”, “The Shape of Jazz to Come” também ganhou o prêmio máximo da publicação — a coroa — usada para distinguir as obras-primas do gênero. Além de Ornette Coleman, participam o contrabaixista Charlie Haden e o baterista Billy Higgins e o trompetista Don Cherry.
Lançado em 1963 pela Impulse Records, “The Black Saint and the Sinner Lady” é uma composição única composta por seis partes divididas em 4 faixas. 11 músicos participaram da gravação: dois trompetes, três saxofones, trombone, tuba, guitarra, piano, baixo e bateria. No encarte do álbum Charles Mingus tenta sintentizar sua criação: “Compus esta música para dançar e para ouvir. É a música autêntica com muitos dos meus significados. É o meu epitáfio vivo do nascimento até o dia em que ouvi falar pela primeira vez de Bird e Diz”, referindo-se a Charlie Parker e Dizzy Gillespie. O “The Penguin Guide to Jazz”, concedeu a “The Black Saint And The Sinner Lady” o prêmio máximo da publicação — a coroa — usada para distinguir as obras-primas do gênero.